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Diabetes Em cães E Gatos E Obesidade.

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Por:   •  10/11/2013  •  1.291 Palavras (6 Páginas)  •  613 Visualizações

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Diabetes em cães e gatos:

DIABETES MELLITUS

O Diabetes mellitus (DM) é uma das doenças endócrinas mais comuns em cães e gatos, que vem experimentando um incremento em sua ocorrência nos últimos anos, o que pode estar relacionado à melhorias na medicina veterinária (maior número de diagnósticos) e ao aumento na expectativa de vida dos animais. Mais recentemente o DM tem sido considerado por alguns autores como uma síndrome que abrange uma série de doenças de etiologias distintas, que se caracterizam por hiperglicemia.

Na espécie canina, a idade de maior prevalência em cães varia de 4 a 14 anos, com um pico entre 7 a 9 anos. As fêmeas são afetadas cerca de duas vezes mais que os machos. Existem raças que apresentam maior risco de ocorrência, como o Poodle, Schnauzer e Dachshund. Em contrapartida, algumas raças, como Pastores Alemães, Golden Retrievers e American Pit Bull Terriers parecem apresentar baixo risco para desenvolverem diabetes, indicando uma possível proteção genética dessas raças.

Os gatos machos são mais acometidos que as fêmeas e a doença ocorre em idade mais avançada (mais que 10 anos). A castração também pode ser considerada um fator de risco, uma vez que ela predispõe à obesidade.

Os principais sintomas do DM são:

- hiperglicemia: aumento anormal da glicose (açúcar) no sangue;

- glicosúria: aumento anormal e perda de glicose pela urina;

- poliúria: aumento anormal da produção de urina;

- polidipsia: aumento da ingestão de água, compensatório à poliúria;

- polifagia: aumento anormal do apetite e ingestão de alimentos, compensatórios à perda de energia na forma de glicose pela urina (glicosúria);

- emagrecimento: perda de peso devido à perda de energia (glicosúria);

- desidratação: perda de líquidos devido à poliúria

Patogênese do DM:

O diabetes mellitus canino (DMC) assemelha-se ao DM tipo 1 em humanos, no qual ocorre destruição de células B no pâncreas e incapacidade de produção de insulina. As causas mais comuns de destruição de células B são processos autoimunes (insulinite imunomediada) e pancreatite. Esse tipo de diabetes é irreversível, o que torna o animal insulino-dependente. Ocorre também DM transitório provocada por ação de progesterona endógena ou exógena. Este hormônio provoca resistência insulínica (inibindo a ação insulínica nas células).

Já o diabetes mellitus felino (DMF) assemelha-se ao DM tipo 2 em humanos, secundário à obesidade e resistência insulínica. Em felinos, o DM não é necessariamente insulino-dependente e pode apresentar reversibilidade.

A insulina exerce papel fundamental no metabolismo da glicose (principalmente), gorduras e proteínas. Imediatamente após uma refeição rica em carboidratos, a glicose absorvida para o sangue eleva a secreção de insulina, a qual auxilia a captação e armazenamento da glicose pelo fígado, sob a forma de glicogênio. Quando a quantidade de glicose que penetra nas células hepáticas é superior à que pode ser armazenada como glicogênio, a insulina promove a conversão do excesso de glicose em ácidos graxos, que são armazenados nos adipócitos como gordura.

Em ambos os tipos de DM ocorre alteração no metabolismo dos nutrientes. A deficiência de insulina ou de sua ação periférica leva a uma diminuição na utilização de glicose, a qual permanece elevada na corrente sanguínea (hiperglicemia). Esse acúmulo de glicose no sangue causa o aumento da produção de urina (poliúria), levando ao aumento da ingestão de água (polidipsia). Por outro lado, a perda de glicose pela urina (glicosúria) causa perda de energia e aumento do apetite (polifagia). Ainda que o animal coma mais alimentos e beba mais água, normalmente não se consegue evitar o emagrecimento e a desidratação, em longo prazo.

Obesidade em Cães e Gatos:

A obesidade representa uma das principais doenças que afeta a saúde de cães e gatos. Estima-se que a doença atinja de 19 a 52% dos gatos e 22% a 50% dos cães, sendo que a taxa de incidência vem aumentando em todo o mundo. Os cães e gatos são classificados como "com sobrepeso" quando seu peso está mais do que 10% acima de seu "peso ideal", e classificados como "obesos", quando seu peso ultrapassa 15 a 20% do peso ideal.

A obesidade pode ser considerada um fator de risco importante para várias outras doenças, seja devido à sobrecarga física que o excesso de peso corporal causa, ou devido à ação de substâncias químicas com um efeito pró-inflamatório (adipocinas e adipocitocinas), que levam alguns autores a considerar a obesidade como um “estado inflamatório em baixa intensidade”. As principais alterações potencialmente causadas pela obesidade, e que contribuem para a redução da expectativa de vida de cães e gatos são:

-Alterações cardiorrespiratórias.

-Intolerância ao esforço.

-Comprometimento do sistema imunológico.

-Hiperlipidemia e dislipidemia.

-Doenças osteoarticulares (displasia coxo-femoral, artroses, ruptura de ligamento cruzado, fraturas do côndilo umeral, discopatias)

- Problemas reprodutivos (subfertilidade, distocia)

- Doenças dermatológicas

-Doenças da cavidade oral (gatos)

- Alterações gastrintestinais

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