CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO
Por: Millen • 28/11/2019 • Trabalho acadêmico • 1.753 Palavras (8 Páginas) • 514 Visualizações
CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO
O principio da citologia é identificar as alterações na morfologia celular, observando-se o citoplasmas e o núcleo das células coradas pela técnica de Papanicolau.
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Ilustração esquemática representando as diferentes camadas do epitélio escamoso da ectocérvice e da vagina, assim como os tipos de células correspondentes a cada camada, encontradas nos esfregaços. Observar que a camada mais superior do epitélio é representada por células anucleadas queratinizadas (escamas) que podem aparecer em situações de irritação crônica, como no prolapso uterino.
As características citoplasmáticas indicam o grau de diferenciação celular, quando se alteram podem demonstrar diferença em sua quantidade e forma, coloração, apresentação de vacuolizações, depósitos anormais de proteína com a queratina, entre outras.
[pic 2]
O núcleo , por sua vez, quando se analisam o aspecto, a coloração, o tamanho e a forma da membrana nuclear, indicam se a célula está normal, saudável ou se esta sofrendo alterações inflamatórias, pré-neoplásicas e ate mesmo neoplásicas
[pic 3]
CÉLULAS DO EPITÉLIO ESCAMOSO
Na idade reprodutiva, sob a estimulação hormonal, o epitélio escamoso sofre maturação completa e descamação células. As células que compõem esse epitélio têm sua classificação baseada na origem histológica e são compostas de células:
- BASAIS
- PARABASAIS
- INTERMEDIÁRIAS
- SUPERFICIAIS
Desde a camada profunda até a superfície do epitélio, o processo de maturação dessas células leva a uma alteração na sua morfologia, como aumento no tamanho célula e redução do volume nuclear.
CÉLULAS BASAIS
Na camada mais profunda desse epitélio, estão as células basais, que são basófilas, pequena, têm forma arredonda e apresentam núcleo volumoso e central. São células que sofrem mitose e mantêm a renovação do epitélio escamoso, por sua capacidade de sofrerem mitose.
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Dificilmente sofrem escamação entretanto podem aparecer no esfregaço citológico, principalmente após o parto, por diminuição hormonal brusca, que leva à descamação intensa, e também em casos de atrofia graves.
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CELULAS PARABASAIS
São maiores, apresentam-se arredondadas, com citoplasmas mais abundante que as basais, e bordas bem delimitadas, sendo o citoplasmas basófilo, denso e de coloração azul-esverdeada, mas também podem ser observadas células coradas de cinza, rosa e mais raramente laranja.
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São verificada, principalmente, em esfregaços atróficos, quando o epitélio encontra-se pouco diferenciado, como pós-parto, pós-menopausa e na infância.
Em estados de atróficos mais pronunciados, como observado após alguns anos de menopausa, essas células podem apresentar características de degeneração, levando à fragmentação celular.
Picnose: degeneração do núcleo da célula, caracterizado por uma condensação da cromatina.
Cariorrexe: destruição irregular da cromatina.
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CÉLULAS INTERMEDIARIAS
As células intermediarias tem forma poligonal, citoplasma abundante e normalmente cianófilo.
O núcleo apresenta forma arredonda e cromatina finamente granular. Possuem alto teor de glicogênio (polissacarídeo) e descamam em aglomerados celulares por conta da presença de desmossomos (junção celular).
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Os lactobacilos que compõem a flora normal da vagina metabolizam o glicogênio presente nessas células a ácido lático, que mantém o pH acido vaginal.
A ação dessas bactérias sobre as células intermediarias leva à degradação citoplasmática com o aparecimento de núcleos desnudos no esfregaço, um processo denominado citólise.
Durante a gravidez, pelo alto teor de glicogênio, essas células adquirem um formato navicular , ocorrendo arredondamento da borda citoplasmática e deslocamento do núcleo para periferia.
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CÉLULAS SUPERFICIAIS
As células mais diferenciadas do epitélio escamoso são as superficiais. Por serem destituídas de junções celulares ( desmossomos), descamam facilmente e de forma isolada.
Apresentam citoplasma abundante, poligonal, de aspecto delicado, transparente e rico em pré-queratina. De acordo com sua afinidade por corantes da técnica de Papanicolau, podem se cianófilas ou eosinófilas.
O núcleo é pequeno, denso, central e psicótico.
CÉLULAS ENDOCERVICAIS
A endocérvice é revestida de um epitélio simples que são constituídas de células produtoras de muco e células ciliadas.
As células da endocervicais, também denominadas células glandulares, são altas, possuem núcleo redondo e oval, volumoso, excêntrico (fora do centro) e com cromatina finamente granular.
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São células bastante sensíveis a alterações reativas e, por essa razão, o núcleo, que normalmente único, pode ser multinucleado nessa situações.
O citoplasma apresenta-se basófilo (azul), delicado e vacuolizado. Normalmente descamam em agrupamentos de células, que podem ter disposição em favo de mel”, quando vistas de cima, e em “paliçada” quando vistas lateralmente.
A presença dessas células no esfregaço cervico-vaginal é um importante indicativo da qualidade do mesmo, pois demonstra que a coleta foi realizada na JEC.
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CÉLULAS ENDOMETRIAIS
A descamação do epitélio glandular do endométrio durante a menstruarão permite a observação das células endometriais no esfregaços cérvico-vaginais, que pode aparecer até o decimo segundo dia do ciclo menstrual.
CARACTERISTICAS
- Pequenas
- Descamam em agrupamentos celulares denso
- Tridimensionais de duplo contorno
- Também pode ser vista isolada
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Possuem tamanho e volume nuclear menores do que as células endocerivais, além de terem pouca definição da bordas citoplasmáticas.
O núcleo é arredondado ou oval, pequeno, excêntrico e hipercromático. Durante o fluxo menstrual, a descamação intensa das células endometriais, epiteliais e do estroma, que pode conter também histiócitos, forma aglomerados tridimensional denominados êxodos.
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A visualização de células endomentrias após os 12 primeiros dias do ciclo menstrual em esfregaço cervico-vaginais é considerado anormal e adquire maior importância em mulheres na pós-menopausa.
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