A Teoria Psicanalítica
Por: robertrinha • 5/9/2018 • Resenha • 1.128 Palavras (5 Páginas) • 134 Visualizações
Aluna: Rafaele Medeiros Paniagua
Disciplina: Teoria Psicanalítica- Freud I
Na busca pela compreensão analítica, procurei manifestações artísticas que permite uma aproximação com o processo primário. Por este motivo, o presente trabalho tem como objetivo de analisar e refletir do ponto de vista da teoria psicanalítica, as manifestações do sonho, através do filme da Disney “Alice no País das Maravilhas”, baseado no livro de Charles Lutwidge Dodgson, escrito em 1865 (pseudônimo Lewis Carrol). Tal história pode ser um exercício de sensibilidade para o entendimento do processo psicanalítico.
O filme Alice no País das Maravilhas ocorre na Era Vitoriana (sociedade com valores morais e disciplina, com preconceitos rígidos e proibições severas) e relata as aventuras de uma menina esperta e questionadora que se chama Alice, que ao seguir um coelho branco de colete e relógio de bolso acaba caindo em uma “toca” que a leva para um lugar excêntrico, onde moram seres diferentes e antropomórficos (exemplos: coelho branco, Absolem- a lagarta, Chapeleiro Maluco e a Lebre de Março, plantas e flores que conversam, Gato de Cheshire e a Rainha de Copas). A personagem Alice, tem um desejo de entrar na toca do coelho branco demostrando uma curiosidade infantil natural, com certa impulsividade, mostrando-se uma incapacidade de considerar as consequências de seus atos (adolescência), já que se lançou precipitadamente ao buraco (James, 2007; Corso e Corso, 2006).
Em todo o filme, encontram-se cenas e diálogos entre a Alice e as criaturas do mundo subterrâneo, que podemos analisar como absurdas, o que é bem característico dos sonhos (De Cali, 2011). Freud diz que descrevemos os sonhos como absurdos, mas os exemplos ensinam como sensato pode ser o sonho, mesmo quando achamos absurdo. Além disto, a história narrada encontra-se conteúdos psicóticos, pois o inconsciente torna-se psicótico, satisfazendo uma experiência (atemporal, diálogos sem sentidos com personagens esquisitos e confusos). A transformação em um delírio, ou algo semelhante é para distorcer a expressão da censura.
No início do filme já podemos analisar o fenômeno do sonho, pois a Alice começa a ficar entediada e sonolenta (deitada em um galho de árvore) com a explicação da irmã mais velha, entrando em um território profundo que se dá entre os pensamentos oníricos e o sonho. Freud comenta que os sonhos dão continuidade às ocupações e interesses da vida de vigília, que pode ser confirmada pela descoberta dos pensamentos oníricos ocultos. Por isto, se aplica ao conteúdo do sonho, que expressa, os pensamentos oníricos numa forma transformada pela distorção.
Segundo Freud, os sonhos são atos psíquicos importantes para o psiquismo quanto quaisquer outros, fazendo que a força propulsora seja um desejo que buscar realizar-se.
Irmã mais velha da Alice: Está sonhando!
Alice: Sonhando! É isto Dina (gatinha de estimação)! Se esse mundo fosse só meu tudo seria diferente. Nada era o que é, porque tudo é o que não é!
Entre as suas reflexões e canções, a menina se depara com o coelho branco de colete e relógio de bolso passando apressado pelo jardim. Alice curiosa resolve segui-lo e acaba caindo em um buraco que ela mesma se refere a uma toca que não ter fim. (podemos concluir que pode ser o início do sonho):
O coelho começa a dizer com um tom alto:” É tarde é tarde! Ai ai meu Deus é tarde!“
Percebe-se que o coelho aparece em diversos momentos do filme, sempre avisando que a Alice está atrasada, mas nunca diz o por quê (É tarde é tarde! Ai ai meu Deus é tarde!“), e por esta razão a menina fica angustiada toda a história correndo atrás do coelho para entender o seu atraso.
Quando a Alice cai no buraco, se depara com várias portas e encontrando uma chave que abre uma pequena porta, e ao conseguir abri-la Alice vê o coelho e um lindo jardim, que dá acesso ao País das Maravilhas. Mas antes de conseguir entrar no País das Maravilhas teve que se ajustar o seu tamanho em relação ao da porta. Então é neste ponto da história que Alice travará uma espécie de duelo entre a sua estatura normal para poder entrar no mundo de fantasias (“crescer e encolher”), e para isto, bebe uma poção especial (para encolher) ou comer um bolinho (para crescer). Tal conflito pode concluir a dificuldade da menina lidar com a realidade (Sociedade Vitoriana) que está exigindo amadurecimento e compromisso das obrigações (fim da infância) que são atribuídas aos personagens como a demanda de obrigações sociais as quais os adultos estão subjugados.
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