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A Pedagogia No Embate Entre Modernidade E pós- Modernidade

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Por:   •  31/7/2013  •  1.531 Palavras (7 Páginas)  •  2.778 Visualizações

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A Pedagogia no embate entre modernidade e pós- modernidade

O tema da modernidade/pós-modernidade tem merecido vários estudos de autores, abordando-o sob vários enfoques: filosófico, econômico e sociológico.

Libâneo serve-se de alguns autores para fazer uma síntese deste tópico e referi-la a problemática da educação escolar.

O texto de Giroux (1993) pontua explicitamente o tema da pós-modernidade com a pedagogia e a escolarização.

A pós-modernidade, por sua vez, não representa uma separação ou uma ruptura drástica em relação a modernidade, mas sinaliza mudanças, dentro de uma continuidade, em direção a um conjunto de condições sociais e estaria reconstituindo o mapa social, cultural e geográfico do mundo e produzindo novos paradigmas de crítica cultural às vezes distanciando-se de certos elementos definidores do modernismo.

Giroux constatando a inexistência de um significado consensual para o termo pós-modernidade. Apresenta as interpretações de dois autores Lyotard e Jameson.

Para Lyotard, o pós modernismo designa um movimento de rejeição das grandes narrativas, das teorias globalizantes, das filosofias metafísicas. Vivemos em um mundo sem estabilidade, em que o conhecimento está constantemente mudando, sem necessidade de uma visão teológica da história, isto é, sem superteorias que definam a finalidade da história humana, a autonomia, o destino do homem, etc.

Para Jameson, o pós-modernismo refere-se tanto a uma teoria social quanto a um conjunto emergente de condições sociais, culturais e econômicas que caracterizam a era do capitalismo e do industrialismo global, tais como: mudança na relação de produção, na natureza do Estado-Nação, novas tecnologias e seu impacto nas telecomunicações, na informática, nos processos de globalização e independência.

Giroux junta essas duas interpretações e aduz outras, agrupando características na condição pós-moderna, que Libâneo sintetiza à sua maneira:

Do ponto de vista filosófico: o pós modernismo rejeita certas idéias mestras formuladas no âmbito do humano global ou coletivo, a idéia de que os fatos, os acontecimentos, as opiniões, se juntam numa totalidade, a idéia de que se pode ter uma teoria condutora de nossa ação pessoal ou coletiva.

Em troca dessas categorias universais, haveria ações específicas de sujeitos individuais ou de grupos particulares e locais, diferenças culturais, étnicas, raciais. Não se contaria mais com sistemas teóricos de referência, sejam eles lastreados na ciência, na ideologia ou na religião. Os “pós-modernos” também criticam uma elite intelectual que se julga vanguarda dos movimentos sociais, como se fossem donos do destino e da sociedade. Os “pós-modernistas” argumentam em favor de uma pluralidade de vozes e narrativas, em torno de demandas de novos atores sociais, contemplando suas diferenças culturais, a partir de configurações particulares de espaço, lugar, tempo e poder.

Do ponto de vista econômico: há uma desconcentração do capital, com a internacionalização dos mercados; ocorrem tranformações técnico-científicas que afetam o processo produtivo e, em conseqüência, a organização do trabalho, o perfil da força de trabalho, levando à expansão da força de trabalho dedicada ao trabalho não manual, há uma intelectualização do processo de produção à base do uso mais amplo do conhecimento, da informatização, dos sistemas de comunicação, demandando mão-de-obra mais qualificada.

Do ponto de vista político: há uma redução do poder de atração e convicção dos ideais da modernidade relacionados a vida pública, levando a uma atitude de desconfiança à pratica política convencional ou mesmo a uma despolitização. Por outro lado, tendem a crescer movimentos particularistas, locais, setorizados, dando à política uma conotação diferenciada.

Do ponto de vista cultural: há mudanças nas formas de produção, circulação e consumo da cultura. Segundo a interpretação de

Baudrillard, citado por Giroux, os signos substituem a lógica da produção e do conflito de classe. Há uma proliferação de significados, gerando uma sociedade em que imperam as simulações, num mundo de imagens e fantasias eletrônicas. É uma sociedade saturada de mensagens da mídia que não tem correspondência com conteúdos modernos, tais como valores humanos, dignidade, luta política, ação do sujeito, ideologia, etc. A realidade está na superfície, no espetáculo, nos simulacros, providos por novas fontes de tecnologia e informação.

Segundo Werner Market, o pós-modernismo põe em questão as orientações teóricas tradicionais da ciência da educação: iluminismo, autonomia, subjetividade, emancipação. O fundamento desses conceitos, a fé na racionalidade de uma sociedade universal, de um sujeito universal, estaria falido por não dar conta de realiza-los.

Market analisa também, a tese pós-modernista de que o impacto dos avanços tecnológicos na educação estaria provocando uma crise no conceito de formação, afetando a autocompreensão do sujeito. A criança vive inserida num mundo técnico-informacional, alimentando-se de imagens e textos e pouco se importa em ser um “eu completo” com todo saber necessário. A criança de hoje, digamos a criança pós-moderna, é um “jogador lingüístico”.

Esse seria, então, o ideal formativo da era das novas tecnologias e o adeus às superteorias. Entramos na era do utopismo tecnopedagógico.

Sérgio P. Rouanet, no artigo “Do pós moderno ao neo-moderno”(1996), fala de uma síndrome do “pós” na nossa época: pós-história, pós industrial. Segundo ele, o uso do termo “pós-moderno” foi usado já no final do século passado. Deixando à parte o modismo típico de muitos intelectuais brasileiros, o termo expressa, segundo Rouanet, uma consciência de ruptura com a modernidade e tudo que ela representa.

Conclui que a pós- modernidade não é uma ruptura, mas uma simples variedade da modernidade. Entretanto, indica que há uma consciência de ruptura e aí, sim, o termo “pós” tem sentido de exorcisar o velho ( a Modernidade) e articular o novo ( o pós-moderno).

Se não há uma ruptura real entre o moderno e o pós moderno, qual é o fenômeno do qual está se tomando consciência? Rouanet concorda com Habernas: não se trata de uma modernidade extinta, mas de uma modernidade incompleta. Entretanto, a modernidade está em débito com suas promessas

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