Estudo dirigido ética
Por: larissadt • 12/11/2015 • Trabalho acadêmico • 3.436 Palavras (14 Páginas) • 549 Visualizações
1-Platão, discípulo de Sócrates, criou o mundo ideal, abstrato, onde existe o bem, a verdade, a justiça , o belo e todas as noções perfeitas existente e a luz plena. Mas este mundo ideal não existe no mundo real, onde só vemos as sombras. Para se alcançar o mundo ideal, é necessário método, ou dialética
Platão herdou de Sócrates alguns princípios filosóficos. Sócrates se ocupava do ser humano como prioridade e objeto de reflexão filosófica, que sempre partia do mundo vivido e experimentado pelas pessoas. Ele estava em contato com as pessoas no seu dia a dia, sob o Lema: “conhece-te a ti mesmo “, inaugurando o método da maiêutica, isto é, a verdade está dentro das pessoas e precisa ser retirada de lá.O ser humano bom, justo é feliz, mas o injusto não o é.Ao homem virtuoso, nada acontecerá de mal,pois os deuses dele se ocuparão.
Platão procurava a verdade através da educação dos cidadãos da Polis, por meio da dialética. Este método seria a busca do ser-em- si de todo ente: a ideia ,ele nos permite fundar a vida prática dos sujeitos empíricos na ideia universal do bem.O que nos destrói é a injustiça, a desmedida, a desrazão. A justiça é reflexo da honra e da harmonia do Universo, através dela nos assemelhamos ao que é invisível, divino, imortal.
O ser ético busca o equilíbrio entre o prazer e a inteligência. A ética implica a compreensão e incorporação de um bem universal, o bem enquanto ideia, capaz de suplantar o excesso que ameaçaria a existência do belo. O sujeito moral é aquele capaz de tomar consciência do bem, que se embeleza, busca a beleza manifesta em uma vida equilibrada , sem excessos, pois a vida moral é uma vida moderada.
A ideia do bem apresenta três ideias construtivas : a proporção ou medida, a beleza e a verdade. A articulação destes três princípios irá presidir a harmonização das diversas partes que constitui o ser humano: o prazer e o intelecto, sendo que o último se aproxima do ideal do bem, quando guiado pela moderação, pois os prazeres são imoderados.
2-Para Aristóteles, o homem decide o que é o Bem em situações já dadas , em uma determinada cultura , em um determinado tempo histórico, em fim , em um horizonte de determinado ethos , onde nem uma teoria geral do bem pode oferecer respostas adequadas. O homem age em contextos concretos onde precisa se posicionar, decidir o que é melhor a ser feito. As escolhas variam de acordo com o contexto e as boas escolhas dependem dos fatores implicados em cada caso.
Para este filósofo, o sujeito ético não possui um modelo a ser seguido e não basta aprender conceitos do que é o Bem, mas é necessário desenvolver uma capacidade prática ou sagacidade que o levará ao agir com retidão.A vida virtuosa é aquela que possibilita ao homem viver racionalmente e as virtudes éticas resultam do hábito: o homem se torna capaz de estabelecer fins que visem à justiça
Não existe justiça senão na prática da justiça. Agindo com justiça, o homem desenvolve o senso de justiça , tornando-se apto a agir de modo justo em outras situações. O contrário da virtude é o excesso, e a virtude implica a ideia de justa medida.
Os excessos da vida sensível serão mediados pela superior atividade da alma e a razão e a justiça são as mais elevadas das virtudes. As virtudes dianoéticas ou intelectuais são da parte mais elevada da alma, a alma racional. São duas as funções da alma: a razão prática , que capacita o homem na direção de sua vida prática e a razão teórica, que reconhece as coisas como necessárias e universais e conduz à sabedoria.
3-Agostinho tinha seus princípios filosóficos conectados aos ensinos filosóficos de Platão. Um dos princípios defendidos por ele era que a nossa realidade cotidiana é um arremedo do que realmente existe e as respostas para todas as questões humanas estavam em Deus.. O fim do Bem é viver de acordo com a virtude , mas só consegue quem conhece e imita a Deus , a única fonte da felicidade.
Segundo ele, o caminho das virtudes teologais- fé, esperança – caridade – é a relação entre o princípio de tudo , Deus e a alma humana. O homem precisa discernir o que é perene do que é provisório, aproximar do verdadeiro e evitar o engano. É necessário estabelecer relação ética com o mundo que o cerca.
Há uma tensão entre escolher uma vida centrada no amor ou se deixar dominar pelos vícios. A liberdade é o fundamento da ética, pois o ser humano é capaz de fazer escolhas: escolher o Bem é colocar-se em sintonia com a ordem natural e com o propósito real de tudo o que existe. É possível ao homem recusar a ética do amor e se entregar aos vícios.Os caminhos da perfeição ética e espiritual incluía uma vida comunitária, simplicidade e observância da vontade de Deus.Acreditava na igualdade de todos os seres humanos diante do pecado, da redenção por meio de Jesus Cristo.
Tomás de Aquino, também filósofo Cristão ,assemelha-se a Agostinho na busca da conexão de suas ideias com os ensinamentos filosóficos grego. Só que este último se baseia em Platão para propor sua ética do amor e organizar sua reflexão estabelecendo compatibilidade entre as virtudes gregas e as teologias cristãs e Tomás de Aquino busca em Aristóteles os fundamentos de sua ética do político e de legitimização dos princípios cristãos da era medieval.
Os dois pensadores aproximaram as virtudes da filosofia grega- temperança, prudência, coragem , justiça com as atitudes éticas e práticas da fé cristã. Assim como Agostinho, Aquino também cria que o ser humano deveria se voltar para o criador, que era o fundamento da racionalidade e da liberdade, que a felicidade está em trilhar o caminho de retorno a Deus.
Diferente de Agostinho, que teve dificuldades de achar um sentido maior e melhor para a política, Aquino afirmava que a noção do bem comum , ou vivência das virtudes seria algo inerente aos interesses da cidade e o Universo da política era tido como um serviço à vontade de Deus.Para ele, todos os tributos de uma vida ética estavam centralizados na justiça. O cristão é um servidor do bem comum e deve construir sua vida na cidade de modo a construir relações justas. O Estado deveria ser submisso aos ensinamentos e normas da Igreja . Todo poder emana de Deus e a ele deve-se obediência e explicação.
4- Kant coloca sua filosofia como a crítica das condições de produção do conhecimento humano e estabelece condições estruturais que permitem sua constituição. O conhecimento se resume ao que for apreendido pelos sentidos e organizado pela razão. Segundo este filósofo, não há nada em Deus, na alma ou na liberdade que possa ser apreendido sensorialmente e a ciência seria apenas discurso a respeito dos fenômenos. Assim, ele recusa as duas fontes tradicionais que fundamentavam a ética: a religião e a ciência.
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