A Produção De álcool No Brasil
Trabalho Escolar: A Produção De álcool No Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: FFAABBIIAANNAA • 4/6/2014 • 2.511 Palavras (11 Páginas) • 172 Visualizações
A produção sucroalcooleira no Brasil
Ao longo de três séculos Portugal tinha como primordial objetivo em relação à colonização do Brasil
a acumulação de riquezas e o fortalecimento do Estado, através da produção voltada para o mercado
europeu. Portugal, aproveitando-se da experiência obtida na produção do açúcar, que fora desenvolvida
anteriormente ao descobrimento da América Portuguesa nas ilhas do Atlântico, proporcionou-
lhes firmarem contatos comerciais que permitiam a alocação do produto no mercado europeu.
Sobretudo, relacionados a esses fatores, contribuiu também para a inserção do cultivo da canade-
açúcar no Brasil o fato de haver aqui uma imensa área de terras agriculturáveis onde a cana-deaçúcar
poderia ser produzida em grande escala. (FERLINI, 2003:18-20)
Desde então até o início da década de 40 encontrava-se na região Nordeste a hegemonia no que diz
respeito à produção tradicional da agroindústria sucroalcooleira do país. Porém, a Segunda Guerra
Mundial provocou transformações na área do sistema canavieiro desta região. Pernambuco, que até
então era o maior produtor de açúcar do país, teve sua participação reduzida no que diz respeito ao
mercado açucareiro, cujo aumento dos custos com transportes que fora reajustado devido ao aumento
dos custos dos combustíveis importados, acabaram por refletir nos preços do açúcar. (LEITE,
2003:18)
Junto aos efeitos da Segunda Guerra Mundial em relação ao Nordeste, o Estado implementou várias
medidas no sentido de dinamizar a produção açucareira/alcooleira do país. Um passo fundamental
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para tal fato foi antes mesmo da Segunda Guerra Mundial, a criação do Instituto do Açúcar e Álcool
(o IAA) em 1933 que, entre outros encargos, teria o propósito de fomentar e controlar a produção
sucroalcooleira no país (SZMRECSÁNYI, 1979:171-8). Logo houve a criação do Estatuto da Lavoura
Canavieira, em 1941, o qual procurou proteger os fornecedores de cana, e, mais recentemente
o PROÁLCOOL, em 1975, com o objetivo de aumentar a produção de safras agro-energéticas e a
capacidade industrial de transformação, visando tanto a obtenção de álcool para a substituição de
gasolina como incrementar o uso no setor químico. Desta forma, este último programa apresentouse
como uma “fórmula milagrosa” retomando a continuidade do processo de expansão capitalista da
agroindústria sucroalcooleira nacional (BRAY et al, 2000).
Estas, entre outras políticas públicas, contribuíram para a inserção da região Centro-Sul na produção
do açúcar e álcool; visto que, no início da década de 1950, São Paulo já atingia o status de maior
produtor de açúcar do país, sendo até hoje, um dos estados que mais contribui para o desenvolvimento
deste setor.
A decisão de produção de etanol a partir de cana-de-açúcar foi de estratégia política e econômica,
envolvendo investimentos adicionais por parte do governo. Tal atitude foi tomada em 1975, quando
o governo federal decidiu encorajar a produção do álcool em substituição à gasolina pura, com o
objetivo de reduzir as importações de petróleo, então com um grande peso na balança comercial
brasileira. Nessa época, o preço do açúcar no mercado internacional vinha decaindo rapidamente, o
que tornou conveniente a mudança de produção de açúcar para álcool.
Quase trinta e cinco anos depois do início do PROÁLCOOL, o Brasil vive agora uma nova expansão
dos canaviais com o objetivo de oferecer, em grande escala, o “combustível alternativo”. Porém
esta alternativa limita-se somente à classe média cujos carros “flex” podem ser abastecidos com
gasolina ou com álcool. Já a maioria dos demais transportes que são utilizados pelos bóias-frias,
pelos caminhoneiros, em geral, são e continuam sendo abastecidos pelo diesel. Esse tipo de combustível
para abastecer os caminhões – o diesel – não é a única alternativa. Desta forma fica evidente
que o aumento do plantio da cana-de-açúcar nos campos brasileiros para a produção do etanol
como combustível não deve ser explicada pela produção de “combustível alternativo”. Existem outros
meios, que já estão em prática em outros lugares do mundo.
Sobretudo a mudança nos campos brasileiros, que têm substituído as áreas destinadas aos plantios
de feijão, laranja, tomate e outras culturas insiste em acontecer e o cultivo da cana-de-açúcar avança
além das áreas tradicionais, do interior paulista e Nordeste, e espalha-se por outras áreas como o
cerrado e a Amazônia. A nova escalada é um movimento comandado pelo governo, da mesma forma
ocorrida no final da década de 70, quando o Brasil encontrou no álcool a solução para enfrentar
o aumento abrupto dos preços do petróleo que importava. A corrida para ampliar unidades e cons4
truir novas usinas é também movida por decisões da iniciativa privada, convicta de que o álcool
terá,
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