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Cultura Organizacional

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Por:   •  17/7/2014  •  3.968 Palavras (16 Páginas)  •  375 Visualizações

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 - Os conceitos de cultura

Em um estudo acerca do ser humano e suas características, como refere Neves (2000), o termo “Cultura” começou a ser definido como aquilo que entra na composição do conjunto de elemento da sociedade, o qual se manifesta pelo modo de vida, onde se incluem o saber, a crença, a arte, a moral, a lei, os costumes, hábitos assumidos pelo homem como membro da sociedade. Essa formação de idéias a respeito da cultura pluralista e sócio-cultural, que permaneceu de 1900 a 1950, subdividiu-se em duas correntes, sendo uma delas o conjunto de padrões culturais, criado pelos indivíduos que interagem, realçado pelos elementos que estabelecem o padrão da cultura, explicado nos comportamentos. A segunda, mais complexa, está associada às formas de organização econômica, política e social, aos conjuntos de religião, ao tipo de linguagem, à filosofia, ao direito, à ciência e à arte; considera, ainda, a cultura como um conjunto de elementos sociais, ligada numa rede ou sistemas de relações sociais, sendo cada sistema estrutural uma unidade funcional que contribui de modo harmônico para sua existência e continuidade.

Para Morgan (1996), o termo cultura é derivado da idéia de cultivo, do processo de lavrar e desenvolver o solo. Essa palavra de muitos significados, todos derivados de sua raiz latina, que se refere à plantação no solo. A cultura envolve segurança, enfatiza demonstrações conceituais, serve como elemento que une para levar os membros do grupo em direção ao consentimento, implica dinâmica e estabelece padrão. Gaj (1990) cita que em muitas línguas ocidentais, cultura significa civilização ou refinamento da mente e, em particular, os resultados desse refinamento, como educação, arte e literatura.

À medida que um grupo de pessoas se reúne para desenvolver uma determinada atividade, inicia também a maneira como são formados os seus hábitos, sua linguagem e sua cultura, pois a cultura demonstra os valores e as crenças que os membros desse grupo partilham. Tais valores manifestam-se por meio de símbolos, como mitos, rituais, histórias, lendas e uma linguagem particularizada, orientando os indivíduos de uma referida cultura na forma de pensar, agir e tomar decisões. Falar em cultura envolve falar sobre a capacidade de adequar o indivíduo à realidade do grupo no qual está inserido. A cultura, como construção do significado social e normativo, possibilita que um grupo se fortaleça ou se desagregue. Nesse sentido, a cultura torna possível a mudança da natureza e faz com que os povos se diferenciem pelas suas preparações culturais, invenções e diferentes resoluções e encaminhamentos dos problemas. O indivíduo é por essência um ser de cultura, como explica Pires (2006).

Fleury e Fischer (1989) concebem a cultura como um conjunto de valores e pressupostos básicos manifestados em elementos simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto age como elemento de comunicação e consenso, como oculta e instrumentaliza as relações de dominação. Essa reflexão se faz interessante, tendo em vista que a cultura atua como definidora de padrões de comportamentos aceitáveis dentro de uma determinada sociedade, ou seja, ela define limites e regras a serem seguidos por seus membros.

Por outro lado, Hall (1978) fala que a cultura possui três características essenciais, a saber: ela não é inata, e sim aprendida pelos indivíduos; suas distintas características estão inter-relacionadas; ela é compartilhada e de fato determina os limites dos distintos grupos. Para o autor, a cultura é o meio de comunicação do homem.

(MACEDO,2002, p. 4) apresenta um conceito interessante sobre o processo de aprendizagem da cultura:

“A cultura é aprendida pelo homem por meio do processo de aculturação, a partir do qual aprende ou adquire os valores do grupo ou sociedade em que está inserido. É somente a partir do conhecimento dessa sociedade é que se poderá compreender o comportamento dessa pessoa dentro dos grupos. O processo de aculturação se encarrega de transmitir, tanto objetiva quanto subjetivamente, ao sujeito os valores, as crenças, os mitos presentes na cultura de um determinado grupo. E essa cultura internalizada influenciará esse sujeito em suas relações sociais, podendo ser modificada a partir de suas experiências em diversos grupos, ao longo do tempo”.

Dessa forma, Pires (2006) resume que entende-se por cultura um conjunto que abrange tudo o que constitui a vida em comum nos grupos sociais. Pode ser entendida ainda como um agrupamento de modos de pensar, de sentir e de agir, mais ou menos formalizados, os quais, tendo sido aprendidos e repartidos por uma multiplicidade de pessoas, servem de maneira ao mesmo tempo objetiva e simbólica, e passam a completar essas pessoas em uma coletividade distinta de outras. Ela é fruto de ações cujos componentes e determinantes são compartilhados e transmitidos pelos membros de um dado grupo.

2.2 - Cultura Brasileira

Pires (2006) afirma que é necessário compreender que a realidade brasileira é muito mais abrangente do que normalmente tem-se procurado fazê-la. No Brasil, o número considerável de valores apresenta-se nas mais diversas situações sociais, o que torna uma tarefa bastante ampla e de difícil compreensão entender essa realidade a partir de um único ponto de vista. O termo cultura brasileria abrange diferenças regionais de um país com dimensões continentais.

Essa característica de fragmentação da cultura nacional a torna mais frágil a influência de culturas mais sedmentadas, como a cultura Norte-Americana. Essa influência cresce à medida que sentimos a necessidade de modernização e desenvolvimento, tendo em vista que somos um país de Terceiro Mundo, conforme explica Motta (2001).

Para Da Matta (1983), outro traço marcate na cultura nacional é a dificuldade em constituir e consolidar instituições. Segundo o autor, as agremiações, associações e quaisquer outros grupos brasileiros são formados de maneira a abranger a maior quantidade de representações sociais, ficando em falta a definição de fronteiras internas e externas a esses agrupamentos, consequentemente, representam todos e ninguém ao mesmo tempo, justamente por não definirem bem seus interesses o objetivos.

Pires (2006) citando Hollanda (1989) definiu alguns aspectos como componentes importantes do que chama de tipo nacional brasileiro, a saber: culto da personalidade; dificuldade para o cooperativismo e para a coesão social; presença de traços decorrente

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