ECONOMIA POLITICA
Dissertações: ECONOMIA POLITICA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: SUENICEUTA • 23/9/2013 • 1.812 Palavras (8 Páginas) • 547 Visualizações
Economia Política
A Economia é uma ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Etimologicamente economia vem do grego οικονομία (οἶκος = 'casa' + νόμος = 'costume ou lei': daí "regras da casa" ou "administração doméstica").
Seguindo o modelo das demais ciências sociais, a Economia enquanto ciência deriva da vontade de usar métodos mais empíricos à semelhança das ciências naturais, com a exigência de estabelecer hipóteses e fazer predições que possam ser testadas com dados empíricos, onde os resultados são passíveis de serem demonstrados e repetidos, através da reprodução das mesmas condições da experiência. No entanto, à semelhança das outras ciências sociais, pode ser difícil os economistas conduzirem certos experimentos formais devido a questões práticas envolvendo a subjetividade humana.
É preciso considerar, contudo, que as mesmas dificuldades de constituir as Ciências Sociais a partir do modelo experimental das ciências naturais também aparecem na constituição da Economia enquanto ciência e este debate está longe de ser encerrado. O campo da economia experimental tem feito esforços para testar pelo menos algumas das predições de teorias econômicas em ambientes simulados em laboratório – um esforço que rendeu a Vernon Smith e Daniel Kahneman o Prêmio Nobel em Economia em 2002. Por outro lado, alguns economistas, como o ganhador do Prêmio Nobel Friedrich Hayek, são da opinião que a tendência para a economia imitar os métodos e procedimentos das ciências físicas leva a resultados não-científicos, por se tratar da aplicação mecânica e não-crítica de hábitos de pensamento vindos de áreas sem as especificidades das ciências sociais.
ECONOMIA POLÍTICA
A expressão Economia Política tem origem no grego: oikonomika e politeia. Antonie Montchrétien foi quem primeiro utilizou a expressão em 1615, em sua obra "Tracté de l'Economie Politique", se referindo ao estudo das relações de produção, especialmente entre as três classes principais da sociedade capitalista ou burguesa: capitalistas, proletários e latifundiários e onde ele afirma que: "a ciência da aquisição da riqueza é comum ao Estado e a família" e entendia que não deveria ser separado o adjetivo política do substantivo economia.
No final do século XIX, o termo economia política foi paulatinamente trocado por economia, usado por aqueles que buscavam abandonar a visão classista da sociedade, repensando-a pelo enfoque matemático, axiomático e valorizador dos estudos econômicos atuais e que concebiam o valor originado na utilidade que o bem gerava no indivíduo.
Atualmente o termo economia política é utilizado comumente para referir-se a estudos interdisciplinares que se apoiam na economia, sociologia, direito e ciências políticas para entender como as instituições e os contornos políticos influenciam a conduta dos mercados. Dentro da ciência política, o termo se refere principalmente às teorias liberais e marxistas, que estudam as relações entre a economia e o poder político dentro dos Estados.
ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA[1]
Os maiores representantes da Economia Política Clássica foram Adam Smith e David Ricardo. A despeito das diferenças entre suas concepções teóricas, encontram-se nitidamente duas características centrais da teoria que vinha se elaborando há quase duzentos anos.
A primeira delas refere-se à natureza dessa teoria: “não se tratava de uma disciplina particular, especializada, que procurava “recortar” da realidade social um “objeto” específico (o “econômico”) e analisá-lo de forma autônoma. À Economia Política interessava compreender o conjunto das relações sociais que estava surgindo na crise do Antigo Regime”; por isso, em suas mãos, a Economia Política se erguia como fundante de uma teoria social, um elemento articulado de ideias que buscava oferecer uma visão do conjunto da vida social.
A segunda característica da Economia Política clássica relaciona-se ao modo como seus autores mais significativos trataram as principais categorias e instituições econômicas (dinheiro, capital, lucro, salário, mercado, propriedade privada etc.): eles se entenderam como categorias e instituições naturais que, uma vez descobertas pela razão humana e instauradas na vida social, permaneciam eternas e invariáveis na sua estrutura fundamental.
“A Economia Política Clássica expressou o ideário da burguesia no período em que esta classe estava na vanguarda das lutas sociais, conduzindo o processo revolucionário que destruiu o Antigo Regime” – e não foi por outra razão, que o filósofo húngaro Georg Lukács (1885-1971) considerou-a a “maior e mais típica ciência nova da sociedade burguesa”.
A crise da Economia Política Clássica
Entre os anos vinte e quarenta do século XIX, desenha-se a crise da dissolução da Economia Política Clássica. Essa crise insere-se num contexto bem determinado: nessas décadas, altera-se profundamente a relação da burguesia com a cultura ilustrada de que se valera no seu período revolucionário.
A cultura ilustrada condensa um projeto de emancipação humana que a foi conduzido pela burguesia revolucionária, resumido nos ideias de liberdade, igualdade, fraternidade. Entretanto, a emancipação possível sob o regime burguês, que se consolida nos países da Europa Ocidental na primeira metade do século XIX, não é uma emancipação humana, mas somente a emancipação política. Com efeito, o regime burguês emancipou os homens de dependência pessoal, vigentes na feudalidade; mas a liberdade política, ela mesma essencial, esbarrou sempre num limite absoluto, que é próprio do regime burguês: nele a igualdade jurídica (todos são iguais perante a lei) nunca pode se traduzir em liberdade econômico-social, sem esta, a emancipação humana é impossível.
Portanto a Revolução Burguesa, realizada, não conduziu ao prometido reino da liberdade: conduziu a uma ordem social sem dúvida muito mais livre que a anterior, mas que continha limites insuperáveis a emancipação da humanidade. Tais limites desviam-se ao fato de a revolução resultar numa nova dominação de classe – o domínio da classe burguesa. A burguesia a abandona os principais valores
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