CRÍTICO PARA BRACELETE DE LÍBIA
Resenha: CRÍTICO PARA BRACELETE DE LÍBIA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: aeaeae • 26/5/2014 • Resenha • 490 Palavras (2 Páginas) • 180 Visualizações
ênero: Documentário
Direção: Sandra Werneck
Roteiro: Bebeto Abrantes
Produção: Sandra Werneck
Fotografia: Fred Rocha, Heloísa Passos
Trilha Sonora: José Miguel Wisnik, Paulo Neves
Duração: 71 min.
Ano: 2006
País: Brasil
Cor: Colorido
CRÍTICA
POR LIVIA BRASIL
Meninas marca a volta de Sandra Werneck aos documentários. A cineasta ficou conhecida por filmes como Amores Possíveis e Cazuza - O Tempo Não Pára, mas muita gente não sabe que começou sua carreira retratando temas sociais como prostituição infantil e crianças de rua. Neste longa-metragem, Sandra retorna às raízes e acompanha o cotidiano de adolescentes grávidas durante um ano. Inicialmente, pode parecer uma idéia monótona com um discurso moralmente correto e cansativo, mas o filme é completamente o oposto. Ele mostra uma realidade aparentemente conhecida por todos, com uma visão diferente sobre a gravidez precoce, sem mostrar diretamente o que é certo e errado, nem apontar o dedo na cara de ninguém, apenas a verdade.
São quatro meninas com histórias diferentes, todas do Rio de Janeiro e grávidas na adolescência. Evelin é uma das meninas que, aos 13 anos, engravidou do namorado de 22 anos, ex-traficante. Moradora da Rocinha, ela não deixa sua vida de lado e continua freqüentando o baile funk. Edilene tem 14 anos e já vive um triângulo amoroso: o pai de seu filho também engravidou a vizinha e a ex-namorada Joice, de 15 anos. Sua mãe também está grávida, pois achava que, em razão da idade, não seria mais fértil e, portanto, não precisava se cuidar. A história de Luana, de 15 anos, talvez seja a mais inusitada. Ela vive em uma casa com a mãe e quatro irmãs. Por ser a mais velha, Luana sempre ajudou a criá-las e, por esse motivo, queria ter um filho só para ela, ou seja, a gravidez foi totalmente planejada.
Apesar de parecer abordar um tema já bastante discutido, Meninas mostra que ainda há muito o que ensinar, questionar, aprender e fazer. O universo abordado é o de garotas de uma classe social menos favorecida, mas poderia ter sido em qualquer lar, independente da renda. No documentário, vemos que não basta alertar sobre o uso da camisinha. O debate vai além: ainda falta muita informação.
Os depoimentos são envolventes e criam uma relação de intimidade entre as garotas do documentário e o espectador, principalmente pela maioria das locações serem as próprias casas. No início de Meninas, há uma timidez geral nítida, mas depois elas se soltam e passam a usar a câmera como uma espécie de diário, falando sobre tudo, desde namoro, escola, família até medos e ansiedades, de forma muito natural, enquanto lavam louça ou escolhem uma roupa para sair.
É este tipo de longa-metragem que transforma o cinema em um meio de educação social. Não basta apenas mostrar situações constrangedoras e caricatas de adolescentes - muito comuns nas comédias americanas -, que podem até ser um bom entretenimento,
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