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CRIATIVIDADE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO

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Por:   •  27/8/2014  •  1.854 Palavras (8 Páginas)  •  700 Visualizações

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CRIATIVIDADE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO

Professora Flávia de Cássia.

Homem, Cultura e Sociedade.

1º Contabilidade

Introdução

O tema deste livro é a criatividade. As potencialidades e os processos criativos não se restringem, porém, à arte. De fato, criar e viver se interligam. A natureza criativa do homem se elabora no contexto cultural. Em qualquer tipo de realização são envolvidos princípios de forma, no sentido amplo em que aqui é compreendida a forma, isto é, como uma estruturação, não restrita à imagem visual. Partindo dessa concepção, achamos importante fundamentar a idéia dos processos criativos utilizando noções teóricas sobre a estrutura da forma.

Potencial

Nas perguntas que o homem faz ou nas soluções que encontra, ao agir, ao imaginar, ao sonhar, sempre o homem relaciona e forma. Nós nos movemos entre formas. As formas de percepção não são gratuitas nem os relacionamentos se estabelecem ao acaso. Em cada ato nosso, no exercê-lo, no compreendê-lo e no compreender-nos dentro dele, transparece a projeção de nossa ordem interior. Nessa busca de ordenações e de significados reside a profunda motivação humana de criar. Impelido como ser consciente, a compreender a vida, o homem é impelido a formar. Trata-se, pois, de possibilidades, potencialidades do homem que se convertem em necessidades existenciais. Os processos de criação ocorrem no âmbito da intuição. Entretanto, mesmo que a sua elaboração permaneça em níveis subconscientes, os processos criativos teriam que referir-se à consciência dos homens, pois só assim poderiam ser indagados a respeito dos possíveis significados que existem no ato criador. Movido por necessidades concretas sempre novas, o potencial criador do homem surge na história como um fator de realização e constante transformação. Daí podermos falar da "intencionalidade" da ação humana. O ato criador não nos parece existir antes ou fora do ato intencional, nem haveria condições, fora da intencionalidade, de se avaliar situações novas ou buscar novas coerências.

Ser consciente-sensível-cultural

Somente ante o ato intencional, isto é, ante a ação de um ser consciente, faz sentido falar-se da criação. Sem a consciência, prescinde-se tanto do imaginativo na ação, quanto do fato da ação criativa alterar os comportamentos do próprio ser que agiu. O homem será um ser consciente e sensível em qualquer contexto cultural. Quer dizer, a consciência e a sensibilidade das pessoas fazem parte de sua herança biológica, são qualidades comportamentais inatas, ao passo que a cultura representa o

desenvolvimento social do homem; configura as formas de convívio entre as pessoas. Não há, para o ser humano, um desenvolvimento biológico que possa ocorrer independente do cultural.

Ser Sensível

Mesmo no âmbito conceitual ou intelectual, a criação se articula principalmente através da sensibilidade. Uma grande parte da sensibilidade, a maior parte talvez, incluindo as sensações internas, permanece vinculada ao inconsciente. Uma outra parte, porém, também participando do sensório chega ao nosso conhecimento. Nessa ordenação dos dados sensíveis estruturam-se os níveis do consciente; ela permite que, ao apreender o mundo, o homem apreenda também o próprio ato de preensão; permite que, apreendendo, o homem compreenda. Dentro do vasto campo da sensibilidade é, portanto, à percepção a que nos referimos neste livro.

Ser Cultural

Segundo os conhecimentos atuais a respeito do passado, o homem surge na história como um ser cultural. Ao agir, ele age culturalmente, apoiado na cultura e dentro de uma cultura. Embora não se saiba quais foram as formas de convívio coletivo inicialmente, entende se hoje que os comportamentos dos homínidas devem ser considerados culturais. Entretanto, além desses dados, existem provas irrefutáveis de seres de percepção consciente e de vida cultural: as pedras lascadas. Assim, o estudo de fósseis muito antigos se complementa com a leitura arqueológica da pedra lascada. Grahame Clarke, autor do livro World Prehistory, coloca-o em termos bastante incisivos. “Ademais, é característico dos seres humanos terem uma apreciação muito maior do fator tempo do que outros primatas; em suas tradições orais, usam as memórias do passado, as quais lhe servem como uma espécie de capital cultural” (grifos nossos). Encontram-se enormes quantidades de pontas de pedra, dezenas ou centenas de milhares. Depois de usadas, as pedras naturais, os chamados eólitos (do grego: Eós, aurora; e lithos, pedra; as pedras da aurora do homem), eram jogadas fora. Os homínidas deviam poder comunicar suas experiências.

Ser Consciente

A própria natureza em suas manifestações múltiplas é filtrada no consciente através de valores culturais, submetida a premissas que não se isentam das atitudes valorativas de um contexto social. Vejamos, a título exemplificativo, a imagem do sol, evento tão eminente na vida. As formas não ocorrem independentes ou desvinculadas de colocações culturais.

Culturalmente seletiva, a sensibilidade guia o indivíduo nas considerações do que para ele seria importante ou necessário para alcançar certas metas na vida. Nessa integração que se dá de potencialidades individuais com possibilidades culturais, a criatividade não seria então senão a própria sensibilidade. O criativo do homem se daria ao nível do sensível. Acrescentamos ainda que, como fenômeno social, a sensibilidade se converteria em criatividade ao ligar-se estreitamente a uma atividade social significativa para o indivíduo. No enfoque simultâneo do consciente, cultural e sensível, qualquer atividade em si poderia tornar-se um criar.

Memória

A memória focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas idéias, ajudando a tomar decisões diárias. As intenções se estruturam junto com a memória. São importantes para o criar. Nem sempre serão conscientes nem, necessariamente, precisam equacionar-se com objetivos imediatos. Fazem-se conhecer, no curso das ações, como uma espécie de guia aceitando ou rejeitando certas opções e sugestões contidas no ambiente. Ás vezes, descobrimos as nossas intenções só

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