Associação Brasileira De Estudos Psicanalíticos De Pernambuco
Por: ELIZA MATILDE ABREU DE AZEVEDO • 21/3/2023 • Trabalho acadêmico • 2.367 Palavras (10 Páginas) • 67 Visualizações
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS DE PERNAMBUCO
MÓDULO IV
TEORIA FREUDIANA IV
Psicanalista em formação: Eliza Matilde Abreu de Azevedo
Turma: Recife 18
Recife, 2023
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS DE PERNAMBUCO
2023
Psicanalista em formação: Eliza Matilde Abreu de Azevedo
Turma: Recife 18
TEORIA FREUDIANA IV
INTRODUÇÃO
Freud a partir de seus estudos sobre a mente humana, utilizou a expressão aparelho para definir toda organização psíquica e suas divisões em sistemas, que possuem funções bem definidas, interligadas e ocupam lugar na mente.
Assim, inicialmente formulou a primeira tópica, conhecida como Teoria Topográfica, onde destacava que o aparelho psíquico é composto por três sistemas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. Segundo ele, o consciente é a menor parte da mente, e inclui tudo aquilo de que estamos cientes.O pré-consciente funciona como articulador do consciente e chega a ser uma espécie de barreira, que vai selecionando aquilo que pode ou não chegar no consciente. Seria ele, uma parte do inconsciente que pode tornar-se consciente com relativa facilidade, ou seja, seus conteúdos podem ser evocados e trazidos à consciência. Já o inconsciente é a parte mais arcaica do aparelho psíquico. Afinal, existem elementos instintivos ou pulsões, carregados de acrescidos de energias. Já no inconsciente estariam os elementos ligados ao instinto e quem não acessíveis à consciência. Todavia, há também material que foi excluído da consciência pelos processos psíquicos de censura e repressão. Esse conteúdo "censurado" não é permitido ser lembrado, mas não é perdido, permanecendo no inconsciente.
Segundo Freud, a maior parte desse aparelho psíquico é inconsciente. Nele estão os determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica e das pulsões ou instintos. Já que foi trazido, vale uma explicação sobre o que Freud denomina pulsões ou instintos. Assim, a pulsão seria uma espécie de energia psíquica, tendenciosa a levar o indivíduo à ação, para aliviar a tensão que resultou do acúmulo de energia pulsional. Se observarmos, reporta-se a um conceito numa linha tênue entre o somático e o psíquico. Sendo assim, ele destacou sobre duas forças opostas, sendo uma a sexual e a outra agressiva. Essas forças antagônicas não costuma ser visível ou consciente.
Insatisfeito com o modelo destacado acima, que de modo algum conseguia explicar muitos dos fenômenos psíquicos, Freud teve a brilhante descoberta em 1923, através da segunda teoria, que estabeleceu a sua concepção do aparelho psíquico e ficou conhecido mundialmente por modelo estrutural. Essa descoberta nos trouxe a divisão da mente em três instâncias psíquicas, que regem a nossa personalidade, sendo o id, ego e superego.
O que podemos falar sobre o id?
O id é um conjunto de conteúdos pulsionais e inconscientes, que constitui a personalidade. Podemos dizer que é a reserva inconsciente dos desejos e impulsos, originando-se da genética, voltados para a preservação e propagação da vida. Nele há tudo que é herdado, que se acha presente no nascimento.
Os conteúdos do id, são expressões psíquicas das pulsões, além de serem inconscientes são hereditários e inatos, além de adquiridos e recalcados.Segundo Freud,o id é fonte e reservatório de toda a energia psíquica, que propõem animação a operação dos outros dois sistemas, o ego e superego. Pensando dinamicamente, o id interage sempre com as funções do ego, além de interagir com os objetos, sejam eles os da realidade externa, assim como aqueles que são projetados pelo superego. Pensando de maneira funcional, o id guiado pelo princípio do prazer, visto que sempre procura resposta direta e aos estímulos instintivos e não considera quais seriam as circunstâncias que estariam presentes na realidade. Sendo assim, sua principal função é diminuir e descarregar as tensões oriundas da parte biológica regido por seu principal princípio.
Entendendo um pouco sobre o Ego
O ego é desenvolvido segundo Freud, a partir da diferenciação das capacidades psíquicas quanto entra em contato com a realidade exterior. Sua principal atividade é, por um lado, consciente e, por outro pré-consciente e também inconsciente.Ele é regido pelo princípio da realidade, sendo este um fator se encarrega do alinhamento ao ambiente, assim como da solução dos conflitos entre o organismo e a realidade. Esse ego desempenha a função de alcançar o controle sobre o que exigem as pulsões, decidindo se elas devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para ocasiões e circunstâncias mais favoráveis ou reprimindo as excitações pulsionais. Assim, o ego atua como interlocutor entre o id e o mundo exterior, tendo que lidar também com o superego, com as memórias de todo tipo e com as necessidades físicas do corpo. Se o ego atua de acordo com o princípio da realidade, seu pensamento é verbal e se caracteriza pela lógica e pela objetividade. Para compreender de uma maneira dinâmica o ego é pressionado pelos desejos insaciáveis do id, pelas ações repressivas do superego e as ameaças do mundo exterior. Assim, a função dele é tentar conciliar as reivindicações dessas três instâncias a que serve. Para Freud, estamos numa linha tênue entre o princípio do prazer, que não conhece limites, e o princípio da realidade, que nos impõe limites.
O que Freud nos traz a respeito do superego?
Para Freud, o superego é desenvolvido a partir do ego, caracterizado por um período de latência, ficando situado entre a infância e o início da adolescência. Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e esse superego atua como um juiz do ego. Freud entende essa consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do superego. O superego constitui-se por interiorização das exigências representado pela autoridade parental que molda o desenvolvimento infantil, assim alternando as provas de amor com as punições, que consequentemente são geradoras de angústia. Num segundo tempo, quando a criança renuncia à satisfação edipiana, as proibições externas são internalizadas. Freud destacou que o superego não se constitui segundo o modelo dos pais, mas é constituído pelo superego deles. A principal função do superego é estabelecer a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao id, impedindo o sujeito de satisfazer plenamente seus instintos e desejos, consequentemente reprimindo sobretudo os desejos de ordem sexual. Considerando os pontos trazidos acima, relacionados ao modo de funcionamento do aparelho psíquico primário ou seja, modo original, pelo qual funciona o aparelho psíquico que desdobra-se e consegue sem barreiras passar de uma instância para outra. Se percebermos um bebê, conseguimos constatar que a vontade se faz expressar de forma imediatista e explosiva. Não há filtro algum para expremir seus desejos, nem para a ansiedade de satisfazê-lo.
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