Administração Da Ação Comercial

Parte VII

A administração da ação empresarial

As empresas se manifestam sob formas diferentes e tamanhos extremamente variados. Elas se dirigem a objetivos diversos e sofrem desdobramentos ou mudanças radicais, no ambiente externo ou interno. Para arcar com esses dois desafios a empresa articula estratégias julgada apropriadas para aproveitar as oportunidades que surgem intempestivamente, e para escapar das ameaças e dos perigos ambientais que não anuncia a sua chegada. Para que a estratégia empresarial seja eficiente e eficaz, a empresa precisa articular-se como um sistema integrado, como um organismo único e obter flexibilidade e sinergia, tanto pelos níveis: nível institucional, intermediário e operacional. Cada um desses níveis desempenha um papel diferente na ação empresarial. O nível institucional se defronta com o ambiente de tarefa e lida basicamente com a incerteza e com as ações e contingências externas. O nível operacional se defronta com a tecnologia utilizada pela empresa e lidar com execução das tarefas e operações do seu dia a dia. O Nível intermediário faz a negociação entre ambos os níveis, gerencia o nível operacional, a partir das decisões tomadas no nível institucional.

Esta interpretação faz com que a incerteza provinda do ambiente por meio do nível institucional seja absorvida e transformada em programas e esquemas de operações para o nível operacional, o qual deve funcionar dentro de uma racionalidade técnica voltada para a eficiência. Além disso, a ação empresarial precisa ser planejada, organizada, dirigida e controlada nesses três níveis empresariais para que seja bem sucedida e possa capacitar a empresa para sua sobrevivência e seu crescimento. Assim, planejamento, organização, direção e controle são funções administrativas que apresentam características diferentes em cada um dos três níveis da empresa. Conforme essas funções administrativas se aproximam da cúpula da empresa, isto é, do nível institucional passam a conviver com as incertezas e ganham características de sistema aberto. À medida, porém, que elas se aproximam da base inferior da empresa, isto é, do nível operacional, elas passam a conviver com a necessidade de certeza e ganham características de sistema fechado. Para o lado externo da empresa, precisam garantir eficiência; para o lado interno, precisam garantir eficiência.

Ambiente

Racionalidade Empresarial

Incerteza e Lógica de Busca da

Imprevisibilidade Nível Institucional Sistema Aberto Eficácia

Amortecimento

e Absorção Mediação e

da Incerteza Nível Intermediário Integração

Lógica de

Busca da Certeza Nível Operacional Sistema Fechado Busca da

e Previsibilidade Eficiência

Racionalidade Técnica

Tecnologia

Todo processo administrativo precisa sofrer mudanças e ajustamentos, conforme a tecnologia apresenta mudanças ou características diferentes, principalmente no nível operacional da empresa. E, assim, quando a empresa muda seus objetivos em função de todas essas mudanças, ela também muda a sua estratégia empresarial para melhor atingi-los. Sempre que a estratégia empresarial apresenta mudança ou características diferentes, todo processo administrativo precisa sofrer mudanças e ajustamentos em sua totalidade, podendo variar de um nível para o outro constante a ênfase na mudança estratégica esteja voltada para o ambiente ou a tecnologia. Todo processo administrativo não podem ser visualizados simplesmente do ponto de vista de princípios universais de administração validados para toda e qualquer situação. Ao contrario, a administração da ação empresarial e todo o processo administrativo que a torna dinâmica precisam ser visualizados do ponto de vista de uma abordagem contingencial que considerem os diferentes e complexos aspectos multivariados ocorrido em cada situação.

Quando as mudanças provêm do ambiente externo, o nível institucional sofre mais um impacto da incerteza provocada por essas mudanças externas e maior deve ser a sua flexibilidade para suportar as pressões, coações e contingências ambientais. O nível intermediário também sofre parte essas pressões, mas precisa atenua-las e observa-las para que não prejudiquem o andamento das operações e tarefas do nível operacional. Na proporção em que as mudanças ocorrem na própria tecnologia utilizada pela empresa, o nível operacional sofre um impacto dessas mudanças e precisa ser bastante flexível para poder absorvê-las incorporá-las as tarefas e operações.

Capítulo 19

Competências organizacionais e criação de valor

Não basta ter recursos à disposição de uma empresa. Eles não sabem trabalhar sozinhos, e nem possuem vida, inteligência ou racionalidade própria. Na verdade, os recursos constituem apenas a plataforma física sobre a qual a organização opera. Os recursos precisam ser reunidos, agrupados, utilizados e rentabilizados, ou seja, aplicados de maneira integrada no sentido de produzir resultados excepcionais para empresa.

Conceito de competência

Competências formam um “conjunto de saberes, práticas e comportamentos, procedimentos e tipos de raciocínio, que se pode acessar em um novo aprendizado” (Montmollin, 1984).

Competências formam um “conjunto de conhecimentos, capacidades de ação e comportamentos estruturados ou colocados em disponibilidades