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Por:   •  21/5/2014  •  2.423 Palavras (10 Páginas)  •  372 Visualizações

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ARTIGOS - GARGALOS LOGÍSTICOS NA DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS BRASILEIRA

Data: 10/05/2006

INTRODUÇÃO

Os resultados que serão apresentados neste artigo são fruto de um extenso estudo realizado pelo Centro de Estudos em Logística – CEL/Coppead, em parceria com o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo), através da sua Comissão de Logística.

Com o objetivo de contribuir para o aumento do conhecimento sobre o setor de petróleo e gás no País, o estudo buscou mapear os gargalos existentes na infraestrutura de logística de combustíveis.

O trabalho foi estruturado em quatro etapas: 1) Mapeamento do perfil das operações atuais; 2) Diagnóstico dos gargalos, envolvendo dutos, ferrovias, rodovias e portos; 3) Quantificação dos custos das ineficiências e dos investimentos necessários; 4) Plano de Ação.

O escopo envolveu todos os componentes logísticos (transporte, armazenagem e estoque) dos fluxos de distribuição de gasolina, álcool e diesel, a partir das refinarias e usinas. Mais de 30 entidades e empresas foram consultadas, entre solicitações de dados e entrevistas, conforme Figura 1.

Representatividade do escopo e o impacto da logística na comercialização de combustíveis

O escopo estudado é de grande representatividade no mercado de combustíveis brasileiro, bem como os custos logísticos associados (Figura 2):

Fonte: Distribuidoras

Figura 2

Para um melhor entendimento do sistema de distribuição de combustíveis, a Figura 3 ilustra os três principais fluxos e as suas características. Os fluxos primários de diesel e gasolina são basicamente realizados por dutos e cabotagem. A importação destes combustíveis foi considerada também como fluxo primário. Já o álcool sai das usinas/centros coletores para as bases primárias e secundárias por ferrovias e rodovias. As transferências ocorrem no intuito de aproximar os estoques dos mercados consumidores, sendo seus principais modais o ferroviário e o rodoviário, que normalmente percorrem grandes distâncias. E as entregas são 100% rodoviárias e quase sempre de curta distância, saindo tanto das bases primárias quanto das secundárias.

Figura 3: Os três tipos de fluxos existentes na distribuição de combustíveis

A partir do mapeamento do sistema de infraestrutura logística da cadeia de combustíveis (Figura 4), percebe-se que boa parte das bases de distribuição (primárias e secundárias) está fundamentada na utilização de ferrovias e dutos, modais mais adequados para transferências de grandes volumes. Fica clara também a falta destes modais no Centro-Oeste e Norte do País para a realização de transferências entre bases ou entre refinarias-bases.

Fontes: ANP, Transpetro e Ferrovias

Figura 4: Mapa da infraestrutura de distribuição de combustíveis (ex-estradas).

Neste contexto, é de se esperar que deficiências na infraestrutura de transportes gerem grandes impactos na logística dos combustíveis e, conseqüentemente, nos preços dos mesmos. É importante atentar que não existe nenhum outro produto capaz de afetar tanto a inflação quanto os combustíveis, pois estão presentes nos custos de transportes de todas as mercadorias movimentadas, além dos transportes público e privado.

Um exemplo prático pode ilustrar claramente esse fato (Figura 5). Um dos fluxos mais prováveis para o diesel chegar à cidade de Barretos é através da refinaria de Paulínia e da base secundária de São José do Rio Preto. Na figura, estão explicados os modais para cada trecho. Normalmente, a transferência de Paulínia para São José do Rio Preto pode ser realizada por ferrovia, o que geraria no final um frete equivalente a 2,8% do preço-bomba de diesel em Barretos. No entanto, se o trecho tiver que ser feito por rodovia, apesar da distância ser menor, o custo de frete total passa a ser 5,4% do preço-bomba de diesel.

Esta situação mostra como um potencial gargalo na ferrovia, por exemplo, pode incrementar o preço final do produto, aumento que será repassado ao consumidor ou absorvido por algum membro da cadeia (distribuidor ou revendedor). É claro que, se a alternativa rodoviária for usada de forma emergencial e esporádica, o custo adicional poderá ser absorvido; mas, à medida que o modal menos eficiente for utilizado sistematicamente, o cliente certamente será afetado.

Figura 5: Impacto dos modais utilizados no preço bomba dos combustíveis

As frentes escolhidas para o estudo detalhado

Dentre as diversas questões possíveis de serem abordadas com maiores detalhes nas fases 2 e 3 (diagnóstico dos gargalos, quantificação dos seus custos e dos investimentos necessários para reduzi-los ou eliminá-los), a Comissão de Logística do IBP selecionou os temas ilustrados na Figura 6, por serem considerados os mais críticos.

Figura 6: Frentes escolhidas para o detalhamento dos gargalos logísticos existentes

Este artigo apresentará os resultados encontrados para a Frente 1, por tratar de problemas que afetam de forma mais abrangente a distribuição de combustíveis no País.

Utilização das ferrovias na distribuição de combustíveis

As ferrovias possuem grande participação nos fluxos de transferência entre as bases (61% do volume transferido), o que é extremamente favorável à eficiência do sistema, dado que toda a lógica da transferência está baseada em movimentar os produtos em médias e grandes distâncias para um ponto mais próximo da demanda na forma mais consolidada possível. As características da ferrovia atendem a essas necessidades e não por acaso a Figura 4 mostra que boa parte das bases acompanha os traçados das ferrovias existentes.

Seguindo este raciocínio, as análises de utilização de modais buscaram sempre avaliar se o Modelo Conceitual da Matriz de Transportes de Transferências ilustrado na Figura 7 estava acontecendo na distribuição de combustíveis e, se não, o porquê desse desvio. Esta matriz mostra os modais mais adequados em termos de eficiência, em função do volume e distância da rota.

Sendo assim, a partir de dados

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