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Familia E Seu Desenvolvimento Escolar

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Por:   •  14/4/2014  •  7.851 Palavras (32 Páginas)  •  574 Visualizações

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FAMÍLIA E ESCOLA: PARCEIRAS NO PROCESSO EDUCACIONAL DA CRIANÇA

Jiane Martins Soares 1

RESUMO

A educação da criança assume um caráter global no sentido de que atribui a todas as instituições principalmente no que condiz a escola e a família parcelas essenciais na responsabilidade e de parceria na processo de formação infantil. A grande contradição se dá pelo fato de que no imaginário escolar e familiar, as expectativas em relação à educação não são cumpridas entre uma e outra, o que gera um diálogo árduo e não raras vezes, mutuamente sem retorno. Mesmo assim tais instituições precisam assumir as responsabilidades que lhes cabe, no sentido de garantir que a aprendizagem aconteça numa educação voltada para o exercício ético da democracia e da cidadania. O presente artigo pretende investigar, junto à teoria, qual é o papel da família e escola no desempenho escolar das crianças. Portanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica buscando fundamentação teórica para a concretização do objetivo almejado. No alcance dos resultados, constatou-se, entre outros aspectos, que cabe aos profissionais da educação, ou seja, aos professores darem o primeiro passo para que a parceria entre escola e família possa acontecer de forma efetiva. Para isto, deve-se considerar o planejamento das reuniões escolares a fim de que não sejam somente “informativas”, mas interativas e dinâmicas.

Palavras-chave : Família. Escola. Parceria. Educação. Crianças.

A escola se vê diante de vários problemas educacionais agregados à desordem, ao desrespeito a regras de conduta e à falta de limites com seus alunos que considera como responsabilidade da família, e esta nutre uma expectativa de que a escola forneça a criança alguns ensinamentos, muitas vezes equivocada. É possível perceber nos estudos de Vasconcelos (1989) que cada vez mais os alunos vêm para a escola com menos limites trabalhados pela família. Muitos pais chegam mesmo a passar toda responsabilidade para a escola. Mediante suas

1 Licenciatura Plena em Pedagogia com habilitação em docência de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental e Administração Educacional pelo Instituto de Ensino Superior do Amapá - IESAP; Pós- graduação em Psicopedagogia Institucional pela Faculdade Meta de Macapá.

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remotas experiências como estudantes e a desorganização da classe que os filhos relatam, os pais exigem da escola uma postura autoritária. É preciso ajudá-los a compreender que existe uma outra alternativa, que supera tanto o autoritarismo, quanto o espontaneísmo. Discutir e reconstruir esses contornos se mostra necessário à reflexão sobre situações, por vezes, problemáticas, principalmente no que tange ao conhecimento sobre o tipo de família que hoje a escola tem que lidar e como lidar. Por outro lado, sabe-se que a família, por mais que tenha inúmeras responsabilidades educacionais sobre a criança, necessita de auxílio para efetivar este ensino com qualidade, como destaca Parolim (2007, p. 14): “sabemos que a família está precisando da parceria das escolas, que ela sozinha não dá conta da educação e socialização dos filhos”. Como conseqüência disto, a educação fornecida nestas duas instituições, ao invés de se complementarem, concorrem entre si, conforme a mesma autora destaca: “os professores afirmam que as posturas familiares são adversas ás posturas que adotam na escola com os alunos, como agravante em termos das suas aprendizagens”. Diante deste problema, questiona-se o que pode ser feito para que família e escola possam caminhar juntas no processo de ensino e aprendizagem do educando? Ao ponderar a necessidade de uma postura democrática participativa por parte da escola, acredita-se que a solução para tal embate seja atrair a família para a escola através de instrumentos comunicativos que realmente sejam efetivos, que não sirvam somente para “informar”, mas para coletivizar conhecimentos, onde ambas possam comparar, construir e reformular seus métodos de ensino conseguindo com isto, efetivar suas funções de educadores. Diante desta situação, este artigo tem como objetivo principal investigar junto à teoria qual é o papel da família e escola no desempenho escolar das crianças. Como forma de atingir o objetivo almejado, o estudo estrutura-se primeiramente na família dos dias atuais, apresentando os tipos de famílias existentes na contemporaneidade, bem como suas responsabilidades educacionais na formação da criança. Tais informações são primordiais para que se possa entender que cabe a família, independente de suas obrigações profissionais, algumas ações formativas voltadas, não somente para a construção de valores, mas de outras práticas essenciais para a formação da criança.

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Posteriormente, abordam-se as funções da escola no processo educacional da criança, bem como algumas propostas para que escola e família caminhem juntas, principalmente no que condiz ao preparo das reuniões escolares.

1 FAMÍLIA: MUDANÇAS ATUAIS E RESPONSABILIDADES ANTIGAS

Nos últimos vinte anos, várias mudanças ocorridas na sociedade atual relacionadas ao processo de globalização da economia capitalista vêm interferindo na dinâmica e estrutura familiar e possibilitando mudanças em seu padrão tradicional de organização. Conforme os estudos de Pereira (1995), a queda da taxa de fecundidade, o declínio no número de casamentos, o aumento de famílias onde os pais não vivem juntos, entre outros aspectos, tornam as famílias dos dias atuais bem diversificadas. No passado era possível definir a família como pais, filhos e outros parentes vivendo num mesmo ambiente, hoje em dia isto mudou, além de muitos pais viverem separados, existem outros aspectos, como destaca Dias (2005, p. 210):

A família é um grupo aparentado responsável principalmente pela socialização de suas crianças e pela satisfação de necessidades básicas Ela consiste em um aglomerado de pessoas relacionadas entre si pelo sangue, casamento, aliança ou adoção, vivendo juntas ou não por um período de tempo indefinido.

Muito embora, é necessário ressaltar que essas mudanças não devem ser encaradas como tendências negativas, ou sintomas de "crise". A aparente desorganização da família é um dos aspectos da reestruturação que ela vem sofrendo, os papéis sociais atribuídos entre o homem e a mulher tendem a se modificar não só no lar, mas

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