As Matrizes de Energéticas
Por: camilazevedo • 20/7/2015 • Seminário • 3.194 Palavras (13 Páginas) • 136 Visualizações
Matrizes Energéticas
Matrizes energéticas são as diferentes fontes de energia disponíveis para o desenvolvimento das atividades sociais. Seja na indústria, na produção de energia elétrica ou nos transportes, é necessário haver uma fonte de energia que possibilite o funcionamento das máquinas e realização dos trabalhos. Sendo uma das grandes preocupações da humanidade, as discussões sobre as matrizes energéticas ocupam grande espaço na mídia e nos centros de pesquisas tecnológicas, onde o grande desafio consiste em descobrir fontes de energia renováveis, baratas e “limpas”.
O Brasil possui a matriz energética mais renovável do mundo industrializado com 45,3% de sua produção proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias eólica e solar. As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de mais de 75% da eletricidade do País. Vale lembrar que a matriz energética mundial é composta por 13% de fontes renováveis no caso de Países industrializados, caindo para 6% entre as nações em desenvolvimento.
A matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo, com uma participação das fontes renováveis da ordem de 46%. Por contraste, a média mundial de participação dessas fontes não supera 13%, enquanto nos países da OCDE não passa de 7%. Na geração de energia elétrica a participação das fontes renováveis chega a 74%, principalmente de origem hidráulica, apesar do país aproveitar, aproximadamente, apenas 30% de seu potencial hidrelétrico.
O Brasil tem potencial para geração de energia a partir de diversas fontes renováveis. Apresenta-se no cenário internacional, além disso, como líder na produção e no uso de biocombustíveis. A experiência brasileira de utilização em grande escala de etanol de cana-de-açúcar remonta à década de 1970. Desde então, o uso do etanol em substituição à gasolina promoveu uma economia de mais de um bilhão de barris equivalentes de petróleo e evitou a emissão de cerca de 800 milhões de toneladas de CO².
No decorrer do século XX, ao mesmo tempo em que o uso da lenha e do carvão diminuíam, outros tipos de energia renováveis tiveram aumento de participação no Brasil: foram os casos da energia hidrelétrica e a da cana-de-açúcar (etanol), devido principalmente a grandes investimentos nestas matrizes durante a década de 1970.
HIDRELÉTRICA
Na geração de energia hidrelétrica o Brasil é referência mundial: em nenhum país a hidroeletricidade é tão amplamente utilizada como aqui. Cerca de 77% da energia elétrica brasileira provém desta matriz, perfazendo 33% das matrizes renováveis e 14,8% de todas as matrizes brasileiras. Apesar de ser considerada renovável, devido ao ciclo hidrológico, as usinas possuem sim grande impacto ambiental, principalmente em sua construção, que mobiliza imensas quantidades de concreto (insumo altamente gerador de poluição em sua fabricação) em sua estrutura, bem como seus grandes lagos desalojam, além de populações humanas tradicionais, grande quantidade de vegetais e animais, diminuindo a biodiversidade. Vale ressaltar a alteração de cursos de rios e a emissão de metano no caso de inundação de áreas florestadas. É importante fomentar as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), que não necessitam de grandes áreas alagadas, aproveitando o curso normal dos rios e promovendo a geração localizada. Várias usinas de pequeno porte vêm sendo implantadas em diversas regiões.
Hoje diversas tecnologias em energias renováveis já estão disponíveis em todo o mundo e deveriam ser utilizadas numa escala maior. Isso ainda não ocorre devido aos preços do petróleo – embora bastante oscilantes – ainda serem compensadores, apesar de todos os custos indiretos embutidos (poluição atmosférica, hídrica, etc; países em guerra pelo petróleo; concentração de renda nas mãos de poucas empresas exploradoras; transporte caro e perigoso, etc.). De acordo com o Balanço Energético Nacional, as “outras” energias renováveis (nas quais inclui-se a eólica, solar, biomassa de resíduos, etc.) não chegam a 4% da matriz energética brasileira (3,6% para ser mais preciso).
nvestimentos em energia eólica
O Brasil aposta no potencial dos seus ventos para ampliar o leque de opções e garantir a sustentabilidade no fornecimento de energia.
O investimento em energia eólica ganhou força nos últimos dois anos.
Atualmente, a energia eólica no Brasil possui aproximadamente 1,1 GW (gigawatt) de potência instalada, o equivalente a quase uma usina nuclear brasileira (Angra 1 tem 0,65 GW e Angra 2 tem potência de 1,35 GW).
O coordenador de Tecnologia e Inovação em Energia do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Eduardo Soriano, lembra que a primeira turbina eólica para geração de energia elétrica conectada à rede foi instalada na Dinamarca em 1976.
"Hoje existem mais de 30 mil turbinas eólicas no mundo. Elas também começaram a crescer em tamanho. Antes elas cabiam numa sala; hoje os postes que seguram as turbinas podem ter até 120 metros de altura", observa.
Preço da energia eólica
Apesar do crescimento recente, utilizar o potencial dos ventos ainda é novidade no Brasil. O primeiro leilão de comercialização de energia, voltado exclusivamente para fonte eólica, foi realizado em 2009.
O resultado foi a contratação de 1,8 Gigawatt (GW), distribuídos em 71 empreendimentos de geração eólica em cinco estados das regiões Nordeste e Sul.
Já no leilão de 2010, foram contratadas mais 70 usinas eólicas, com potência total de 2 GW, também distribuídos em vários estados.
- Aprovada instalação de mais nove parques eólicos no Brasil
Um dos motivos que estão estimulam o investimento em energia eólica no Brasil é o preço competitivo no mercado em relação às outras energias.
Segundo Eduardo Soriano, as primeiras instalações tinham preços cerca de duas a três vezes maiores na comparação com o custo atual.
"Nos últimos anos, houve leilões específicos para energia eólica. Os primeiros preços beiravam R$ 300,00/megawatts hora. No leilão de 2009 foi em torno R$ 148,00 e no leilão 2010 foi de R$ 130,00. Então se pode ver que houve uma redução de preços da energia eólica no Brasil e ela está entrando de uma forma muito competitiva", informa o especialista.
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