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Case Odebrecht E Gradin

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Por:   •  4/4/2013  •  651 Palavras (3 Páginas)  •  884 Visualizações

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Iniciada na primeira metade dos anos 1970, ao tempo do chamado “milagre econômico brasileiro”, quando a Odebrecht não passava de uma empreiteira de ambições regionais, limitada aos horizontes da Bahia, a parceria entre as famílias Odebrecht e Gradin resistiu e até se solidificou na virada do século, quando o grupo baiano se viu vergastado por uma séria crise de liquidez que quase o levou à bancarrota.

Apontado como um dos cérebros da recuperação, diversificação e internacionalização do conglomerado formado por 12 empresas, que atuam em setores que vão da construção pesada, passam pela petroquímica e chegam à exploração de petróleo, Victor Gradin, 78 anos, não apenas se tornou o homem de confiança do nonagenário Norberto Odebrecht, fundador do grupo, como se transformou no segundo acionista individual da Odebrecht, com uma participação de 20,6% do seu capital.

No entanto, essa aliança bem-sucedida, que vinha sendo cimentada com o passar dos anos, se viu abalada com a chegada das novas gerações das duas famílias a posições de comando nos negócios. Justamente quando a Odebrecht vive seu melhor momento, com operações em mais de 20 países e um faturamento que supera os R$ 40 bilhões.

Quem tomou a iniciativa de tornar público o conflito entre os dois clãs, que vinha sendo administrado com razoável discrição durante a maior parte do ano passado, foram os Gradin, incomodados com a decisão unilateral de Marcelo Odebrecht, presidente e neto do fundador do grupo, de exercer o direito de adquirir seu pacote de ações.

O caminho escolhido pelos Gradin foi a via judicial. No dia 8 de dezembro, por intermédio de sua holding, a Graal Participações, deram entrada com um pedido de arbitragem do conflito na 10a Vara Cível de Salvador. Queriam discutir não apenas a questão da venda compulsória das ações como a avaliação feita pelo banco Credit Suisse First Boston, que estabeleceu em US$ l,5 bilhão o quinhão transferido por Victor a Bernardo, Miguel e à filha, Ana Maria.

A Odebrecht tentou barrar a tramitação do processo, mas não obteve êxito. Na segunda feira 17, a juíza Maria de Lourdes Oliveira Araújo indeferiu as pretensões da Odebrecht, negando-lhe a retomada das ações dos Gradin, ao mesmo tempo que determinou a realização de uma audiência no dia 23 de fevereiro para discutir a proposta de arbitragem apresentada pelos Gradin.

Por recomendação de seus advogados, as duas partes decidiram não se manifestar nos últimos dias. “Marcelo e seu pai, Emílio, querem evitar que a disputa envolva as empresas. Para eles, tudo deve ser tratado no âmbito dos acionistas”, diz uma fonte da Odebrecht, que preferiu não se identificar.

Embora nos bastidores os dois lados proclamem sua intenção de resolver as divergências pelo diálogo, é mais do que provável que a novela tenha ainda muitos desdobramentos. Afinal, está em jogo o destino de um dos maiores grupos empresariais de capital nacional, que em apenas uma década multiplicou 45 vezes seu valor de mercado, passando dos US$ 157 milhões, em 1999, para os US$ 7,4 bilhões avaliados em 2009.

Por um lado, os Odebrecht se sentem no direito de assumir o controle

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