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A Tendência Ao Desequilíbrio Externo No Final Do século XIX

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Por:   •  10/12/2013  •  542 Palavras (3 Páginas)  •  761 Visualizações

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O Brasil do final do século XIX era uma país completamente ativo no comércio internacional, não só porque exportava vultuosas quantidades de produtos primários, principalmente devido à farta produção cafeeira do sudeste, passando a depender, portanto, do ganho com taxas aduaneiras, mas também porque, por não possuir industrialização suficiente no sentido de manter o mercado interno, precisava importar produtos, principalmente manufaturados. Celso Furtado, em seu livro "Formação Econômica do Brasil", observa dois problemas para o Brasil nesse sentido: o da dependência dos preços das matérias-primas no mercado externo e o da recente transição da mão-de-obra escravista para a assalariada.

As pessoas, sendo pagas por seus trabalhos, passaram a procurar mais moeda. O aumento nesta procura tende a ser maior do que as exportações, o que causava um desequilibro na balança comercial brasileira. Entretanto, a população não parava de pressionar a economia nacional no sentido de uma maior circulação de moeda, o que deixava o Brasil numa situação muito delicada. Numa crise, a necessidade interna de uma nova população que trabalhava de forma assalariada não diminuiria (o que se traduziria numa continuação de importações), entretanto, o país sofreria com uma brusca queda nas exportações, não só pela queda dos preços dos produtos primários, mas também pelo corte, por parte das empresas estrangeiras, das compras internacionais.

Assim, segundo a Teoria Monetária vigente, deveria o Brasil seguir o padrão-ouro, que consistia em cada país dispor de uma reserva metálica suficiente para garantir, a curto prazo, uma balança de pagamento não-deficitária, contribuindo, proporcionalmente, cada país, na medida em que possui determinada participação no comércio internacional (no caso brasileiro, a alta participação deveria levar, segundo a teoria, a um maior comprometimento com o padrão-ouro, o que levaria a uma maior estabilidade econômica). Assim, o ouro seria distribuído entre os países, por meio do comércio, em função das necessidades econômicas por uma estabilização internacional. Enfim, basicamente o Brasil deveria exportar ouro, diminuindo os preços internos em contrapartida à alta do ouro, o que levaria, consequentemente, a uma queda nas importações e aumento nas exportações! ajustando a balança comercial.

Entretanto, era impossível para o Brasil seguir os padrões da Teoria Monetária, não só por questões históricas, uma vez que o ouro brasileiro havia sido utilizado por Portugal para se manter firme com sua família real com relação aos compromissos com o Reino Unido, configurando o Brasil da época como um país com poucas reservas de metais preciosos, mas também porque o novo tipo de mão-de-obra dificultava o funcionamento do padrão ouro, devido às dinâmicas que aqui já foram pautadas. Assim, ainda, a Teoria Monetária para a crise seria eficiente nas economias que não dependiam intensamente de importações, como é o caso do Brasil, que, com isso (a aplicação das soluções propostas pela teoria), ordenaria um completo desequilíbrio na balança de pagamentos e no meio circulante.

Enfim, além de todos os entraves que até agora já foram discutidos e que configuram um Brasil desequilibrado externamente no final do século XIX, deve-se destacar, também, a questão "crítica-científica", como salienta o próprio

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