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Aqui Nasce O Tiete

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Por:   •  21/9/2014  •  1.182 Palavras (5 Páginas)  •  307 Visualizações

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"Aqui Nasce o Tietê"

A região é conhecida por Pedra Rajada, na Serra do Mar. Fica no município de Salesópolis, numa altitude de 1.030 metros, a 22 quilômetros do Atlântico. Lá, onde nasce um pequeno olho de água cristalinas, sob duas pedras envoltadas por uma vegetação silvestre, há uma placa de bronze onde se lê: "AQUI NASCE O RIO TIETÊ. Sociedade Geográfica Brasileira 1554-1954".

Desprezando o mar, o Tietê avança interior adentro. Depois de andar um pouco, começa a se engrossar com as dezenas de braços d'água que formam seus primeiros afluentes. A paisagem inicial é caracterizada por vales entalhados em encostas abruptas e por corredeiras e cachoeiras que, antes do rio acalmar-se nas mediações de Moji da Cruzes, marcam sua luta com as resistentes rochas da região.

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O Importante Desconhecido

O rio Tietê é um símbolo de São Paulo. Geograficamente, divide o estado ao meio, cruzando-o leste a oeste. Historicamente, foi importantes personagens desde dos tempos do descobrimento - durante os bandeiras, as monções, a cafeicultura, a industrialização. Economicamente, é uma grande fonte de energia.

O Tietê deixou de ser um simples curso d'água para tornar-se um verdadeiro mar

dentro do estado, com suas varias represas construídas para gerar eletricidade,

incentivar a navegação, proporcionar lazer e restabelecer os ciclos biológicos da flora e da fauna. Em seus Quase 1.100 quilômetros, que se iniciam na Serra do Mar e terminam no rio Paraná, na divisa com o estado do Mato Grosso do Sul, cruza uma das regiões mais ricas do hemisfério sul e uma das maiores metrópoles do mundo atual.

Apesar disso, o rio Tietê é quase desconhecido para os que convivem com ele. Mas um desconhecido muito especial: é quase uma navegação. Ele nunca propôs uma navegação fácil aos aventureiros que nele se lançaram, sempre atormentou as cidades com inundações e empesteou suas várzeas com mosquitos e focos infecciosos. Com o tempo, assumiu um prestígio às avessas: adquiriu um nível de poluição alarmante e sua imagem ficou vinculada a algo de ruim e destrutivo.

Esse livro pretende resgatar uma dívida com o rio. Não é uma expiação: é só uma descoberta . A descoberta do velho e desconhecido Tietê .

Rumo: Metrópole

Em seu caminho para o interior, o Tietê desliza tranqüilamente pelos vales da região de Moji das Cruzes, onde, à sua passagem, forma meandros caprichosos e cria condições adequadas para o cultivo de verduras e hortaliças. Nesse trecho, o rio forma as várzeas que caracterizam a paisagem local. No período das chuvas, estas ficam freqüentemente

inundadas, dificultando a ocupação da área. Esse caminho sinuoso do leito também forma portos de areia, muitas vezes extraídos através de escavações em seu encaixe natural.

Deixando para trás as terras altas, o Tietê percorre uma região de pequenas colinas e trechos planos. Ele está se aproximando de São Paulo, e vai conhecer as conseqüências do progresso.

Às portas da cidade, o Parque Ecológico se coloca como um exemplo do aproveitamento racional das margens do Tietê, oferecendo lazer numa região carente de áreas verdes e atuando como elemento integrador do rio na paisagem urbana. Ao afastar as avenidas marginais das bordas do rio, o Parque indica um caminho para a ocupação otimista de suas várzeas.

Enquanto isso, poluição doméstica e industrial se incorpora às águas do rio e as modifica. Elas se tornam negras, densas, mal-cheirosas, quase paradas, palco de um triste espetáculo.

Assim, praticamente apodrecido, o Tietê chega à metrópole paulista.

A Caminho do Oeste

Ao deixar São Paulo, o Tietê volta a encontrar um terreno rochoso e resistente, criando uma paisagem de canyons e corredeiras, formando ilhas e cachoeiras num percurso acidentado.

Nessa marcha ao interior, antes da abertura de estradas e da construção de barragens, o Tietê, principalmente a partir de Itu, era

o acesso obrigatório ao rio Paraná, por onde se atingia as terras paraguaias. Através de seu curso se preava índios e buscava pedras preciosas. Bandeirantes, com Raposo Tavares, a ele se lançaram com cerca de 100 canoas, e a busca do ouro do Mato Grosso acelerou, com as monções, o tráfego em seu leito.

Pelo rio se partiu para os Andes desbravando as selvas do Mato Grosso, e seu leito foi um dos caminhos pelos quais o território brasileiro foi ampliado para muito além do que permitiam os limites do Tratado de Tordesilhas. Nesse caminho para o oeste, ainda hoje várias cidades guardam nos nomes, nos costumes e na arquitetura, os traços desse rio que as viu nascer.

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Anhuma, Anhembi, Tietê

O Tietê, nem sempre se chamou Tietê.

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