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Resumo Livro Vigiar E Punir

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Por:   •  23/5/2014  •  786 Palavras (4 Páginas)  •  1.129 Visualizações

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O LIVRO: VIGIAR E PUNIR

Imaginem duas pessoas: cada uma delas assaltou um mercado – a diferença é que uma o fez no século XVII e o outra no século XXI. Enquanto que um poderia esperar uma amputação das mãos, e chicotadas na praça pública, o outro poderia esperar um processo penal complexo e subsequente encarceração. Não só isso, como as atitudes de ambos (e das sociedades) em relação ao crime seriam muito diferentes. A questão é: porquê?

Porque é que já não há castigos públicos? Para que realmente serve uma prisão, e o que tem em comum com uma escola? Porque é que a tortura se tornou tabu? O que levou os administradores de poder a alterar as modalidades de punição e controlo? Porque é que todos os crimes são hoje punidos com o mesmo castigo (encarceramento)? Qual a relação entre cada um de nós e as estruturas de poder e disciplina? Que mecanismos de disciplina e controlo existem hoje, e que interesses servem? Como atuam esses mecanismos, e que consequências têm na nossa vida?

No tempo dos monarcas, o poder absoluto estava centrado no Rei, que fazia, e mandava aplicar a lei. Qualquer crime portanto, era um crime contra o Rei. Segundo Foucault a resposta era então a de reafirmar o poder absoluto do monarca sobre todos os seus sujeitos. Para isso usava-se, o mais brutalmente possível, o corpo do condenado como local de aplicação do poder e como objeto central do espetáculo de tortura pública que consolidava na mente do povo a hierarquia inquestionável do regime. A vingança, o espetáculo público, o terror, e a violência eram os mecanismos de controlo.

horários, minimizar interações entre indivíduos e grupos, compartimentalizar espaços de trabalho e lazer, documentar o histórico profissional/pessoal de cada um, impor normas de conduta social, avaliar indivíduos através de exames que estabelecem hierarquias, regimentar hábitos, vigiar o espaço público, dividir tarefas no trabalho, etc.. Tudo isto são técnicas para nos tornar uma população normalizada, catalogada, e previsível, que fica assim sobre controlo.

Mais do que isso, Foucault nota que os mecanismos de vigilância não precisam de ser tornados explícitos a todo o momento. Basta que cada um de nós internalize a noção que podemos ser vigiados e de que seria possível controlar-nos e punir-nos. A pouco e pouco todos internalizamos o sistema de vigilância e disciplina, e nem se quer nos ocorre sair das normas: estamos agora formatados. A estrutura de poder não precisa de nos vigiar, nós auto-vigiamo-nos desde pequenos – isto é então o extremo da eficiência no controlo. Pior: uma característica insidiosa da interiorização destas normas, é a autovigilância mútua. Os sistemas de vigilância e disciplina montados que nos dividem e catalogam, encorajam a exclusão daqueles que não interiorizam a norma, por parte daqueles que lhe obedecem. “Isso não é normal” (uma expressão dos meus tempos de adolescente e que ainda ouço hoje) é o símbolo de uma sociedade em todos nos vigiamos uns aos outros e, ao serviço do poder, nos catalogamos e disciplinamos. A Disciplina surge assim como uma técnica eficiente e subtil de manter o controlo, uma vez que não requer um ponto de aplicação explícito e centralizado: monta antes a estrutura que perpetua a sua própria lógica. Foucault nota ainda que a aplicação de Disciplina tem obviamente

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