CUTELARIA - Fabricação de Facas Artesanais
Por: Virgínia Moura • 15/10/2019 • Projeto de pesquisa • 2.129 Palavras (9 Páginas) • 211 Visualizações
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola de Belas Artes - CLA
Departamento de Desenho Industrial
CUTELARIA - Facas Artesanais
Materiais e Processos de Fabricação II
Virgínia de Moura Batista - DRE 111231209
Professor Ronaldo Fazanelli
ÍNDICE
1. CUTELARIA - INTRODUÇÃO E FUNCIONALIDADES ……………………….1
2. MATÉRIA PRIMA- ESCOLHA E DISPONIBILIDADE ………………………….1
3. FABRICAÇÃO - PROCESSOS …………………………………………………...2
3.1 FORJA ………………………….…...……………………………………………..2
3.2. USINAGEM ……………………………………………………………………….3
3.3. REVENIMENTO ………………………………………………………………… 4
3.4. ACABAMENTO …………………………………………………………………...4
4. CUSTO x BENEFÍCIO ……………………………………………………………...6
5. MANUTENÇÃO E RECICLAGEM ……………………………………………......6
BIBLIOGRAFIA
1. CUTELARIA - INTRODUÇÃO E FUNCIONALIDADES
A cutelaria é um ramo onde a produção de instrumentos de corte se dá através do esforço e da habilidade artística manual, sem fazer uso excessivo de máquinas operatrizes, não havendo produção em larga escala. Todo o processo de confecção de uma faca, por exemplo, pode levar até 6 dias e cada peça produzida possui características exclusivas. Por isso, as facas artesanais têm ganhado cada vez mais espaço e se tornado o sonho de consumo de entusiastas espalhados por todo o mundo.
O grande aumento de cursos, propagandas e programas envolvendo cozinha e chefs profissionais tem trazido mais valor à profissão. Além disso, feiras nacionais do setor reúnem milhares de pessoas e os colecionadores chegam a pagar mais de R$ 3 mil por uma faca com mais de 100 anos, ainda que ela não tenha utilidade no dia a dia.
São produtos da cutelaria, portanto, espadas, adagas, facas, facões, machados, punhais, navalhas ou seja, todos utensílios metálicos de corte e/ou perfuração. Este trabalho é focado, no entanto, na produção de facas artesanais.
2. MATÉRIA PRIMA - ESCOLHA E DISPONIBILIDADE
Existe uma infinidade de aços que podem servir para se fazer lâminas, porém cada cuteleiro "elege" os seus preferidos. Temos como exemplo de boa disponibilidade no Brasil:
•5160 (liga de cromo e 0,6% de carbono) – É o aço utilizado para fabricação de molas de automóveis, tanto laminares como helicoidais. É muito utilizado na cutelaria, principalmente por ser fácil de temperar e facilmente forjável. O principal aço para o cuteleiro forjador iniciante.
•52100 (1% de carbono e um pouco de cromo) - É usado para confecção de rolamentos. Aço de preferência da maioria dos cuteleiros brasileiros, pois com ele é possível fazer qualquer tipo de faca, espada ou facão, possui um ótimo fio e uma excelente afiação posterior.
•1095 (0,95% de carbono) – Usado na fabricação de limas. Bom para praticar a forja.
•420 - ( +/- 0,4% e 12% de cromo) Inoxidável. é um aço marginalizado por muitos cuteleiro
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mas se bem trabalhado pode chegar uma dureza suficiente para muitas facas de cozinha e outros usos menos severos. E bem resistente a oxidação e de baixo custo.
•440C – Inoxidável. É o aço inoxidável preferido pela maioria dos cuteleiros artesanais. De fácil polimento e tem excelente retenção de fio.
•Aço damasco – O aço damasco é a união de 2 ou mais aços de características diferentes, unidos pelo método de caldeamento. Uma barra de damasco pode ter várias camadas, que podem variar de 50 a 600. A grande vantagem do damasco, além da beleza da lâmina, é a flexibilidade que ele proporciona, pois geralmente o cuteleiro que forja damasco mistura um aço de alto teor de carbono com um de médio a baixo teor de carbono. É de difícil obtenção, o que faz encarecer o produto, porém é muito valorizado por colecionadores.
Por ser relativamente fácil de trabalhar, reter o fio e principalmente por ser inoxidável, o aço 440C é o mais usado no Brasil por fabricantes de facas.
O cabo da faca geralmente é confeccionado em madeira, revestindo a parte de aço. Fica a critério do cuteleiro a escolha do tipo de madeira, considerando a disponibilidade do tipo em cada região.
3. FABRICAÇÃO - PROCESSOS
3.1. FORJA
É o processo que molda e dá forma à faca em si, atividade que é realizada geralmente com o uso de um martelo e uma bigorna. Esta etapa é uma das mais lentas e difíceis, já que o profissional precisa trabalhar o aço, puxar a lâmina e alinhar até que fique no formato desejado.
Depois, é preciso utilizar uma técnica chamada estrangulamento, que aperta o aço para a formação da espiga (que fica dentro do cabo). É neste momento que se dá início ao primeiro tratamento térmico da peça, a chamada normalização, onde se esquenta a peça e a deixa esfriar naturalmente.
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[pic 1][pic 2][pic 3]
Bigorna, localização da espiga e processo de forja
3.2. USINAGEM
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