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BRASIL

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Por:   •  15/9/2014  •  Tese  •  550 Palavras (3 Páginas)  •  221 Visualizações

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BRASÍLlA - A indústria fabrica mais e mais carros "flex" (a álcool e a gasolina), os usineiros fazem a festa, os preços só sobem, os consumidores se assustam e o governo ameaça intervir. Você não acha que está fal¬tando alguém nessa história?

Todos estão pensando no seu bolso e no seu interesse, mas ninguém se preocupa com a base dessa pirâmide: o cortador de cana - um dos trabalhadores mais explorados do país. É por isso que a CUT dá um grito e a socióloga Maria Aparecida de Moraes Silva, professora visitante da USP e titular da Unesp, quer saber o que, de toda essa pujança, de todos esses aumentos e de toda essa negociação em tor¬no do "flex", vai sobrar para os cortadores de cana, cujas condições ela acompanha há mais de 30 anos, principalmente na região de Ribeirão Preto (SP).

Esse trabalhador fica a ver navios boa parte do ano e se esfalfa durante a safra (abril a no¬vembro) por migalhas, recebendo de R$ 2,20 a R$ 2,40 por tonelada de cana cortada. E ainda paga o transporte, a pensão, a comida. E man¬da o que sobra (deve ser mágico) para casa.

Sim, porque a maioria é migrante. Deixa a fa¬mília e desce do norte de Minas e do Nordeste para ganhar a vida - ou a morte.

De meados de 2004 a novembro de 2005, morreram 13 cortadores na região, ge¬ralmente homens jovens (o mais velho tinha 55 anos) Há diferentes diagnósticos médicos, e os cortadores têm o seu próprio: "morte de câimbra". Sabe o que é7 A partir dos anos 90, com as máquinas colheltadeiras, o sujeito tem como meta cortar 12 toneladas de cana por dia. Aí, vem a câimbra nos braços, nas pernas e, enfim, no corpo todo Na verdade, ele morre de estafa.

Espera-se que governo e produtores se entendam para um preço justo ao consumi¬dor. E que, um dia, os trabalhadores também tenham direitos - a voz, a pressão e à própria vida.

1- De acordo com o texto, em troca de um salário ínfimo, os cortadores de cana são obrigados a trabalhar num tal ritmo que chegam a se ex

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por à morte. O que torna possível esse nível de exploração da mão-¬de-obra? Procure explicações, da pers¬pectiva tanto do trabalhador quanto do empregador.

2- Os textos que você leu anteriormente podem ajudar a explicar a situação descrita?

3- Lembrando-se do exemplo da produção do pão, dado no início desta unidade, descre¬va a rede de trabalho e de trabalhadores envolvidos na produção de algum objeto presente no seu cotidiano. Aponte, nessa rede, os trabalhadores que possivelmente desenvolvem suas atividades em condições subumanas, como os cortadores de cana.

4- Como o trabalho do cortador de cana está relacionado a seu cotidiano?

Trabalho, um bem comum

Se não queremos modificar a manei¬ra como o trabalho hoje se reparte entre os indivíduos, é de facto porque o trabalho constitui o principal meio de distribuição dos rendimentos [...]. da proteção e das posições sociais: rever a maneira como se partilha o tra¬balho leva a repensar também a repartição

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