Direito Administrativo
Ensaios: Direito Administrativo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vanessa_estacio • 20/11/2013 • 2.484 Palavras (10 Páginas) • 266 Visualizações
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTRODUÇÃO
1) Direito
O estudo do Direito Administrativo há de partir, necessariamente, da noção geral do Direito, tronco de onde se ramificam todos os ramos da Ciência Jurídica.
O Direito, objetivamente considerado, é o conjunto de normas ou regras de conduta coativamente impostas pelo poder estatal.
Na clássica conceituação de Jhering, é o complexo das condições existenciais da sociedade, asseguradas pelo poder público.
Em última análise, o Direito se traduz em princípios de conduta social, tendentes a realizar a justiça.
Quando esses princípios são sustentados em afirmações teóricas formam a Ciência Jurídica, em cuja cúpula está a Filosofia do Direito; quando esses mesmos princípios são concretizados em norma jurídica, temos o Direito Positivo, expresso na Legislação.
A sistematização desses princípios, em normas legais, constitui a ordem jurídica, ou seja, o sistema legal adotado para assegurar a existência do Estado e a coexistência pacífica dos indivíduos na comunidade.
2) Sociedade e Estado
É uma característica da natureza humana conviver em sociedade.
Aliás, observando o mundo que nos circunda, podendo constatar que todos os fenômenos prendem-se a uma das seguintes realidade: ou à da natureza física, que se guia por leis fixas e externas ao próprio homem (lei da gravidade), ou a resultante do atuar em sociedade, da qual resulta a cultura.
Podemos, pois, afirmar que sempre estaremos diante de algum fenômeno da natureza física ou cultural. Esta última é resultante da atividade humana e, portanto, é guiada por leis que o próprio homem cria e protege.
A sociedade é o modo natural de o ser humano viver.
Ao contrário de outras espécies, o homem não se realiza solitariamente, é um ser gregário, uma vez que só pode cumprir e alcançar suas finalidades junto com outros homens. Pois, os indivíduos têm necessidades que somente podem ser supridas pela atividade conjunta e não pela atuação isolada. Assim sendo, reúnem-se em sociedade.
Essas sociedade não só obedecem a uma ordem, como também perseguem um fim. Isso levanta a questão da relação do homem com a sociedade. Uma vez que, substancialmente, só existem os indivíduos. A sociedade, o Estado ou mesmo, outras formas associativas (a família, a empresa, a igreja, o clube, partidos políticos), são resultantes de uma atuação humana voltada ao atingimento de um fim.
Toda vez, pois, que ocorre a conjugação desses elementos – do elemento humano mais a existência de um objetivo comum e, ainda, uma ordem que se expressa através de normas – estaremos diante de uma modalidade qualquer de sociedade.
Na verdade, são múltiplas as sociedade. Há as que visam fins comerciais, outras, fins religiosos, outras, ainda, fins de benemerência; porém, existe uma dentre elas que tem como finalidade um espectro extremamente amplo de objetivos, que, globalmente considerados, formam o BEM COMUM.
Trata-se, no fundo, de uma sociedade que é mais abrangente de todas. Uma sociedade que visa propiciar condições para que o homem viva com outros homens, além de ter condições, inclusive, de criar outras sociedade dentro dela mesma. A esta sociedade abrangente, de fins variáveis, conforme os tempos e sempre voltados ao bem de todos, dá-se o nome de Estado.
Ocorre que, nem sempre foi assim. Em outras épocas a sociedade política ganhava outro nomes. A partir do mundo moderno consagrou-se a palavra Estado, cujo o teórico no que diz respeito a sua formação foi Maquiavel, para designar a sociedade de fins abrangentes, envolventes das demais e detentora de uma modalidade especial de poder.
De fato, quando falamos que a sociedade pressupõe ordem, normas, implicitamente estamos nos referindo ao poder, que é o que confere eficácia a essas ordens e a essas normas da sociedade.
O poder é de existência difusa na sociedade (Teoria do Contrato Social – Rousseau). Há poderes de diversas espécies nos diversos setores da atividade humana. O poder vem a ser a faculdade que alguém tem de obter obediência para suas ordens.
Não há que se confundir poder com força física. Aliás, quem faz uso da força, a rigor, não está fazendo uso do poder, porque a força quebranta a própria vontade daquele sobre quem é exercida.
Assim, diante da frase a bolsa ou a vida, a vítima não cede a rigor ao poder de outrem, mas à força física do agressor.
O poder embora não prescinda também de certa quantidade de força física, tem uma essência sobretudo ética. Pois, volta-se a tingir a vontade daquele a quem é imposto. Todo poder, portanto, envolve obediência; implica uma adoção voluntária e não por força de um elemento que iniba o exercício da própria vontade.
O Estado necessita visceralmente do exercício do poder, sem o que não pode assegurar a realização do atingimento de seus fins.
Esse poder encontra-se institucionalizado e expressa-se através de autoridades que, pelo fato de ocuparem determinados postos na sociedade, têm a capacidade de editar normas cuja obediência é forçosa.
Não é, portanto, a lei do mais forte, mas a lei daquele que é legitimado para editá-la.
Uma vez que, não pode haver ordem acima do Direito, sob pena da inversão dos valores da força do Direito, pelo direito da Força.
Daí o porque do fenômeno do Poder, no Estado, estar intrinsecamente ligado ao Direito.
O Estado não pode exercer o Direito de forma desordenada, inestável, mutável, segundo as circunstâncias. Precisa de um poder que se exercite sob normas estáveis, que definam aquele que é competente que exercê-lo e quais as condições que devem ser satisfeitas para que se ascenda a esse poder, assim como definam seus limites e o seu controle.
Essas normas voltam-se tanto para a constituição do Estado, quanto para a definição dos direitos dos próprios indivíduos.
Destarte, o Estado, ao fazer uso da estrutura adequada para o atingimento de suas finalidade, dá origem a
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