CARACTERIZAÇÃO DA MICROBACIA DO RIBEIRÃO POMERANOS

CARACTERIZAÇÃO DA MICROBACIA DO RIBEIRÃO POMERANOS

Daniela Konell Kreyssig, Marcelo José Faria, Maurício Chiste e Thales Morez dos Santos

Professora: Sandra Regina Batista

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

Engenharia Ambiental (EAB 016) – Atividade Parcial na Disciplina de Hidrologia

25/05/16

RESUMO

Este estudo teve por objetivo caracterizar fisiograficamente a bacia do Ribeirão Pomeranos, localizado em Timbó – SC e o conhecimento da população da microbacia quanto aos impactos causados por áreas degradadas na região, e avaliar a percepção ambiental dos moradores. Foi observado a tipologia de fauna e flora da região, histórico da ocupação e a situação atual da qualidade do ribeirão. Para análise da percepção dos moradores foram realizadas entrevistas com aplicação de questionário. A estrutura do questionário contemplou perguntas básicas socioeconômicas, de conhecimentos gerais relacionados ao ambiente e por fim, questões relacionadas diretamente as áreas degradadas em geral e especificamente as que ocorrem dentro de seu bairro. Foram entrevistadas 10 pessoas de sexo, idade e níveis de escolaridade distintos, residentes na área da microbacia em diferentes pontos. Depois de analisadas as características da bacia e os questionários aplicados podemos concluir que os moradores reconhecem os problemas ambientais e relacionados à saneamento básico e educação ambiental que estão ocorrendo no bairro, entretanto poucos tem algum conhecimento aprofundado sobre esses assuntos a ponto de saber exatamente do que se trata ou de maneiras para evitar os problemas.

Palavras-chave: Microbacia. Impactos. Ribeirão Pomeranos.

1 INTRODUÇÃO

Bacia hidrográfica é uma área de captação natural da água de precipitação, limitada por divisores topográficos que fazem convergir o escoamento para um único ponto de saída, composta por um conjunto de superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar em um leito único no seu exutório ou foz.

A bacia hidrográfica vem sendo adotada como unidade de planejamento e gestão ambiental em muitos países. No Brasil, ganhou força graças à regulamentação da Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei n. 9.433, de 1997), que a define como unidade de gerenciamento e estipula ainda atuação descentralizada e participativa no processo de gestão, com a criação de comitês e agências de bacias, em conjunto com a participação de organizações civis no planejamento ambiental e na elaboração de planos diretores às bacias hidrográficas (BRASIL, 1997).

O Ribeirão Pomeranos, objeto de estudo deste trabalho, localiza-se no município de Timbó, que integra o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí. Criado em 1997, esse comitê é a instância deliberativa do Sistema Estadual de Recursos Hídricos responsável pela gestão dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio Itajaí. A bacia hidrográfica do rio Itajaí está localizada entre as coordenadas 26°27' e 27°53' de latitude Sul e 48°38' e 50°29' de longitude Oeste no Estado de Santa Catarina, Brasil. A bacia do rio Itajaí é a maior bacia da vertente atlântica do Estado de Santa Catarina e sua paisagem é dividida em três compartimentos naturais: o Alto, o Médio e o Baixo Vale do Itajaí (Figura 1). Possui aproximadamente 15.500 km² (16,15% do território catarinense), distribuídos por 49 municípios com sede na bacia. Segundo o censo do IBGE de 2000, a população destes municípios é de 1.025.037 habitantes, representando 19,13% da população de Santa Catarina (SANTA CATARINA, 1997; SANTA CATARINA, 1999).

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Figura 1: Localização da Bacia do Rio Itajaí – SC

O estudo das características fisiográficas de uma bacia demanda tempo e cuidado para que sejam extraídos, corretamente, os dados desejados. Para facilitar estes estudos, podemos contar com os sistemas de informações geográficas (SIG’s) que se constituem em um conjunto de ferramentas que permitem combinações e sínteses sobre os dados ambientais disponíveis, sendo importante instrumento de análise ambiental.

Diante a importância das bacias hidrográficas, este trabalho teve por objetivo caracterizar fisiograficamente a bacia do Ribeirão Pomeranos. Neste estudo, serão gerados mapa, dados e informações que poderão subsidiar o manejo bem como o planejamento e gerenciamento do uso do solo na bacia hidrográfica.

2 ÁREA DE ESTUDOS

        O Ribeirão Pomeranos apesar de possuir uma pequena extensão, foi escolhido por ser de grande importância para a região. Seu manancial abastece a agricultura, sendo bastante utilizado para rizicultura. Outra demanda que utiliza a água do ribeirão é a piscicultura, sendo a segunda atividade de maior uso. As nascentes encontram-se conservadas, porem suas margens já estão urbanizadas e em processo de crescimento e desenvolvimento populacional.

2.1 LOCALIZAÇÃO

A bacia hidrográfica do Ribeirão Pomeranos situada na região do médio Vale do Itajaí, pertence ao município de Timbó/SC, de acordo com a Fundação Agência da Água do Vale do Itajaí. Este ribeirão compreende as coordenadas 26.49'32'' de latitude sul e 49.10'18'' de longitude W.Gr. (Figura 2 e3) e possui uma extensão aproximada de 11 Km. A sua distribuição hidrográfica é dada pelo ribeirão Pomeranos, afluente do Rio Benedito e seus tributários.

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Figura 2: Localização da microbacia do Ribeirão Pomeranos.

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Figura 3: Mapa Hidrográfico da região do Ribeirão Pomeranos.

 A bacia hidrográfica do Ribeirão Pomeranos, está inserida na região denominada como região hidrográfica do Atlântico Sul, de acordo com a Resolução n° 32 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH, 2003). Segundo ANA (2012) esta região possui uma área de 185.856km2 e destaca-se pela sua economia, expressiva população e relevância turística. É, também, formada pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no trecho Sul do Atlântico, dentre as quais a do Rio Itajaí, (Figura 4).

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Figura 4 – Localização da Bacia do Atlântico Sul e da Bacia do Itajaí.

3 ÁREAS DE VEGETAÇÃO

As características da cobertura vegetal nativa da região são descendentes de Floresta Ombrófila Densa (Figura 5), denominada também como Floresta Tropical Atlântica, é uma das regiões fitoecológicas inseridas no Bioma Mata Atlântica e constitui um prolongamento da faixa florestal que acompanha a costa brasileira desde o estado do Rio Grande do Norte até o estado do Rio Grande do Sul, distribuindo-se em um gradiente altitudinal que varia do nível do mar até aproximadamente 1.000 m. Embora esteja situada em zona extratropical, a Floresta Ombrófila Densa possui características nitidamente tropicais, sendo marcada pela ausência de um período seco, com elevadas taxas de precipitação bem distribuídas ao longo do ano e temperaturas médias acima de 15ºC.