Corpo e cultura na sociedade brasileira
Por: Capela Do Carmo • 11/6/2019 • Resenha • 1.219 Palavras (5 Páginas) • 269 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNANBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA
BACHAREL EM SAÚDE COLETIVA
Relação do Corpo e cultura na sociedade brasileira.
VITÓRIA
2019
Aluna:
Izabella Maria Alves da Cruz
Davylla Renata do Nascimento
Relação do Corpo e cultura na sociedade brasileira.
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VITÓRIA
2019
Relação do corpo e cultura no contexto da sociedade brasileira.
De acordo com Santos (1994) a cultura está associada à educação, lendas e crenças de um povo, sua comida, seu idioma, manifestações artísticas e, de uma forma mais genérica, com tudo o que caracteriza uma população humana. Ele ainda acrescenta as duas concepções existentes de cultura nas suas várias maneiras de entende-la: "A primeira concepção de cultura remete a todos os aspectos de uma realidade social; a Segunda, refere-se, mais especificamente, ao conhecimento, idéias e crenças de um povo"(p. 23). Como idéia da primeira concepção podemos dizer que a cultura diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência de um povo ou nação, referindo-se a realidades sociais distintas, como cultura camponesa, xavante, egípcia e assim por diante: Acrescentamos, ainda nesta concepção, as maneiras de conceber e organizar a vida social. Já a segunda concepção refere-se mais especificamente às idéias, crenças, conhecimento e maneiras como estes existem na vida social. Vale lembrar que a cultura humana é arbitrária e dinâmica, porém, estudá-la possibilita uma compreensão dos processos de transformação pelos quais passam as sociedades contemporâneas. Tais estudos procuram entender os processos de simbolização, ou seja, os processos de substituição de uma coisa por aquilo que a significa, que permitem que uma idéia expresse um acontecimento, descreva um sentimento. Procura-se o sentido das concepções e práticas para a sociedade que as vive, buscando seu desenvolvimento na sua própria história e mostrando como a cultura se relaciona às forças sociais que movem a sociedade. Neste contexto, a cultura é uma construção histórica, um produto coletivo da vida humana, que diz respeito a todos os aspectos da vida social. O processo por meio do qual o indivíduo aprende a ser um membro da sociedade é designado pelo nome de socialização, consistindo num processo de interação e identificação com outros sujeitos. Enquanto ordem simbólica podemos afirma que o corpo é uma representação dos modelos impostos pela cultura. Esse corpo é submetido a uma cultura somática entendida como sistema de regras, que são o produto das condições objetivas, ou seja, conforme o modelo de "dever-se'. Nesse sentido de como o homem deve ser no mundo, considerando as diversas culturas, o antropólogo Mauss (1974) apresenta, em seu discurso das técnicas corporais, o retrato de diferentes culturas. Com ênfase na construção de técnicas, ele analisa diferentes maneiras de se viver, de estabelecer regra e condutas representadas pelo corpo com um objetivo que simboliza as possibilidades da sociedade. As técnicas seriam a maneira como os homens, sociedade por sociedade, sabem servir-se de seus corpos. Segundo Mauss (1974), há todo uma classificação das técnicas (técnicas de reprodução , de cuidados de limpeza do corpo, de movimento e repouso, etc...), as quais surgem em função de alguma tradição e eficiência. O corpo seria, então, o primeiro e mais natural objeto do homem. Mauss (1974), assim como Hertz (1980), acreditam que a educação do corpo deve ser pensada para além da dimensão biológica. Hertz observa a presença de interdições estabelecidas pela sociedade, que repercutem na predominância do uso da mão direita em detrimento da esquerda. O autor parte do pressuposto que a explicação fisiológica sobre a predominância do uso da mão direta é incompleta, demonstrando que a relação entre sagrado e profano é que determina o uso preferencial de uma das mãos. O corpo é símbolo social e significa ao mesmo tempo vida e morte, puro e impuro, sagrado e profano. Tal separação é criadora dos sentidos onde o indivíduo demonstra socialmente que segue ou não padrões culturais que programam a emoção.
As relações corpo, homem, natureza
De acordo com Lopes (1995), a cultura surge na relação homem/natureza. Ela se apresenta como o conjunto de interpretações, apropriações e transformações que o homem realiza junto à natureza. Somos corpo, cultura e natureza, temos essa dualidade em nós. A reintegração do homem, ou seja, o encontro de cultural e natural se dá, por exemplo, no ato sexual. Todavia o sexo proibido, ou seja, fora da relação matrimonial, transgride a rodem da cultura e entra no reino da natureza. Em nossa sociedade, tornam-se naturais alguns comportamentos quando adotamos determinadas regras. O ser humano é capaz de produzir e difundir sua cultura, isto significa que certas posturas e atitudes acabam por assumir um caráter "natural", não porque são naturais em si, mas porque são culturalmente naturalizados. E muitas vezes, mesmo que inconscientemente é com esta naturalidade que assumimos postura que, nos levam a transgredir com a estrutura social formada.Comer é natural, porém, comer com garfo e faca é cultural. Há, nos dois exemplos anteriores, respectivamente, uma ação determinada biologicamente e a outra que permite relativizar as regras. Imagine se os mais de 6,5 bilhões de habitantes do planeta fossem iguais. Não teria graça, não é mesmo? A diversidade é uma das maiores riquezas do ser humano no planeta e a existência de indivíduos diferentes numa cidade, num país, com suas diferentes culturas, etnias e gerações fazem com que o mundo se torne mais completo. Mas essa convivência só se torna possível se as diferenças forem respeitadas. O artigo 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, diz que não deve haver, em nenhum momento, discriminação por raça, cor, gênero, idioma, nacionalidade, opinião ou qualquer outro motivo. É possível que a extrema pobreza e a desigualdade sejam eliminadas, mas questões fundamentais ainda precisam ser enfrentadas, como a violência, a prostituição infantil, o trabalho escravo e diversos outros problemas. No Brasil, a proteção e a promoção dos direitos de todo ser humano são articuladas e colocadas em prática com o auxílio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SDH), da Presidência da República. O órgão é responsável por colocar em prática princípios estabelecidos em estatutos e pela proteção dos direitos de cidadãos, das criança, dos adolescente, dos idosos, das minorias e das pessoas com deficiência.
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