Arenito e suas características

O termo arenito corresponde à areia litificada e seus grãos são predominantemente entre 0,062 e 2mm, tendo como base a escala granulométrica de Wentworth.

O arenito é empregado na literatura geológica com dois sentidos diferentes. Em um sentido a palavra designa segmentos clásticos com componentes de diâmetro médio, sem nenhuma conotação mineralógica, essa dada por Pettijohn em 1957. Segundo esta definição toda rocha sedimentar, composta de fragmentos minerais, são arenitos. Geralmente o quartzo e feldspato predominam nas composições dos arenitos. Além disso, adjetivos como fluvial, marinho, eólico, podem ser atribuídos para referir-se as suas origens. Os demais autores atribuem conotações genéticas ao termo apresentado (Suguio, 2003).

Os arenitos são originalmente provenientes da erosão de vários tipos de rochas matrizes, isto implica em uma grande variedade de minerais, tais como, minerais pesados, minerais químicos (carbonatos, silicatos), minerais detríticos (feldspato), entre outros. E esses minerais são provenientes de inúmeras áreas-fonte, caracterizando a complexidade da rocha estudada. A figura a seguir mostra a origem dos principais minerais componentes dos arenitos.

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          Figura 1 - Origens dos principais minerais componentes dos arenitos.

          Fonte: Suguio, 2003.

De uma maneira geral os arenitos são classificados por dois critérios fundamentais: o descritivo e o genético. Há propostas que encontram ampla aceitação, enquanto outras foram praticamente ignoradas.

Krynine (1940 a 1948) e Pettijohn (1943 a 1957) definiram as linhas básicas para esta classificação, reconhecendo a importância da mineralogia como indício de composição da rocha matriz e de tectonismo da área-fonte. O principal método de classificação usado é o diagrama triangular. Klein (1963) e Okada (1971) fizeram uma minuciosa revisão de cerca de cinquenta classificações diferentes de arenitos, constatadas no trabalho de Krynine em 1948. Dentre estas classificações será apresentado, na figura a seguir, quatro tipos de diagramas triangulares muito usados na classificação de arenitos.

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             Figura 2 - Diagrama triangulares usados na classificação de arenitos.

             Fonte: Suguio, 2003.

Segundo Folk (1951, apud SUGUIO, 2003) outro fator muito importante para a classificação de arenitos é baseado na ideia de maturidade.

A maturidade de arenitos é atingida de duas formas: química ou física. Através do intemperismo, transporte e erosão é causado um enriquecimento relativo em minerais mais estáveis quimicamente devido a destruição dos minerais mais instáveis. Esta relação pode ser expressa pela razão quartzo/feldspato. Na maturidade física o sedimento sofre, desde o intemperismo da rocha matriz, passando pela erosão, transporte e deposição. Essas mudanças influenciam na granulometria e arredondamento do material a ser depositado. A figura a seguir destaca maturidade física e os diferentes ambientes de deposição em razão da energia e viscosidade relativas envolvidas.

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Figura 3 - Maturidade física segundo Folk (1951) e os ambientes de deposição.

Fonte: Suguio, 2003.

Dentre as descrições e interpretações dos arenitos são bem comuns:

- Arenitos ortoquartzíticos: são arenitos de matriz bem pobre, possuem menos de 5% de feldspato ou partículas de rocha, são característicos de áreas tectônicas em sua origem e depositados em ambiente marinho.

- Arenitos arcosianos: apresentam 25% ou mais grãos de feldspato e menor quantidade de fragmentos líticos. Comumente integram fácies basal de arenitos não feldspáticos.