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Brasil da década de 1970

Seminário: Brasil da década de 1970. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  13/5/2014  •  Seminário  •  1.647 Palavras (7 Páginas)  •  299 Visualizações

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O Brasil da década de 1970 era representante de uma conjura sócio-política afetada por um governo repressor tanto das artes e da economia como da vida política e social do seu povo. Neste contexto impreguinado de tradicionalismo e ao mesmo tempo necessitado de renovação, surge à necessidade de um profissional de Serviço Social qualificado e polivalente para atender às demandas da população brasileira desgastada, carente e excluída deste período. Mas, para que tais mudanças acontecessem, era necessário o desenvolvimento de um pensamento e uma atitude crítica sobre o papel deste profissional e também dos indivíduos componentes da sociedade. Foi nesta década que o Serviço Social sofreu a forte influência do Personalismo e da Fenomenologia, expressos no Código de Ética do Assistente Social de 1975.

Como premissa básica e muito importante para a "construção de uma sociedade da pessoa humana", o Personalismo, onde a construção de uma reflexão sobre as problemáticas vivenciadas pelos indivíduos em seu cotidiano, leva à uma reformulação da metodologia para a profissão, ressaltando que a existência humana estava diretamente ligada à sua ação, ou seja, o homem só existe quando age e interage no mundo em que vive, sendo que ele interfere e também é capaz de modificá-lo, ressaltando a importância de uma atitude crítica da sociedade para essa ?construção? de uma vida digna para o todo coletivo.

Ainda na década de 1970 encontramos forte influência da Fenomenologia no Serviço Social, já que o direito a liberdade nesta época era reprimido e a manifestação da liberdade de pensamento e decisão eram de importância fundamental na prática profissional, colocando-o como premissa para a profissão. Assim, "para o Serviço Social, o princípio da autodeterminação é básica e expressa o reconhecimento do direito à liberdade do homem, que decorre de sua dignidade inerente como ser humano" (PAVÃO, 1981, p. 35).

Nestas quatro últimas décadas, a questão social tem se inserido na nova proposta de reformulação curricular, como objeto de estudo do Serviço Social. Ter como objeto de análise o objeto do Serviço Social é sempre um desafio. Transformando o Serviço Social em uma profissão legitimada socialmente, isto significa que esta profissão tem uma função social maior do que se é imaginado, afinal as profissões são criadas para responderem às necessidades dos homens. Na década de 70, com a mobilização popular contra a ditadura militar, o Serviço Social revê seu objeto, e o define como a transformação social. Apesar do objeto equivocado, afinal a transformação social não se constitui em tarefa de nenhum profissional e o assistente social convive diariamente com as mais amplas expressões da questão social, confronta-se com as manifestações mais dramáticas dos processos da questão social no nível dos indivíduos sociais, seja em sua vida individual ou coletiva. É uma categoria que expressa a contradição fundamental do modo capitalista de produção; contradição, esta, fundada na produção e apropriação da riqueza gerada socialmente (depois da globalização) onde os trabalhadores produzem a riqueza e os capitalistas se apropriam dela, o trabalhador não usufrui das riquezas por ele produzidas.

O Serviço Social é uma profissão de caráter sócio-político, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumentos científicos multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para uma análise crítica e intervenção nas diversas áreas da questão social, isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Inserido nas mais diversas áreas, como a saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, etc., com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, o assistente social efetiva sua intervenção nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho socioeducativo e de prestação de serviços. É uma das poucas profissões que possui um projeto profissional coletivo e hegemônico, denominado projeto ético-político, que foi construído pela categoria a partir da década de 1970 e que expressa o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária, mais justa, democrática e garantidora de direitos universais para todos os homens, sem importarem a cor, etnia, raça, sexo e padrão social.

O Brasil da década de 70 enfrentou a ditadura militar, com suas divergências e antagonismos, vivendo um momento de expressivo crescimento econômico possibilitado pelo aumento das exportações de produtos nacionais e consolidação das indústrias. Em contrapartida a renda gerada continuava sendo concentrada nas mãos de poucos. Essa realidade, cujas mudanças e transformações operadas no meio das diversas camadas sociais repercutiram diretamente no cotidiano das classes populares, um desdobramento da questão social que foi tristemente caracterizada pela desigualdade social. A concepção contemporânea da profissão passa pela ruptura com esse modelo de atuação, contudo sem negar a história da atuação profissional que foi ao longo das décadas marcada pelo assistencialismo ou a conexão das demandas das questões sociais, mas reflete e critica essa trajetória. O Serviço Social como profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho, surge na sociedade capitalista em sua fase monopolista e exploradora, como um instrumento da classe hegemônica, não para pensar sobre a prática, mas com um caráter interventivo.

A globalização pode ser considerada como um meio de uniformização social, mas uma uniformização diferente, pois também diferencia e exclui os que não conseguem ou não querem atender a seus requisitos. Essa discriminação ocorre de maneira interna nos países desenvolvidos dificultando o seu combate e prevenção. Se for observada nas relações interpessoais a desigualdade social trata-se de uma consequência da exploração capitalista em que vivemos nas últimas quatro décadas. Essa desigualdade pode ser considerada como um resultado natural de diferenciação, que para alguns ainda é encarada de uma forma mais política, econômica e social do que uma incapacidade que a sociedade de baixa renda tem de se adaptar ao mercado de trabalho competitivo ao qual pertencemos e essa corrente ideológica é uma tentativa criminosa de desconfigurar a realidade vivida pela população.

Dessa forma, a reflexão sobre a contradição da profissão, que nasceu não para pensar a realidade, mas para atuar sobre ela e os fatos que possam

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