Agressividade Infantil: Um Estudo Sobre O Comportamento Entre As Crianças De 4 A 5 Anos
Pesquisas Acadêmicas: Agressividade Infantil: Um Estudo Sobre O Comportamento Entre As Crianças De 4 A 5 Anos. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Amorosa • 20/11/2014 • 4.419 Palavras (18 Páginas) • 677 Visualizações
Agressividade Infantil: Um estudo sobre o comportamento entre as crianças de 4 a 5 anos na Escola Santa Isabel
Evaneide de Souza Pereira2
Resumo
Este artigo propõe uma reflexão sobre a causa da agressividade entre crianças de quatro e cinco anos da Escola Santa Isabel, numa perspectiva de perceber a agressividade, não como um comportamento inato, mas adquirido durante a vida. Inicialmente analisa a infância e desenvolvimento, discutindo-se o ser criança enquanto sujeito em construção, com condutas próprias e outras que serão adquiridas durante seu crescimento. Em seguida disserta sobre Impulsos agressivos, características inerentes a todo ser vivo, mais evidente, especificamente, nas crianças pequenas, por estarem em formação e em faixa etária onde predomina o egocentrismo. A agressividade familiar com seus parâmetros distorcidos de disciplina por parte dos pais pode vir a ser um agravante, quando estes, ora são autoritários, ora permissivos demais. Aponta-se a família como principal responsável pelo desajuste emocional das crianças. Por último, focaliza-se a agressividade escolar em seus questionamentos e complexidades que permeiam uma infinidade de indagações envolvendo pais e educadores, na busca de soluções para a origem dos conflitos e embates envolvendo crianças.
Palavras-chaves
Infância e Agressividade; Desenvolvimento Infantil; Violência Familiar
Introdução
Conviver com a violência em suas variáveis formas é uma realidade presente em todas as esferas da sociedade que também tem atingido os muros da escola municipal. É justamente neste contexto escolar onde funciona o Centro Municipal de Educação Infantil Santa Isabel que situamos o presente estudo.
Inicialmente, realizamos uma investigação pedagógica visando sondar as problemáticas mais críticas que perpassam esse cotidiano escolar. Os indicadores evidenciaram ser urgente um estudo sobre manifestações de comportamentos agressivos na infância. Tais condutas agressivas entre as crianças aconteciam nas salas de aula, nos corredores, banheiros e, principalmente no horário do recreio, sob os variados tipos: apelidos, empurrões, chutes, socos e discriminações. A freqüência dessas práticas e tendências antissociais como: furto de balas, borrachas, lápis e brinquedos, foram o que instigou os professores e equipe da escola a não somente observar mas, procurar identificar, as possíveis causas desses procedimentos entre as crianças. Ao abordar este tema considerou-se a necessidade de conhecer a história da criança, a fim de obter elementos sobre seu comportamento no contexto familiar e reconhecimento externo adquirido daquilo que faltou e do suprimento dessa falta, vivida como experiência dolosa, uma vez que os professores das crianças, antes mesmo da família, foram os primeiros a expressar preocupação e mal-estar diante desse comportamento.
De posse desses indicadores a nossa equipe elaborou um plano pedagógico de assistência à família, objetivando elencar as causas dessa agressividade e conseqüentemente, medidas para solucionar tal problema no ambiente escolar. Durante a aplicabilidade do plano, verificou-se que o comportamento agressivo das crianças decorre do padrão de conduta dos pais e ou responsáveis. Também se percebeu através do diálogo com os pais que as crianças ficam expostas por longos períodos frente à TV, com a permissão dos mesmos absorvendo as influências negativas da mídia sobre o seu comportamento.
A discussão sobre a agressividade entre as crianças de quatro e cinco anos é polêmica, mas, é natural que haja conflitos e divergências de opiniões entre os autores e possíveis leitores. A polêmica passa pela questão dos limites, que entre os autores consultados, todos são unânimes em afirmar que os limites são necessários, no sentido de nortear o comportamento, o respeito e as regras de convivência social; o dissenso se dar se dá na aplicabilidade dos métodos utilizados para apresentar esses limites à criança.
É necessário todo um trabalho de suporte não só da família, mas também da escola, um trabalho que envolva do gestor ao porteiro, alicerçando assim procedimentos construídos em conjunto, com acompanhamentos diários e um olhar mais humano, pois todos os responsáveis pela criança ou aluno, devem ser agentes de mudança; já que, conviver com a violência em suas distintas formas, é uma realidade presente, em todas as esferas da sociedade. Na escola não é diferente. De acordo com a revista Nova Escola: “No Brasil, a agressividade infantil, acontece em 100% das escolas, independente da faixa etária” (p.32, 2009).
A agressividade infantil, na maioria das vezes, está relacionada a desajustes de origem familiar. O aprofundamento deste estudo será apresentado neste artigo mediante o desenvolvimento destes tópicos: Infância e Desenvolvimento, Comportamento e Impulsos Agressivos, Violência Familiar e Agressividade Escolar.
1 Infância e desenvolvimento
A infância se dá dos primeiros meses até a puberdade. Durante os primeiros anos, a criança observa, percebe e assimila sentimentos, noções e conceitos bons e ruins que nortearão toda a sua vida, sendo assim, a criança tem necessidade de um quadro estruturante, com referências e limites claros, para a construção de sua personalidade. Os afetos, as emoções e os sentimentos são essenciais na infância, para a formação e construção dos vínculos com os adultos que a rodeiam.
O desenvolvimento psicopedagógico da criança é influenciado pelas interações e relações sociais do meio que a rodeia. A interdependência que existe entre esse meio e as interações se modificará dependendo do nível de assimilação e das influências positivas e negativas que farão parte do conhecimento adquirido por ela.
Para entender o comportamento agressivo, é necessário olhar um pouco para o desenvolvimento da criança e como ela aprende a se comportar agressivamente. As emoções vão mediar às ações da criança por toda sua vida, é utilizando e manifestando algumas emoções que elas se comunicarão e expressarão seus anseios, vontades e necessidades, que vão se modificando através dos seus atos motores. Às vezes, um choro pode representar tristeza ou alegria; uma tapa nas costas pode ser um carinho ou uma agressão; um grito pode
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