Carga Tributaria X Inabilidade Administrativa
Trabalho Universitário: Carga Tributaria X Inabilidade Administrativa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: toritori • 13/5/2014 • 331 Palavras (2 Páginas) • 382 Visualizações
A estabilização da economia e o crescimento decorrentes do Plano Real
propiciaram apreciável elevação da receita pública. Em 1994, a carga tributária
brasileira foi de 29,8% do PIB, a mais alta já registrada no país, e nos dois anos
seguintes manteve-se em torno de 29%. Os dados de arrecadação referentes a
1997 apontam para resultado da mesma ordem de grandeza.
Mesmo assim, em face do crescimento ainda maior das despesas, as contas
públicas mostraram desequilíbrio nos últimos anos, notadamente nos governos
estaduais. Ademais, existe uma enorme demanda reprimida por gastos,
principalmente na área social, e há urgência de investimentos tanto para repor a
infra-estrutura desgastada pela falta de conservação como para evitar que a
precariedade da provisão de serviços públicos essenciais venha a ser um
impedimento à retomada sustentada do crescimento.
Existe, portanto, um desequilíbrio fiscal potencial bem maior do que o
efetivamente registrado nas contas públicas, que, a par de ameaçar o processo de
estabilização, impede que o Estado brasileiro sirva satisfatoriamente à sociedade.
Embora o Plano Real tenha possibilitado o aumento da receita, o ajuste fiscal
definitivo continua a depender fundamentalmente de profundas mudanças
institucionais.
É preciso, entre outras tarefas, redefinir as atribuições do Estado e sua distribuição
entre os três níveis de governo, realizar a reforma administrativa, promover as
reformas tributária e da seguridade social, aprimorar a administração das finanças
públicas e reestruturar o setor produtivo estatal. As reformas não se devem
restringir ao Poder Executivo, mas atingir também aos demais poderes,
aprimorando-se o processo político e imprimindo-se mais agilidade à Justiça.
Cada uma dessas reformas não pode ser encarada como fato isolado. Elas devem
ser vistas como componentes desse processo maior de ajuste estrutural do Estado
brasileiro. No entanto, a reforma tributária, incluída aí a do financiamento da
Seguridade Social, contrapõe-se a todas as demais por lidar com o financiamento
das atividades do governo enquanto as outras, do ponto de vista fiscal, refletem-se
em maiores ou menores gastos ou na mudança de seu perfil. Por isso, faz sentido
tratar isoladamente a tributação brasileira, como é feito neste trabalho, com o
objetivo
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