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As Diferentes Formas De Administraão No Capitalismo Moderno

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Por:   •  21/3/2014  •  2.736 Palavras (11 Páginas)  •  1.064 Visualizações

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As diferentes formas de administração

do processo de trabalho no capitalismo moderno.

A acumulação primitiva do capital

A economia da sociedade capitalista tornou-se possível graças à acumulação do capital na sociedade feudal, anterior à acumulação capitalista, em conseqüência de “processos idílicos” (aventureiros), sobretudo violentos, de obtenção de riquezas.

Segundo MARX (1971) As descobertas de ouro e de prata na América, o extermínio, a escravidão das populações indígenas, forçadas a trabalhar no interior das minas, o início da conquista e pilhagem das Índias Orientais e a transformação da África num vasto campo de caçada lucrativa são os acontecimentos que marcam os albores da era da produção capitalista. Esses processos idílicos são fatores fundamentais da acumulação primitiva. Logo segue a guerra comercial entre as nações européias, tendo o mundo por palco. Inicia-se com a revolução dos Países Baixos contra a Espanha, assume enormes dimensões com a guerra antijacobina da Inglaterra, prossegue com a guerra do ópio contra China etc.

Os diferentes meios propulsores da acumulação primitiva se repartem numa ordem mais ou menos cronológica por diferentes países, principalmente Espanha, Portugal, Holanda, França e Inglaterra. Na Inglaterra, nos fins do século XVII, são coordenados através de vários sistemas: o colonial, o das dívidas públicas, o moderno regime tributário e o protecionismo. Esses métodos se baseiam em parte na violência mais brutal, como é o caso do sistema colonial. Mas, todos eles utilizavam o poder do estado, a força concentrada e organizada da sociedade para ativar artificialmente o processo de transformação do modo feudal de produção capitalista, abreviando assim as etapas de transição. A força é o parteiro de toda sociedade velha que traz uma nova em suas entranhas. Ela mesma é uma potência econômica. (MARX, 1971, livro I, v.II, p.868-869).

Max Weber também se refere aos processos de acumulação da riqueza anteriores ao capitalismo moderno que caracterizaram as formas de capitalismo irracional. Dentre esses processos,

[ ...] a ocupação e exploração de grandes regiões fora da Europa. As aquisições coloniais dos Estados europeus deram lugar, em todos eles, a uma gigantesca acumulação de riquezas dentro da Europa. O meio empregado para este acúmulo de riquezas foi o monopólio dos produtos coloniais, as possibilidades de colocação nas colônias, isto é, o direito de transportar-lhes as mercadorias, e, finalmente, as oportunidades de ganho que oferecia o transporte, mesmo entre a metrópole e as colônias, tal como foram asseguradas pela Ata de Navegação Inglesa, de 1651. Tal acumulação de riquezas ficou garantida, sem exceção, por todos os países, mediante o exercício do poder, o que se revestiu de várias formas, isto é, o Estado tirava das colônias lucros imediatos; administrando diretamente suas riquezas, ou cedendo-as a determinadas sociedades, em troca de certos pagamentos. (WEBER, 1980, p. 136).

Assim, se acumulação primitiva do capital foi obtida mediante atividades aventureiras, como, por exemplo:

a) As grandes navegações que permitiram a colonização, e/ou,

b) Mediante a violência cristalizada na escravidão;

c) E no extermínio dos povos indígenas;

A acumulação do capital nas sociedades modernas resulta tão-somente da eficácia e eficiência da administração empresarial, isto é, da capacidade de explorar ao máximo, racionalmente, todos os recursos e/ou meios e/ou fatores da produção. Resulta, portanto da :

a) Organização racional do trabalho no interior das empresas;

b) Do cálculo econômico permanente;

c) Da análise racional, probabilística em termos matemáticos, dos mercados nacionais e internacionais;

d) Múltiplas determinações: econômicas, políticas, sociais, culturais universais.

A atenção se volta para as implicações sociais e humanas do processo de racionalização do interior das empresas, isto é, das diferentes formas de organização racional do processo de trabalho que marcaram o século XX e determinaram, em grande parte, os mercados de trabalho.

A divisão tecnológica do trabalho

A primeira expressão da racionalização do interior das empresas industriais foi à divisão do processo de trabalho em operações especializadas atribuídas a diferentes trabalhadores, já no século XVIII, conforme nos demonstrou Adam Smith (1937, p.4-5) em A Riqueza das Nações.

Um homem estica o arame, outro o retifica e um terceiro o corta; um quarto faz a ponta e um quinto prepara o topo para receber a cabeça; a cabeça exige duas ou três operações distintas: coloca-la é uma função peculiar, branquear os alfinetes é outra e até alinhá-los num papel é uma coisa separada: e o importante na fabricação de um alfinete é deste modo dividido em cerca de dezoito operações que, em algumas fábricas, são executadas por mãos diferentes, embora em outras o mesmo homem às vezes execute duas ou três delas.

Os efeitos econômicos altamente positivos da divisão do trabalho, isto é, o aumento da produtividade do trabalho, devem-se, segundo Adam Smith, a três diferentes circunstâncias:

Este aumento na quantidade de trabalho que, em conseqüência da divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de executar, deve-se a três diferentes circunstâncias: primeira, ao aumento da destreza de cada trabalhador individualmente; segunda, à economia de tempo que em geral se perde passando de uma espécie de trabalho a outra; e, finalmente, à invenção de grande número de máquinas que facilitam e abreviam o trabalho, e permitem que um homem faça o trabalho de muito. (SMITH, 1937, p.7)

Ao longo do século XIX, a divisão do processo de trabalho acentuou-se e foi por Max denominada divisão tecnológica do trabalho por conformar-se às exigências da introdução de novos instrumentais de trabalho, isto é, às exigências de um sistema de máquinas que, ao desenvolver-se, propiciou uma total reorganização do interior da fábrica.

No entanto, até o final daquele século, o trabalho industrial ainda era realizado por operários profissionais, conhecedores da matéria-prima

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