Departamento Pessoal
Casos: Departamento Pessoal. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: albertini • 13/8/2014 • 5.581 Palavras (23 Páginas) • 221 Visualizações
Introdução
A Logística é uma atividade que tem origem remota. O estrategista militar, muito antes dos executivos tomarem consciência da real dimensão da Logística no meio empresarial, a utilizava para movimentar exércitos, travar batalhas e alcançar vitórias.
Após o período da Segunda Grande Guerra, com a evolução conseguida pela vertente militar e do posterior boom do marketing, foi publicado em 1962 o artigo de Peter Drucker “The Economy´s Dark Continent” citado pela Sociedade Portuguesa de Inovação (2003), em que o autor considerou a Logística como “a face obscura da economia, verdadeiro território por explorar e a última fronteira da gestão”.
Logística é um conceito em constante evolução, atrelado à busca de ganhos de competitividade e níveis de custos reduzidos, em função do desafio global e da necessidade de agir de modo rápido frente às alterações ambientais. Até há pouco tempo era, essencialmente, associada a transporte e armazenagem, passando a ser combinada, também, com outras atividades, tais como: Marketing, Suprimentos e Atendimento ao Cliente. Era uma atividade considerada como função de apoio, não vital ao sucesso dos negócios e, em uma velocidade impressionante, esta percepção vem sendo alterada em direção ao reconhecimento da Logística como elemento estratégico.
Ao longo dos anos, vários estudos foram realizados para determinar a relevância dos custos logísticos, em relação à economia como um todo e às empresas individuais. Em seu 12th Annual State of Logistics, Wilson e Delaney (2003), consultores da Cass Information Systems Inc., que acompanham os custos logísticos americanos desde 1973, apresentam que os custos logísticos americanos caíram de 16,1% do Produto Interno Bruto - PIB, em 1980, para 9,5% em 2001.
Na Gazeta Mercantil Latino Americana (2001), Carlos Schad, Diretor da Agência de Desenvolvimento Tietê-Paraná - ADTP, comentou que, no Brasil, os investimentos em Logística crescem, em média, 20,0% ao ano desde 1996.
Conforme revelam estudos realizados pela ADTP - publicados no referido jornal, a Logística movimenta US$ 105 bilhões por ano no
Brasil, o que corresponde a cerca de 18,0% do PIB nacional.
Neste artigo, estão sendo chamados de custos logísticos, o que a Teoria da Contabilidade segrega em custos e despesas. Os custos são gastos relacionados aos sacrifícios ocorridos nos processos produtivos e as despesas, gastos incorridos no esforço de obter receitas.
Os custos logísticos, segundo o Institute of Management Accountants – IMA (1992), em um statement sobre o gerenciamento de custos logísticos são “os custos de planejar, implementar e controlar todo o inventário de entrada (inbound), em processo e de saída (outbound), desde o ponto de origem até o ponto de consumo”.
Esta conceituação considera os custos logísticos como aqueles em que a empresa incorre ao longo do fluxo de materiais e bens, dos fornecedores à fabricação (Logística de Abastecimento), nos processos de produção (Logística de Planta) e na entrega ao cliente, incluindo o serviço pós-venda (Logística de Distribuição), buscando a minimização (ou otimização) dos custos envolvidos e, garantindo a melhoria dos níveis de serviço aos clientes.
A tomada de decisões logísticas oferece variadas possibilidades para otimizar os resultados econômicos da empresa. O problema que se coloca, nesse contexto:
A Controladoria, em seu papel na gestão de resultados empresariais, com seus sistemas de custos e contabilidade gerencial, fornece ao tomador de decisões informações em concordância com as suas necessidades, atendendo a seu processo de raciocínio e decisão, no conteúdo, grau de detalhe, periodicidade, enfim, nos atributos que caracterizam uma informação gerencial eficaz?
Assim, o objetivo deste trabalho foi ordenar as informações de custos logísticos relevantes para o processo de gestão da Logística e que deveriam estar sendo geradas pela Controladoria.
Além desta
Introdução, o texto está organizado em mais quatro tópicos: 2 – Metodologia Empregada – em que está explicitada a metodologia adotada no desenvolvimento deste trabalho; 3 – Os Custos Logísticos – em que é abordada a ordenação desses custos de acordo com os elementos físicos e os macroprocessos existentes; 4 - Considerações Finais sobre o assunto, bem como as Referências Bibliográficas que permeiam este artigo.
2. Metodologia Empregada
A metodologia utilizada no desenvolvimento deste artigo está restrita à Pesquisa Bibliográfica, que é uma técnica de aprofundamento teórico, em busca de soluções e novas conclusões sobre problemas previamente definidos.
Buscou-se um amplo levantamento de estudos existentes - em andamento no Brasil e no exterior - a partir de contatos com universidades, centros de pesquisa, revistas técnicas especializadas, entidades, associações temáticas, fóruns, seminários e cursos específicos, etc. Para entender o estado da arte, foram revistas as obras de renomados autores disponíveis nas principais instituições que abordam o tema Logística e Custos Logísticos, tais como:
_ Autores Fundamentais - Bowersox e Closs (2001), Lambert ET al.(1998), Copacino (1997) e Reeve (1998), entre outros; _ Entidades Especializadas - IMA (Institute of Management Accountants), CLM (Council of Logistics Management), IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais), Ernst & Young (Consultoria), Pricewaterhouse & Coopers (Consultoria ) e,
_ Universidades - americanas, tais como Ohio, Penn State, Tennessee, Michigan, assim como brasileiras como Instituto Coppead de
Administração - UFRJ, FGV/SP, FGV/RJ, POLI/USP, Unicamp/SP, Universidade Federal de São Carlos/SP, Escola de Engenharia de São Carlos (USP), além de periódicos específicos, artigos
e textos obtidos pela Internet.
3. Custos Logísticos: Elementos Físicos e Macroprocessos
Há poucos estudos e discussões sobre custos logísticos, dentro da linha de encarar-se o processo logístico como um todo, desde o abastecimento até a entrega dos produtos finais aos clientes. Reeve (1998) é um dos poucos autores que se referem ao conceito de custo total de entrega (Total Cost of Delivery), que procuraria rastrear os custos desde o abastecimento até a distribuição aos clientes.
De fato, segundo Faria (2003), questões práticas de identificação e coleta dos dados dos custos logísticos tornam muito
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