A Invisibilidade No âmbito Social
Ensaios: A Invisibilidade No âmbito Social. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: qweqwrq • 4/6/2014 • 1.912 Palavras (8 Páginas) • 385 Visualizações
A INVISIBILIDADE SOCIAL NO ÂMBITO DO TRABALHO
A Invisibilidade Social é um assunto relativamente novo e se relaciona à forma como são
vistos os trabalhadores de profissões desprovidas de status, glamour, reconhecimento social e
adequada remuneração. Isto numa sociedade onde o nível de consumo de bens materiais é o
agente determinador do posicionamento de cada participante nas classes sócio-econômicas
conhecidas. Assim, os trabalhadores que executam tarefas imprescindíveis à sociedade
moderna, mas assumidas como de categoria inferior pelos mais variados motivos, geralmente
não são nem percebidos como seres humanos, e sim apenas como “elementos” que realizam
trabalhos a que um membro das classes superiores jamais se submeteria. Em conseqüência, o
que não é reconhecido não é visto. O símbolo mais evidente é o uniforme utilizado, indicador
deste “elemento” que trabalha sem qualificação suficiente para pertencer à hierarquia social
dominante. Em paralelo, trabalhos manuais - especializados ou não -, embora fundamentais,
também não têm o devido reconhecimento pela sociedade. Uma das premissas é que, por
serem geralmente sujos, as pessoas os consideram trabalho marginal, além de repetitivo e
destituído de inteligência. São vistos como inferiores pela sociedade em geral, apesar de sua
importância econômica.
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por finalidade analisar a invisibilidade social na sociedade de
consumo. Para tanto, este texto fundamenta-se em relatos acadêmicos e profissionais, que
apontam o fato de que a falta de percepção e preconceito levam as pessoas, no que diz
respeito a trabalhos manuais - especializados ou não –, a não terem o devido reconhecimento
dos mesmos. Embora sendo fundamentais e imprescindíveis, são por muitos considerados
secundários e que, por serem repetitivos, seriam destituídos de criatividade.
Com o intuito de apresentar situações verídicas, o texto apresenta relatos de cinco
autores, dos quais dois foram utilizados como ponto de partida para explicar o teor do título
“o conceito de Invisibilidade
Social tem sido aplicado, em geral, quando se refere a seres socialmente invisíveis, seja pela
indiferença, seja pelo preconceito, o que nos leva a compreender que tal fenômeno atinge tão
somente aqueles que estão à margem da sociedade.”para minha minha colega, o
indivíduo que é socialmente invisível e sua identidade social. a identidade é definida pela relação do indivíduo com os que estão à sua volta, em seu
convívio. É na relação entre o eu e o outro que se constrói a identidade do eu.Dessa forma, podemos definir a Invisibilidade Social como sintoma de uma crise de
identidade nas relações entre os indivíduos das sociedades contemporâneas, protagonista a ‘Cultura do Consumo’, na qual ‘você é o que você consome’. Tomando o
considerando-se
os efeitos da estruturação sócio-econômica advinda do Neoliberalismo, que tem como
aspecto sócio-econômico como bússola para a defesa de uma teoria que justifique o fenômeno
da Invisibilidade Social nos tempos atuais, surge a questão: Seria o “consumismo” um dos
fatores determinantes da invisibilidade humana, por estabelecer padrões de consumo que
ofuscam as individualidades de cada um?o único meio de se construir uma
identidade é através de consumo de bens materiais. Isto se torna explícito nos planos de
“marketing” da maior parte das empresas fornecedoras de bens de consumo. Assim, pode-se
extrair que, quem não possui condições financeiras para pertencer a estes grupos de consumo
de bens materiais, não é percebido pelos membros destes grupos, tornando-se, em
conseqüência, um ser invisível mercadologicamente; e que, para ser reconhecido, terá que se
enquadrar no modelo imposto pelo formato de consumo do grupo ou, pior ainda, no formato
de consumo imposto pela sociedade.
Quando Fernando Braga da Costa (2004) cursava a disciplina Psicologia Social II na
sua graduação na Universidade de São Paulo, recebeu, como incumbência, realizar, por um
dia, um trabalho desprovido de qualificação, isto é, que não exigisse nenhuma formação
escolar ou técnica. A opção de Costa foi pela profissão de gari, ou seja, varredor de rua.
No decorrer do curso de Psicologia, Costa juntou-se em caráter fixo ao grupo de garis
que varriam as calçadas e as ruas da Escola de Engenharia Civil da USP. Durante nove anos,
trabalhou ao menos uma vez
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