A PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DO CICLO VITAL
Por: Vinicius Paiva • 27/5/2020 • Trabalho acadêmico • 6.296 Palavras (26 Páginas) • 284 Visualizações
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – ICH
CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DO CICLO VITAL
Pré infância e sua importância no desenvolvimento
Humano
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Projeto de pesquisa apresentado para disciplina de Atividades Práticas Supervisionada
São Paulo
2020
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar os conteúdos e conceituações visualizados na disciplina de Psicologia do Desenvolvimento a partir das concepções da teoria de Jean Piaget e efetuar uma reflexão acerca dos conceitos e das dimensões apresentadas por Piaget e pela abordagem epistemológica do construtivismo.
O estudo do desenvolvimento humano tem sido objeto de interesse de muitos autores, gerando controvérsias e oscilações quanto às reais padronizações do fenômeno do amadurecimento biológico e psíquico em relação com o ambiente social, constitui, portanto, uma área do conhecimento da Psicologia cujas proposições nucelares concentram-se no esforço de compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço, conforme apresenta a linha evolutiva da Psicologia, tem culminado na elaboração de numerosas teorias que procuram reconstituir, a partir de diferentes metodologias e pontos de vistas, as condições de produção da representação do mundo e de suas vinculações com as visões de mundo e de homem dominantes em cada momento histórico da sociedade. Um desses autores, Jean Paget (1896-1980) o qual será abordado nesta pesquisa, não se diferencia, na medida em que busca como os demais, compreender o desenvolvimento do ser humano, salienta uma perspectiva interacionista onde o desenvolvimento se dá a partir da relação. Destaca-se, portanto, de outras abordagens pelo seu caráter inovador quando introduz essa terceira perspectiva, representado pelo exame interacionista que constitui uma tentativa de integrar as posições dicotômicas de duas tendências teóricas que permeiam a psicologia em geral, sendo elas o materialismo mecanicista e o idealismo, ambas marcadas pelo antagonismo inconciliável de seus postulados que separam de forma abrangente o físico e o psíquico.
O propósito do nosso estudo, portanto, é tecer algumas considerações referidas à estrutura principal em que se edificam as concepções do método psicogenético de Piaget, o qual de acordo com Coll e Gillèron (1987:30), tem como objetivo “compreender como o sujeito se constitui enquanto sujeito cognitivo, elaborador de conhecimentos válidos”, conforme procuraremos apresentar na sequência deste trabalho.
2.METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica.
3. HISTÓRICO DA TEORIA PIAGETIANA
No início do século XX, a pesquisa na área da Psicologia se mostrou excessivamente produtiva e investigativa nos amplos campos e aspectos inerentes à condição humana. Dentro delas surgiram-se grande ênfase e interesse no entendimento da caracterização do desenvolvimento infantil até o estágio adulto. Ao longo da história, diferentes interpretações contribuíram para a formulação de um entendimento acerca do fenômeno do desenvolvimento, sendo um profícuo autor suíço, Jean Piaget, que estudou profundamente os aspectos da pedagogia infantil e elaborou revolucionariamente os conceitos vigentes de inteligência e desenvolvimento cognitivo.
4. O OBJETO DE ESTUDO
Jean Piaget enfatizou seu estudo com crianças a partir de uma perspectiva de orientação construtiva, isto é, considerava as etapas progressivas de desenvolvimento de modo processual. Ele considerou o desenvolvimento como um produto de alguns esforços dos indivíduos para poder compreender melhor o agir sobre o ambiente. Devido ao autor ter sido um estudante de biologia, ele entendeu que a sobrevivência exigia adaptação, ou seja, qualquer sujeito, ou ao até mesmo qualquer espécie tende a se adaptar as constantes mudanças que ocorrem dentro do ambiente. Assim, considerou então que o desenvolvimento humano e a inteligência prosseguiam igualmente em um procedimento complexo na tentativa de se adaptar a um ambiente.
De acordo com esta teoria, o desenvolvimento humano pode ser descrito em termos de funções e estruturas cognitivas, onde as funções seriam as mesmas de um processo biológico inato para todos e permanecem inalterados ao longo da história ontológica de cada um. O principal objetivo é construir estruturas cognitivas internas através da interação com o ambiente externo, essas estruturas variam conforme o crescimento da criança. À medida que ocorre a gradativa interação com o meio, outras possibilidades de apreensão do mundo vão gerando raciocínios mais elaborados para conceituar e abstrair fenômenos. Piaget considera que “as crianças não herdam capacidades mentais pronas, apenas o modo de interação com o ambiente.” Deste modo, as atividades intelectuais visam à adaptação do sujeito frente à relação com ambiente, sendo, portanto, uma construção gradativa.
A teoria Piagetiana percebe o desenvolvimento cognitivo construído a partir das condições biológicas. Segundo Piaget (1975), a inteligência começa a se organizar por meio de uma lógica da ação fundamentada sobre o biológico, como por exemplo, reflexos inatos do bebê. Ou seja, para Piaget, os atos e comportamentos biológicos são respostas de adaptação ao meio físico. Desta forma, pode-se concluir que para Piaget o fator cognitivo era compreendido como uma adaptação, onde seria organizado em função de estruturar o universo do indivíduo. Este conceito refere-se à relação entre o pensamento e os objetos concretos, uma vez que a capacidade cognitiva desempenha uma construção mental das estruturas capazes de serem aplicadas às do meio. A criança que utiliza da cognição constrói o real através da ação.
Os princípios que fundamentam o raciocínio de Piaget são conhecidos como o conceito da adaptação biológica. Esta contribuição não foi de todo original, pois já havia estudos sobre a presente área até então. Contudo, Piaget utilizou esses conceitos existentes e os aplicou ao desenvolvimento da inteligência dos indivíduos à medida que amadurecem, da infância até a vida adulta, baseando em sua própria concepção de que a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento total do organismo.
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