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Correntes De Ensino Da Natacao

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Por:   •  16/5/2014  •  3.086 Palavras (13 Páginas)  •  359 Visualizações

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Introdução

A natação se apresenta na sociedade contemporânea como uma forma de atividade física sistematizada bastante procurada por diferentes pessoas, com objetivos diversos. Trata-se de uma área de atuação do profissional de Educação Física, na qual, para seu ensino e treinamento, se fazem presentes diferentes métodos e abordagens.

Este artigo tem como objetivo, com base em análise de referencial teórico, oferecer subsídios teóricos para essa área de atuação, através da apresentação de possibilidades de princípios metodológicos de ensino técnico. A intenção não é propor uma nova metodologia de ensino, muito menos de estabelecer uma tendência em especial, mas sim, apontar possibilidades de intervenção num processo de iniciação à natação até a preparação do nadador para a possível (se for a vontade do aluno) futura especialização no treinamento competitivo.

Para tal, é usada como premissa a afirmativa de que o processo de ensino/treinamento da natação passa por três etapas, sendo elas:

A adaptação ao meio líquido, na qual o sujeito procura se relacionar com um novo ambiente, adaptando-se a novas situações de equilíbrio, respiração e propulsão (CARVALHO, 1989);

Treinamento fundamental: fenômeno pedagógico, que compreende o aproveitamento de um conjunto de meios que assegurem a aquisição e desenvolvimento de todo o complexo humano, na busca de bases neuropsicomotoras para o exercício futuro da alta performance desportiva (ANDRIES JR; DUNDER, 2002). Consiste na aquisição de capacidade aeróbia mínima e aprendizado dos quatro estilos de nado;

Treinamento competitivo: busca por excelência na modalidade, de acordo com processo de especialização em provas e disputas nas quais o nadador melhor se adapta e apresenta melhores performances.

Neste trabalho em específico serão abordadas as duas primeiras fases de ensino, com ênfase especial aos possíveis métodos ligados aos objetivos das mesmas.

Para tal, são apresentadas num primeiro momento, possibilidades metodológicas para o ensino da natação e, posteriormente, exemplos de atividades ligadas à fase de adaptação ao meio líquido e de ensino do nado crawl, além de uma reflexão comparativa entre as concepções tratadas.

1. Metodologia de ensino

Para o ensino da natação, assim como de qualquer outra modalidade esportiva ou forma de atividade física sistematizada, é necessário o planejamento e a adequação dos processos pedagógicos a certos princípios teóricos, voltados aos objetivos que se deseja alcançar e os meios para tal.

Metodologia de ensino é um conjunto de métodos e técnicas utilizados a fim de que o processo ensino-aprendizagem se realize com êxito. Tem o objetivo de dar direção à aprendizagem ao educando e respeitar sua liberdade, para que a assimilação de diretrizes, atitudes e valores possam acontecer da melhor forma, respeitando seus aspectos pessoais (MARTINS, 1985).

O processo de ensino da natação passou por muitas mudanças através do tempo, recebeu diversas influências de muitas correntes de ensino, que foram criadas até chegar a um status capaz de satisfazer as necessidades pedagógicas.

Machado (1978) traz sugestões de concepções de ensino que compõem o tripé da pedagogia da natação: Concepção global; Concepção analítica; Concepção Sintética.

1.1. Concepção Global

A concepção global é a corrente pedagógica mais velha de ensino da natação. Nela não está contida nenhuma preocupação com métodos ou qualquer forma organizada de aprendizagem. É a perspectiva que visa apenas a sobrevivência como maior objetivo do aprendizado. Nesta concepção tudo está a cargo do instinto, na qual o objetivo é resolver a sucessão de problemas ligados à sobrevivência no meio líquido (MACHADO, 1978).

Segundo Catteau e Garroff (1990), trata-se de uma concepção “primitiva” ou pré-científica do homem, bem como da natação, ilustrada por suas origens longínquas. Ou seja, uma perspectiva ligada à intuição e a pouca ou quase nenhuma atuação do professor, sendo baseada na idéia de tentativa e erro.

Aplicada à natação, consiste na tentativa de observação e realização, sem contribuições de processos fragmentados ou direcionados de ensino. Apóia-se na imitação de movimentos ou na criação de formas próprias de propulsão na água.

1.2. Concepção Analítica

Machado (1978) aponta esta concepção como a compreensão das partes para chegar ao conhecimento do todo. Apóia-se na busca por uma execução lógica, com base na fragmentação do conteúdo, obedecendo a uma série sistematizada de exercícios e tarefas para que ocorra o processo de aprendizagem. É uma perspectiva pautada na teoria Behaviorista.

Greco (1998), embora trabalhe voltado ao ensino de Jogos Esportivos Coletivos, contribui, ao apontar que esta concepção da literatura da Educação Física se baseia em séries de exercícios, regidos por princípios metodológicos: do conhecido ao desconhecido; das partes ao todo; do fácil para o difícil; do simples para o complexo; divisão do movimento em fases funcionais.

Esta perspectiva segue a linha de ensino-aprendizagem onde o todo é fracionado em partes coerentes e pedagogicamente úteis no processo de ensino-aprendizagem, instigando assim, o aluno a aprender, a entender e a usufruir deste conhecimento de forma espontânea e consciente nas situações futuras decorrentes em sua vida.

Este método segue princípios metodológicos nos quais a divisão de estímulos e atividades é feita de forma que os movimentos são ensinados seguindo uma fase funcional (GRECO, 1998).

Esta concepção é muito aplicada no ensino da natação, visto sua presença através da fragmentação do movimento e do aprendizado na busca por uma técnica tida como perfeita a ser atingida. O objetivo não é criar uma forma tecnicamente adaptada ao nadador, mas sim, buscar repetir modelos biomecanicamente mais eficientes e tidos como ponto a ser alcançado.

1.3. Concepção Sintética

Apóia-se na corrente psicológica da Gestalt, que traz uma definição contrária da analítica, porque é partindo do todo que se identificam as partes e consegue desenvolve-las da melhor forma (GRECO, 1998).

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