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Economia Politica

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Por:   •  17/9/2014  •  8.035 Palavras (33 Páginas)  •  320 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Economia

Disciplina: Economia Política

A crise

Em 2006, nos Estados Unidos começou a surgir uma grande taxa de despejos em grandes áreas, onde a população que habitava era de baixa renda, onde a maioria era afrodescendentes, imigrantes, e de mães solteiras. Pessoas tinham dificuldade para financiar casas, pois havia uma crise financeira “subprime” (que foi gerada a partir da quebra de instituições de crédito dos Estados Unidos, que concediam empréstimos hipotecários de alto risco arrastando vários bancos para uma situação de insolvência e repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores). A população não apenas sofria com a crise imobiliária, mas uma pandemia de AIDS fez com que a população tivesse mais custos financeiros com essa doença. Foi somente em 2007, que a população sentiu mais forte a crise, pois foi quando a crise afetou a classe media branca nas áreas urbanas e suburbanas. Em 2007 aproximadamente quase 2 milhões de pessoas perderam suas casas e outras 4 milhões corriam o risco de serem despejadas , casas abandonadas ,com tabuas em janelas e portas dominaram a paisagem nos bairros. Vitimas dos despejos tiveram de encontrar ouros lugares para morar, e isso fazia com que se formassem periferias em cidades como Califórnia e Florida. A confiança do consumidor despencou, a construção de habitação cessou a demanda implodiram, as vendas do varejo caiu, o desemprego aumentou as lojas e as fabricas fecharam, grandes empresas como General Motors quase faliram. Em 2009 muitos países como Taiwan, China, Coreia do Sul e Japão viram suas exportações caírem em 20% ou mais em apenas dois meses. Em poucos meses o comércio global internacional caiu um terço, criando tensões nas economias exportadoras, como a da Alemanha e a do Brasil. Produtores de matérias-primas, que andavam em alta no verão de 2008, de repente depararam com uma queda de preços que trouxe sérias dificuldades para países produtores de petróleo, como a Rússia e a Venezuela, assim como os Estados do Golfo. O desemprego começou a aumentar a uma taxa alarmante. Cerca de 20 milhões de pessoas perderam seus empregos na China. Nos Estados Unidos, o número de desempregados era mais de cinco milhões em poucos meses (maioria de comunidades afro-americanas e hispânicas). Na Espanha, a taxa de desemprego saltou para mais de 17%%. Na primavera de 2009, o Fundo Monetário Internacional estimava que mais de 50 trilhões de dólares em valores de ativos haviam sido destruídos. A Federal Reserve estimou em 11 trilhões de dólares a perda de valores de ativos das famílias dos EUA apenas em 2008. Naquele período, o Banco Mundial previa o primeiro ano de crescimento negativo da economia mundial desde 1945.

Essa sem duvida foi a mãe de todas as crises, no entanto, também deve ser vista como o auge de um padrão de crises financeiras que se tornaram mais frequentes e mais profundas ao longo dos anos, desde a última grande crise do capitalismo nos anos 1970 e início dos anos 1980. A crise financeira que abalou o Leste e Sudeste Asiático de 1997 a 1998 foi enorme, e as repercussões na Rússia (que decretou a sua dívida em 1998) e, em seguida, na Argentina em 2001 (causando a um colapso total que levou a instabilidade política, ocupações de fábrica, bloqueios espontâneos de estradas e formação de associações de vizinhança) foram catástrofes locais, e nos EUA a falência de empresas locais como WorldCom e a Enron em 2001, que basicamente negociavam instrumentos financeiros chamados derivados, imitava a enorme falência do fundo de cobertura Long Term Capital Management.

Houve centenas de crises financeiras ao redor do mundo desde 1973, em comparação com as muito poucas entre 1945 e 1973, e várias destas foram baseadas em questões de propriedade ou desenvolvimento urbano. A primeira crise em escala global do capitalismo no mundo pós-Segunda Guerra teve inicio em 1973. Originou-se em uma crise do mercado imobiliário global, que derrubou vários bancos e afetou drasticamente não só as finanças dos governos, mas também as finanças do Estado de modo mais geral. O sistema bancário sueco teve de ser nacionalizado em 1992, em meio a uma crise nórdica que também afetou a Noruega e a Finlândia, causada por excessos nos mercados imobiliários. Um dos pontos principais para o colapso no Leste e Sudeste Asiático de 1997 a 1998 foi o desenvolvimento urbano excessivo. E as crises prolongadas nas poupanças e no crédito ligado ao setor imobiliário comercial nos Estados Unidos de 1984 a 1992 levaram mais de 1.400 companhias de poupança e empréstimo e 1.860 bancos a fechar as portas, com um custo de cerca de 200 bilhões de dólares para os contribuintes do país. Crises associadas a problemas nos mercados imobiliários tendem a ser mais duradouras do que as crises curtas e agudas que, às vezes, abalam os mercados de ações e os bancos diretamente.

No México durante a crise da divida que abalou os fundamentos dos pais em 1982 de

Modo nu e cru, a politica era: privatizar os lucros e socializar os riscos; salvar os bancos e colocar os sacrifícios nas pessoas. Os bancos se comportam mal porque não são responsáveis pelas consequências negativas dos comportamentos de alto risco. O socorro bancário atual e essa mesma historiam, só que maior e, dessa vez, centrado nos Estados Unidos.

As políticas atuais propõem sair da crise com uma maior consolidação e centralização do poder da classe capitalista. Restaram apenas quatro ou cinco grandes instituições bancárias nos Estados Unidos, embora muitos em Wall Street estejam prosperando. As crises financeiras servem para racionalizar as irracionalidades do capitalismo.

Geralmente levam a reconfigurações, novos modelos de desenvolvimento, novos campos de investimento e novas formas de poder de classe. Tudo isso pode dar errado, politicamente. Mas a classe política dos EUA até agora cedeu ao pragmatismo financeiro e não tocou as raízes do problema. Conselheiros econômicos do presidente Obama são da velha escola – Larry Summers, diretor de seu Conselho Econômico Nacional, foi secretário do Tesouro no governo Clinton, quando o fervor pela desregulamentação das finanças dominava.

Será que os poderes que atualmente dominam o sistema vão apenas procurar limpar o problema com o sacrifício popular e, em seguida, devolver os bancos aos interesses de classe que nos colocaram nessa confusão? Isso é quase certamente para onde nos dirigimos, a menos que uma onda de oposição política indique outra maneira de solucionar o problema. Já os assim chamados “bancos de investimento boutique”

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