A música No Tempo
Dissertações: A música No Tempo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: NiltonBrasilNCSB • 3/11/2014 • 1.554 Palavras (7 Páginas) • 265 Visualizações
A MÚSICA NO TEMPO
Como se deu o ensino de música na educação
Desde a antiguidade a música desempenha relevante papel no decorrer da história contribuindo para a formação da sensibilidade e ao exercício da cidadania. De acordo com Loureiro (2008) a palavra música vem do grego – “Mousikê” – e designava, juntamente com a poesia e a dança, a “Arte das Musas”. O ritmo, denominador comum das três artes, fundia-as numa só. Como nas demais civilizações antigas, os gregos atribuíam aos deuses sua música, definida como uma criação e expressão integral do espírito, um meio de alcançar a perfeição.
Segundo a autora com o tempo, “mousike” passou a compreender tudo o que dizia respeito ao cultivo da inteligência, assim como “gymnastike” sintetiza tudo quanto se referisse ao desenvolvimento físico. Receber uma educação musical compreendia estudar a fundo todas as artes liberais, a escrita, a matemática, o desenho, a declamação, a física e a geometria, saber cantar num coro e tocar perfeitamente pelo menos um instrumento. Pela música e pela ginástica, buscava-se o equilíbrio entre a mente e o corpo, “ginástica para o corpo, música para a alma”.
Durante a Idade Média, a Igreja Católica passa a incluir a música nos cultos cristãos, acreditando que a música fosse capaz de exercer forte influência sobre os homens. Os representantes da Igreja prestaram um valioso apoio à investigação e ao ensino musical. Fundaram capelas, colégios, academias, bibliotecas, conjuntos polifônicos e instrumentais estimulando a formação de compositores, cantores, concertistas e musicólogos. E também passa a difundi-la pelo mundo através dos jesuítas.
De acordo com Amato (2008) A música foi um dos principais recursos utilizados pelos jesuítas no processo de escolarização da juventude européia, com vistas à formação do bom cristão. Além de constituir uma disciplina, estava presente no currículo das escolas, enriquecendo as festas e os cultos religiosos. Graças à influência dos protestantes e dos católicos, sobretudo dos jesuítas, a educação musical nas escolas até o final do séc. XVIII foi praticada com fins estritamente religiosos.
O mesmo aconteceu no Brasil, por intermédio dos jesuítas as primeiras informações musicais eruditas surgiram com a intenção de recrutar novos servos para Deus, encontraram na música um meio de conquistar os indígenas. A música simples e singela trazida por eles encantou os indígenas desde a primeira missa. A música brasileira também recebeu contribuições dos escravos negros, com seus instrumentos de percussão ( Ganzá, Cuíca e Atabaque) em contato com os índios e portugueses, os negros começaram a criar música e arranjos instrumentais bem característicos, embalados pelo ambiente que aqui encontraram.
Segundo Loureiro (2008) ligada a rituais de magia, à religião, a música revelava-se através da expansão instintiva do som, da cadência rítmica, porém mostrava a simplicidade na melodia e nos instrumentos musicais. Sua aprendizagem ocorria através de suas práticas nos rituais e na comunicação com as divindades veneradas. Os padres jesuítas dela também se apropriaram. Trabalhando na catequese e aculturação dos indígenas, eles usaram a música para comunicar sua mensagem de fé, ao mesmo tempo em que buscavam uma aproximação com o habitante nativo.
De acordo com a autora a presença da Corte no Brasil estimula o desenvolvimento de um processo de modernização, sobretudo no Rio de Janeiro, sede do governo real. Neste quadro surgiram algumas instituições no campo cultural, tais como Academias Militares, Biblioteca Real, cursos superiores e a Escola Nacional de Belas Artes. A atividade musical ganha, assim, uma nova expressão. Em 1854 um decreto federal regulamentou o ensino de música no país e passou a orientar as atividades docentes. No ano seguinte, um outro decreto fez exigência de concurso público para a contratação de professores de música.
Nagle (1968) nos diz que na primeira república, a legislação educacional assumiu características diferentes em cada estado, cada região passou a estruturar o ensino de maneira distinta, no caso de São Paulo o ensino primário oficial organizou-se em dois cursos: o curso preliminar (para crianças entre 07 e 15 anos) e o curso complementar. O curso preliminar apresentava seis modalidades: as escolas preliminares, as escolas intermediárias, os grupos escolares (reunião de 04 a 10 escolas preliminares), as escolas provisórias, as escolas noturnas e as escolas ambulantes.
Gomes (2008) complementa, nos primeiros anos da República, a orientação para o ensino da música privilegiava sua peculiaridade de sensibilização e elevação dos sentimentos. A idéia do tipo de música que provocava esta elevação do espírito e dos sentimentos, adoçando os costumes, na perspectiva dos reformadores republicanos, nos é dada a conhecer por um álbum de músicas datado de 1897, da Escola Caetano de Campos, que contém peças musicais manuscritas; predominantemente marchas, hinos e canções. Somente a partir da determinação legal de um programa oficial para o ensino de música das escolas preliminares, em 1894, as orientações, prescrições e debates sobre como o ensino da música deveria se concretizar, buscando uniformizar sua prática, começam a figurar nos Relatórios de Ensino .
As prescrições para o ensino da música davam um direcionamento para o conhecimento formal, para um repertório erudito, para uma forma erudita de cantar. Para as aulas práticas de canto, a prescrição era a utilização de técnicas vocais eruditas. Para a aquisição gradativa deste conteúdo, as prescrições teóricas eram relacionadas ao domínio da leitura e escrita da notação musical, exercitada nas práticas de solfejo, para a conseqüente compreensão do texto musical completo: a partitura.
De acordo com Nagle (1968) a partir da década de 1920, diversas transformações nos modelos e nas legislações relativas ao ensino de música ocorreram. Em 1923, as escolas públicas paulistas passaram a utilizar como modelo de musicalização o método “tonic-solfa”. Em 1928 uma lei federal criou os jardins de infância com orientação especializada. Nas décadas de 30 e
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