Análise do processo de ensino-aprendizagem de um curso de Administração Pública EAD através da verificação do AVA e do polo de apoio presencial
Por: Alexandro José Marques • 24/4/2019 • Artigo • 5.172 Palavras (21 Páginas) • 347 Visualizações
Análise do processo de ensino-aprendizagem de um curso de Administração Pública EAD através da verificação do AVA e do polo de apoio presencial
Alexandro José Marques
Curso Pós Graduação em Metodologias em Ensino EAD
Polo Campo Grande – MS
Resumo
O objetivo geral deste trabalho é analisar o processo de ensino-aprendizagem a partir da verificação do AVA e do polo de apoio presencial, do curso de Administração Pública da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Os objetivos específicos são analisar e analisar a disponibilidade de tutoriais no AVA; o acesso ao AVA por parte dos professores e alunos; a forma com que os materiais didáticos são disponibilizados no ambiente e as condições e estrutura de um polo de apoio presencial. A metodologia de pesquisa do presente trabalho é de natureza descritiva e predominantemente interpretativa, considera-se também exploratória. Os resultados apontaram que o acesso dos professores, ele é feito de modo bastante irregular. Em relação ao acesso por parte dos alunos, o fato de as atividades vencerem em um único dia conduz ao afastamento do aluno do ambiente, já que ele tende a deixar tudo para a última hora. A estrutura do polo de apoio presencial mostrou-se bastante adequada para o atendimento e condução das atividades do curso. As limitações desse trabalho abarcam o fato de não ter ocorrido entrevistas pessoal com os atores envolvidos no processo. Outras pesquisas devem ser feitas, principalmente para entender os motivos pelos quais há evasão.
Palavras-chave: Educação a distância; polo de apoio presencial; Administração Pública; processo de ensino-aprendizagem.
1 Introdução
O processo de ensino e aprendizagem a partir do advento da globalização tem tomado proporções nunca vistas na história da educação. Falar em globalização parece às vezes redundante, pois o mundo sempre foi global. Entretanto, o atual estágio de intensidade do processo de integração das culturas e dos povos dar-se-á graças ao acesso quase irrestrito às mais diversas tecnologias de informação e comunicação (TICs), que vêm quebrando barreiras e paradigmas e encurtando distâncias.
Sendo assim, as TICs têm tomado relevante papel no processo educativo, permitindo que milhares de pessoas que nunca tiveram acesso ao ensino superior pudessem tornar aos estudos, mas não por meio da ocupação dos bancos e dos espaços físicos da escola tradicional, mas, muitas vezes dentro de suas próprias residências, no trabalho, nas chamadas lan houses, nas ruas, nos cafés cibernéticos, por meio das transmissões televisivas e através dos mais diversos meios de comunicação, desde que possuem acesso à word wild web (www).
Embora tal entendimento possa parecer dicotômico, em verdade, universidades, mestres, alunos e demais atores que compõem o complexo processo educacional estão construindo uma história sem precedentes, já que a educação a distância (EaD) tem procurado encontrar seus próprios caminhos e, com o tempo, nota-se um esforço de distanciar-se ou distinguir-se do processo de ensino-aprendizagem tradicional.
Tem-se, então, o ambiente virtual de aprendizagem (AVA), como requisito tecnológico fundamental para contrapor a ausência física de uma sala de aula formada geralmente por quatro paredes e teto, com carteiras e quadro-negro disposto de forma tal a atender alunos e professores. Em termos estruturais, a escola tradicional não ousou muito além desses elementos básicos e seus agregados, como uma biblioteca, pátio recreativo e refeitório.
Já o polo presencial parece existir para atender mais às expectativas de integração social dos discentes e docentes, do que necessariamente à necessidade de existência de uma localidade física. Tal afirmativa é justificada ao se constatar as mais diversas abordagens de AVA que possuem recursos tais, capazes de garantir, inclusive, a presença física de alunos e professores, conforme as abordagens do e-learning.
Segundo Motta (1999), o polo de apoio presencial é um núcleo de apoio pedagógico e deve dispor de biblioteca, laboratório de informática, tutoria presencial, aulas presenciais, práticas de laboratório, dentre outras atividades.
O polo de apoio presencial promove as condições para a permanência do aluno no curso, criando um vínculo mais próximo com a universidade, valorizando a expansão, interiorização e regionalização da oferta de educação superior pública e gratuita. E ainda pode se constituir em importante fator de integração e desenvolvimento regional, concorrendo para uma maior horizontalização dos circuitos econômicos e culturais locais, para poder participar de programas e cursos de formação inicial e continuada (BRASIL, 2009).
Exposta a problemática, a pergunta-problema foi elaborada de forma a orientar as principais discussões aqui propostas, a saber: de que forma o AVA e o polo de apoio presencial estão configurados e organizados de maneira a atender efetivamente às carências do discente enquanto principal produto do processo de ensino-aprendizagem, do curso de Administração Pública, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul? Nesse contexto o objetivo do trabalho é analisar o processo de ensino-aprendizagem a partir da verificação do AVA e do polo de apoio presencial, do curso de Administração Pública da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Verificar a disponibilidade de tutoriais no AVA; verificar a frequência do acesso ao AVA por parte dos professores, alunos e tutores no AVA; verificar de que forma os materiais didáticos são disponibilizados no ambiente; verificar as condições e estrutura do polo de apoio presencial.
2 Revisão Teórica
Esta seção está organizada da seguinte maneira. Procurando atender aos objetivos dispostos anteriormente, primeiramente abordar-se-á os principais modelos e tecnologias existentes na EaD no Brasil (crescimento e perspectivas). Logo após serão apresentados os principais indicadores e padrões de qualidade para cursos de educação superior a distância e, em terceiro e último lugar serão apresentadas as considerações acerca dos polos de apoio presencial.
2.1 Modelos e tecnologias existentes na EaD no Brasil.
De acordo com Almeida (2014) a EaD no Brasil é efetuada principalmente por meio de broadcast, que no dicionário Michaelis de inglês significa processo de transmissão empregando-se meios de suporte televiso e/ou por radiofusão.
Entretanto Kenski (2010) informa que tal processo de broadcast foi seminal para os precursores da EaD no Brasil (1970-1979), como por exemplo, o projeto Saci e o Telecurso 1º e 2º Graus, além de outros projetos como o TV Escola, que foi criado visando a formações de professores por meio de vídeos educativos e programa televisivos já em meados da década de 1990.
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