A origem da fissura, a síndrome do vício
Tese: A origem da fissura, a síndrome do vício. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: adrianasarmento • 2/11/2014 • Tese • 2.129 Palavras (9 Páginas) • 260 Visualizações
Origem do crack, a síndrome da dependência
As drogas de um modo geral são nocivas não apenas para a saúde, mas para a sociedade de um modo geral, considerando que a partir da sua ingestão ela provoca mudanças de humor e consequente de comportamento provocando nesse individuo ações que conturbam as suas funções cerebrais induzindo-o a atitudes que afetam todos que estão á sua volta. Por isso, é considerada nociva e o uso contumaz dessas drogas cria dependência e é ilegal
O crack é proveniente da cocaína e esta é extraída do vegetal Erythroxylon coca que submetida a um processo químico em laboratório, dela se fabrica um pó. Porém, para ser transformada em pó é passada por um processo inicial em que as folhas são prensadas em ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, resultando no sulfato de cocaína que se constitui de uma pasta, é o chamado crack por ser parte desse processo inicial é uma droga muito mais barata e por isso vendida mais facilmente. (NARLOCH, Leandro. 2008). O crack é uma droga cinco vezes mais potente que a cocaína e considerada com maior poder de devastação.
A síndrome da dependência é caracterizada por um conjunto de fenômenos fisiológicos que afetam o cognitivo e o comportamento do individuo e alcança prioridade suplantando os seus valores e princípios até então cultivados. E os seu desejos e vontades tornam-se cada vez mais irresistíveis fugindo do seu controle mental. Algumas dessas substâncias agem com maior rapidez e a síndrome se instala com maior poder de coação sobre os desejos desse individuo.
O usuário
O consumidor de crack chega a um nível de dependência tamanha, que se torna incapaz de manter uma rotina de trabalho ou de estudo e passa a viver unicamente em busca da droga para saciar o seu desejo e não mede esforço para consegui-la, vendem tudo que encontra à disposição ficando apenas com a roupa do corpo, e até se prostituem para conseguir manter o vício.
Inicialmente o seu efeito é liberar uma substancia natural do cérebro chamada dopamina que traz uma sensação de euforia e prazer. Entretanto, esse prazer tem no máximo 10 minutos de duração por isso é que o usuário vai a busca de doses mais constantes e mais elevadas numa constante ansiedade e irritabilidade porque as respostas de prazeres e euforias vão diminuindo e a ansiedade aumentando até que os níveis de dopamina entram em falência e já dependente ele entra em depressão, vivendo entre os polos da emoção irracional: da depressão a irritabilidade crescente e da agitação à paranoia, tornando-se incapaz para exercer qualquer atividade. CEBRID (2003),
Depois de usar o crack o individuo apresenta um quadro de extrema violência, e a primeira vítima da sua agressividade é a própria família, desestruturando todo o clima dos seus entes, abrangendo para todos do seu entorno afetando a sociedade, com atitudes criminosas, como roubos e assassinatos em função de conseguir dinheiro para a manutenção do uso da droga.
O usuário do crack está sujeito a uma morte súbita pelo estado vulnerável de tensão constante imposta pelo grau excessivo de ansiedade e irritação. A temperatura do corpo fica muito elevada, podendo sofrer um acidente vascular cerebral. Além disso, essa droga destrói os neurônios e degenera a musculação do corpo, inibe a fome e o dependente passa muito tempo sem dormir; por esses motivos é que o individuo vai assumindo uma aparência esquelética, o corpo fica sem resistência e consequentemente adoece com muita facilidade.
Políticas Públicas
As políticas públicas com respeito aos problemas do crack ainda são muito recentes e ainda há muito preconceito relacionado a essa questão, conforme declara a CMN- Confederação Nacional de Municípios
A exclusão social e a ausência do cuidado integral aos que sofrem de transtornos mentais ainda estão presentes, de forma histórica e contínua. A reforma psiquiátrica brasileira e a Política Nacional de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas apontam para a necessidade da reversão do modelo assistencial, de (CNM; 2011; p:16)
O que impede que haja uma maior articulação em torno de se definir uma condição que venha a promover um tratamento para esses dependentes químicos e mobilização da sociedade para um enfrentamento de desarticulação da droga.
O que se percebe é uma política de repressão que infelizmente não traz na definitiva para a erradicação do problema. Porém a publicação do Decreto nº7. 179, de 20 de maio 2010, que institui o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, apresenta planos de ações imediatas prevendo o combate ao crack com as seguintes ações: Combate, tratamento, prevenção e justiça ficando decidido e expresso nos seguintes termos:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,
DECRETA:
Art. 1o Fica instituído o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, com vistas à prevenção do uso, ao tratamento e à reinserção social de usuários e ao enfrentamento do tráfico de crack e outras drogas ilícitas.
§ 1o As ações do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas deverão ser executadas de forma descentralizada e integrada, por meio da conjugação de esforços entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, observadas a intersetorialidade, a interdisciplinaridade, a integralidade, a participação da sociedade civil e o controle social.
§ 2o O Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas tem como fundamento a integração e a articulação permanente entre as políticas e ações de saúde, assistência social, segurança pública, educação, desporto, cultura, direitos humanos, juventude, entre outras, em consonância com os pressupostos, diretriz e objetiva da Política Nacional sobre Drogas. (BRASIL, 2012).
Este plano Segundo a CMN - Confederação Nacional de Municípios - prevê um orçamento de 400 milhões contando com a,
Coordenação conjunta da Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Republica, e da Secretaria Executiva do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, as ações integradas para a prevenção, tratamento e reinserção social de usuários de crack e outras drogas constituem um grande plano que conta com a participação de
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