A OSTENTAÇÃO DOS SUPLÍCIOS II Capitulo Do Livro Vigiar E Punir
Trabalho Escolar: A OSTENTAÇÃO DOS SUPLÍCIOS II Capitulo Do Livro Vigiar E Punir. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ziky • 26/2/2014 • 503 Palavras (3 Páginas) • 5.365 Visualizações
Resumo do CAPÍTULO II
A OSTENTAÇÃO DOS SUPLÍCIOS
Nesse capítulo, o autor relata como a justiça/soberano impunha o seu poder absoluto, perante a sociedade, sob os condenados ou no processo de investigação. Descreve também, detalhadamente, a forma brutal e dolorosa que o suplício era executado e ostentado.
O suplício foi, por um longo tempo, aceito pelo povo, pelo fato de ser revelador da verdade e agente do poder. Integrava o crime com o castigo, podendo este ser aplicado diretamente sobre o corpo do supliciado. A pena de morte natural compreende vários tipos de morte. As penas físicas tinham, portanto, uma parte considerável. Os costumes, a natureza dos crimes, o status dos condenados às faziam variar ainda mais. Existem três critérios principais para que uma pena seja considerada um suplício: Produzir certa quantidade de sofrimento que se possa, se não medir exatamente, ao menos apreciar, comparar e hierarquizar; a morte é um suplício, na medida em que ela não é uma privação do direito de viver, mas a ocasião e ao termo final de uma graduação calculada de sofrimentos. O suplício penal não corresponde a qualquer punição corporal é uma produção diferenciada de sofrimentos, um ritual organizado para marcação das vitimas e manifestação do poder que pune. A certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime e não mais o abominável teatro da punição do corpo. A privação da liberdade, por si só já atinge profundamente a alma do indivíduo condenado, tirando aquilo que é mais precioso em sua vida, o direito de ir e vir e fazer. O verdadeiro suplício tem por finalidade ou função extorquir a verdade ou fazer brilhar a verdade.
Como suplício da verdade, o interrogatório encontra seu funcionamento. A confissão é a peça complementar de uma informação escrita e secreta. Porém, vale destacar que o interrogatório não é uma maneira de arrancar a verdade a qualquer preço. É cruel, mas não selvagem. Trata-se de uma prática regulamentada que obedece a um procedimento definido. “Sofrimento, confronto e verdade estão ligados uns aos outros na prática da tortura” O ritual que produz verdade caminha juntamente com aquele que impõe a punição. O corpo, assim, continua sendo peça essencial na cerimônia do castigo público. “O ciclo está fechado: da tortura à execução, o corpo produziu e reproduziu a verdade do crime”.
A ostentação era uma forma de inibir o mau comportamento dos indivíduos rebeldes, demonstrando a maneira cruel e punitiva que os mesmos sofreriam se cometessem atos ilícitos, que estavam, indiretamente, ligados à vontade do soberano. O povo é, sem dúvidas, o personagem principal das cerimônias de suplício. Atraídos pelo espetáculo feito para aterrorizá-los, podem até alterar o rumo do momento punitivo: impedindo a execução, perseguindo os executores, fazendo tumulto contra a sentença etc.
A revolta da sociedade contra os suplícios foram de grande importância, vários fatos íntimos foram ocorrendo e a indignação popular foi fundamental. Os condenados que sofriam suplícios, quando morriam, eram tidos como heróis porque se arrependiam, enquanto viviam e eram salvos, a população os “ressocializava”.
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