Causas e Consequências da Mortalidade de Empresas no Brasil
Por: Levy Mello • 9/6/2016 • Artigo • 1.424 Palavras (6 Páginas) • 522 Visualizações
Causas e consequências da mortalidade de empresas no Brasil
2 de Março de 2015
Resumo
O Brasil é tido mundialmente como país empreendedor de acordo com a GEM (Global Entrepre- neurship Monitor), com taxa de empreendedorismo crescendo ao passar dos anos superando países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão e França, porém sua atividade é pouco estimulada nas escolas, os empreendedores nacionais enfrentam barreiras burocratas para aquisição de crédito, abertura e encerramento de negócio, custos de operação e impostos elevados e a falta de capacitação formal. O Sebrae possui uma grande parcela de interesse dos empreendedores que buscam apoio para a abertura da firma, graças aos programas MEI, SIMPLES e Programa Bem Mais Simples, que visa disseminar o conhecimento adquirido aos novos empreendedores. O objetivo deste artigo é apresentar que o Brasil possui capacidades de se desenvolver significativamente no campo de empreendedorismo, como o aumento dos empreendedores por oportunidade nos demostra, contrariando a realidade histórica por muitos conhecida.
Palavras-chaves: Empreendedorismo. Inovação. GEM. Desenvolvimento econômico
Introdução
O Brasil é conhecido como o país de empreendedores. Com uma taxa de 39,3% de empreendedorismo, o que significa que em 2015, 52 milhões de brasileiros com idade entre 18 e 64 anos estão envolvidos com a criação de uma empresa ou organizando ideias e habilidades necessárias para a criação do empreendimento. Aproximadamente 4 entre cada 10 brasileiros já possuem um negócio próprio, de acordo à GEM (Global Entrepreneurship Monitor), e este número vem crescendo desde 1999 quando a pesquisa iniciou. A taxa de empreendedor nascente foi de 3,7% em 2014 para 6,7% em 2015, de empreendedor inicial foi de 17,2% em 2014 e de 21% em 2015, de empreendedores novos em 2014 foi de 13,8% para 14,9% em 2015 e a taxa de empreendedores estabelecidos cresceu de 17,5% (2014) para 18,9% (2015) o que pode motivar muitos brasileiros a por em prática seus sonhos de possuir o próprio negócio.
Situação do empreendedor no Brasil
De ordem geral o empreendedorismo é muito valorizado pela população brasileira possuindo uma visão positiva sobre a ação empreendedora como forma de se instalar no mercado. De acordo com a GEM 70% a 80% dos entrevistados creem que abrir um novo negócio é uma opção de carreira e o empreendedor é valorizado pelo seu sucesso, pois ter o próprio negócio é uma das aspirações do brasileiro sendo 31% a compartilhar esse ideal. Há dez anos se abriam empresas pela falta de empregos no país, mas esta não é mais a realidade. A pesquisa da GEM aponta que dentre 100 empreendedores, 71 são motivados pela oportunidade e não pela necessidade, como disse à revista Exame, Luiz Barretto, presidente do Sebrae, “O empresário atual abre uma empresa porque vê uma oportunidade e investe naquela ideia. Ter uma empresa porque não se tem uma ocupação não é mais o principal fator”.
Os dados demonstram um grau de receosidade ao abrir uma empresa e uma redução no interesse daqueles que buscam oportunidade na atividade empreendedora de 42% em 2015 bem como o número de pessoas que se declaram sem medo de fracassar, de 61% em 2014 para 50% em 2015. Mesmo havendo uma contração da atividade econômica no país atualmente crê-se que 70% das microempresas e médias empresas possam chegar aos 2 anos de vida.
Situação do empreendedor no Brasil
Dentre as qualidades citadas pelos especialistas estão a criatividade, acesso à informação e políticas governamentais de estimulo ao empreendedorismo. Por estarem inseridos num cenário de incertezas econômicas, os especialistas entrevistados, ressaltam a capacidade de resiliência dos empreendedores para manterem-se no mercado. No Brasil existem grandes oportunidades de acesso à informação de negócios, conteúdos informativos de qualidade sobre empreendimento através de sites gratuitos, eventos e organizações de empreendedores que ajudam a aumentar o apoio e a segurança dos novos empreendedores espalhando o conhecimento adquirindo e reduzindo as chances de fracasso por compartilharem experiências, dos empreendedores entrevistados 14% procurou algum órgão governamental ou privado que oferece apoio ao empreendedorismo, destes entrevistados 66% buscou o Sebrae. Outro ponto importante tradado na pesquisa foram as políticas favoráveis ao empreendedorismo como os programas MEI, SIMPLES e Programa Bem Mais Simples, cujas atividades pretendem diminuir a burocracia para se iniciar uma empresa ou encerrá-la e arrecadar tributos.
Entretanto, apesar de haver amplo acesso informativo, a educação e capacitação, as políticas governamentais e apoio financeiro são características limitantes da ação empreendedora. As políticas públicas são citadas como condições favoráveis para 19%, quanto limitantes para 54% dos entrevistados e são classificados como excesso de burocracia para a abertura, funcionamento e encerramento de um negócio, a complexidade da legislação, a imposição de altas cargas tributárias e os custos elevados para a operação dos negócios tornando-os menos competitivos. Outro ponto importante levando em conta pelos especialistas foi a formação básica da educação brasileira voltada a formação de mão de obra no setor privado ou público, não havendo destaque para o empreendedorismo, a inovação.
O Intraempreendedorismo ainda é uma novidade para as empresas brasileiras já consolidadas que não querem arcar com os custos dos erros que ocorrem no percurso, são muito rígidas e conservadoras no processo de tomadas de decisões. Por se tratar de um país com altos impostos é um quesito que desanima a atuação de novos empreendedores, contudo a nossa indústria permanece-se competitiva e sempre disponível a quem aceita os riscos de empreender.
Causas e consequências da mortalidade de empresas no Brasil
Apesar de, no Brasil, haver as possibilidades criadas para facilitar a abertura de empresas ainda se tem um longo caminho a trilha como no âmbito de apoio de crédito aos empreendedores nascentes que enfrentam altos custos de capitais e linhas de crédito desfavoráveis. O terreno de atuação do empreendedor no Brasil ainda é perigoso, pois a taxa de empresários que buscam informações ainda é baixa, como dito, 14% dos empresários buscam apoio no governo ou empresas privadas para dar andamento em seu sonho. O governo não aparenta disposição em mudar a taxação que os microempresários estão submetidos à cobrança de oito impostos federais, estaduais e municipais, nem em flexibilizar o empréstimo de créditos com base no perfil do empreendedor, a exigência de garantias e a desburocratização.
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