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ASSISTÊNCIA A SEGURANÇA

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Por:   •  29/3/2014  •  Tese  •  4.278 Palavras (18 Páginas)  •  198 Visualizações

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Eles não são empregados, são pessoas

Duas mudanças extraordinárias vêm ocorrendo no mundo dos negócios sem que a maioria de nós tenha prestado muita atenção. Em primeiro lugar, um número espantoso de pessoas que trabalham para empresas não são mais empregados tradicionais dessas organizações. E, em segundo lugar, um número cada vez maior de empresas está terceirizando suas relações de emprego. Elas não administram mais os principais aspectos de suas relações com as pessoas que são, formalmente, seus funcionários. Essas tendências não devem se reverter tão cedo. Na verdade, provavelmente vão se acelerar. E estão ocorrendo por alguns bons motivos, como veremos.

Dito isso, a atenuação das relações entre as pessoas e as organizações para as quais trabalham representa um grave perigo para os negócios. Uma coisa é uma empresa aproveitar um talento free lance por um bom tempo ou terceirizar os aspectos mais enfadonhos da administração de recursos humanos. Algo muito diferente é esquecer, nesse processo, que desenvolver talentos é a tarefa mais importante -- o sine qua non da competição numa economia do conhecimento. Se, ao se desvencilhar das relações com os empregados, as organizações também perderem sua capacidade de desenvolver pessoas, elas terão feito, sem dúvida, um pacto com o diabo.

Todos os dias úteis, um dos maiores empregadores privados do mundo, a empresa suíça Adecco, coloca cerca de 700 000 cadastrados em funções administrativas, industriais e técnicas, temporárias ou integrais, em negócios espalhados pelo mundo -- desses, talvez cerca de 250 000 sejam alocados nos Estados Unidos. A Adecco é a gigante da indústria de trabalho temporário, mas detém apenas uma pequena parte de um mercado global totalmente fragmentado. Apenas nos Estados Unidos, há milhares de companhias como ela que fornecem, juntas, cerca de 2,5 milhões de trabalhadores todos os dias. Em todo o mundo, pelo menos 8 milhões de trabalhadores temporários (se não forem 10 milhões) são disponibilizados a cada dia. E 70% de todos os temporários trabalham em período integral.

Quando começou, há cerca de 50 anos, a indústria do trabalho temporário fornecia funcionários administrativos de baixo escalão para ocupar o posto de escriturários, recepcionistas, telefonistas e estenógrafos que estivessem doentes ou de férias. Hoje em dia, há fornecedores de trabalho temporário para qualquer tipo de cargo, do mais baixo ao executivo-chefe. Uma empresa, por exemplo, fornece gerentes industriais capazes de chefiar fábricas novas desde a sua concepção até que as instalações estejam em produção plena.

Em um desdobramento relacionado a essa tendência, a Organização de Empregados Profissionais (OEP) foi o serviço empresarial que mais rapidamente cresceu nos Estados Unidos na década de 90. Esse tipo de empresa gerencia os funcionários dos seus clientes, bem como suas relações de emprego -- ou seja, as tarefas administrativas típicas de RH, associadas à gerência de pessoas. Há apenas dez anos, as OEPs eram praticamente desconhecidas, mas por volta de 2000 tornaram-se as "co-empregadoras" de 2,5 milhões a 3 milhões de trabalhadores americanos de baixo e alto escalão. Há, hoje, pelo menos 1 800 dessas organizações.

As OEPs, assim como as agências de trabalho temporário, expandiram enormemente sua atuação nos últimos anos. As primeiras, criadas no fim dos anos 80, ofereciam serviços de contabilidade a seus clientes, especialmente folha de pagamentos. Hoje, as OEPs podem cuidar de quase todas as tarefas envolvidas em gerência e relações empregatícias: manutenção de registros e conformidade a normas legais, contratações, treinamento, colocações, promoções, demissões e cortes, planos de aposentadoria e pagamento de pensões. No início, as OEPs restringiam-se a cuidar de relações empregatícias em pequenas firmas. Mas a Exult, provavelmente a OEP mais conhecida, foi criada desde o início para ser co-empregadora de 500 companhias globais que fazem parte da lista da revista Fortune. Fundada há apenas quatro anos, a Exult já abriu o capital e é negociada na Nasdaq.

Tanto a indústria do trabalho temporário como as OEPs estão crescendo rapidamente. A Adecco está se expandindo a uma taxa de 15% ao ano. No segundo trimestre de 2001, as receitas da Exult cresceram 48%: de 43,5 milhões de dólares para 64,3 milhões. E a indústria das OEPs cresce a uma taxa de 30% ao ano. Em termos coletivos, essas empresas esperam tornar-se co-empregadoras de 10 milhões de trabalhadores americanos por volta de 2005.

O leitor deve estar se perguntando: "Como é possível um gerente trabalhar se não pode contratar, promover ou demitir as pessoas em seu departamento?" Eu fiz essa pergunta a um executivo sênior da BP Amoco, cujos funcionários, incluindo cientistas seniores, são atualmente gerenciados pela Exult. A resposta: "A Exult sabe que tem de me satisfazer se quiser manter o contrato. É claro, são eles que tomam a decisão de demitir ou transferir alguém. Mas, em geral, por sugestão minha ou depois de terem me consultado".

De fato, alguma coisa está acontecendo nas relações empregatícias que não combina com o que os livros de administração ainda dizem e com o que nós ensinamos nas escolas de negócios. E certamente não combina com a forma como os departamentos de RH da maioria das empresas foram concebidos.

ESTRANGULADOS PELA BUROCRACIA

O motivo geralmente invocado para a popularidade dos trabalhadores temporários é que eles dão flexibilidade aos empregadores. Mas um número grande demais de temporários trabalha para o mesmo empregador por longos períodos -- às vezes, ano após ano -- para que essa seja a única razão. E a flexibilidade não explica a emergência das OEPs. Uma razão mais plausível para a popularidade dessa tendência é que ambos os tipos de organização, por meios legais, transformam em "não-empregados" as pessoas que trabalham para as empresas. Eu diria que a força motriz por trás do crescimento constante dos temporários e da emergência das OEPs é o fardo cada vez maior de leis e regulamentos que os empregadores têm de seguir.

O custo dessas leis e regulamentos, sozinho, ameaça estrangular pequenos negócios. Segundo o Departamento de Pequenas e Médias Empresas dos Estados Unidos, o custo anual relativo a regulamentos governamentais, papelada exigida pelo governo e impostos, para uma pequena empresa que empregue menos de 500 funcionários, era de cerca de 5 000 dólares por funcionário em 1995 (o último ano para o qual há números confiáveis). Isso representa sobrecarga de

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