Feridas

FERIDAS E CURATIVOS

PALMEIRA DOS ÍNDIOS - AL

2006/02

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda o tema feridas: curativos de um modo geral, além da prevenção de úlcera de pressão e de métodos especiais de lesões de pele onde buscou-se informações variadas pertinentes ao tema.

A ferida é definida como qualquer lesão no tecido epitelial, mucosas ou órgãos com prejuízo de suas funções básicas, podendo ser causadas por fatores extrínsecos como incisão cirúrgica e as lesões acidentais, por corte ou trauma ou por fatores intrínsecos, como as feridas produzidas por infecção, as úlceras crônicas, as causadas por alterações vasculares, defeitos metabólicos ou neoplasias. Já o curativo é todo material colocado diretamente sobre a ferida a fim de favorecer a cicatrização.

O processo do tratamento das feridas tem evoluído cada vez mais, pois trata-se de um processo dinâmico daí a necessidade de se aprofundar o conhecimento e estudo dos mesmos.

2. FERIDAS

A pele constitui uma barreira mecânica de proteção ao corpo, além de termorregulação, excreção de água e eletrólitos, e das percepções táteis de pressão, dor e temperatura.

É constituída de 3 camadas (epiderme, derme e tecido conjuntivo subcutâneo) e qualquer interrupção na sua continuidade, ou seja, ruptura da pele e tecidos adjacentes, representa uma ferida.

O tratamento de uma ferida, por meio de técnica e assepsia cuidadosa, tem como objetivo evitar ou diminuir os riscos de complicações decorrentes e facilitar o processo de cicatrização.

Classificação das Feridas

As feridas podem ser classificadas de várias maneiras: pelo tipo do agente causal, de acordo com o grau de contaminação, pelo tempo de traumatismo, pela profundidade das lesões, sendo que as duas primeiras são as mais utilizadas.

Causa

- Intencional: para fins de tratamento, como a incisão cirúrgica.

- Não-intencional: incisas, provocadas por agentes cortantes (facas, etc); perfurantes (pregos, etc); contusas (produzidas por objetos que resultam em traumatismo das partes moles, hemorragia e edema); lascerantes (bordas irregulares); atrito com superfícies ásperas; queimaduras provocadas por agentes físicos (como fogo) ou químicos (ácidos). Neste grupo, incluem-se também as escaras, causadas por pressão em extremidades, levando à deficiência circulatória local e necrose tecidual, e doenças como o diabetes (por deficiência de irrigação tecidual).

3. CURATIVOS

Curativo é o tratamento utilizado para promover a cicatrização da ferida, proporcionando um meio adequado para este processo. A escolha do curativo depende do tipo de ferida.

Objetivo

• Proporcionar conforto ao paciente (diminuição da dor) e promover a cicatrização.

• Proteger a ferida para prevenir infecções.

• Observar o aspecto da cicatriz cirúrgica.

• Manter a área limpa.

Escolha do Curativo Ideal

A opção de tratamento para o paciente portador de uma ferida deve ser personalizada, uma vez que deve atender as características pessoais e de evolução do cliente, alem dos recursos materiais e humanos que o profissional dispõe no momento. O conforto do paciente, a possibilidade de uso, eficácia e custo são alguns aspectos que devem fazer parte dos critérios de escolha do curativo. Turner, em 1982, relacionou sete critérios para o curativo ideal:

• Manter o meio úmido. A umidade promove um incremento na migração celular, favorecendo a epitelização. Ocorre também diminuição da dor no local da ferida visto que as terminações nervosas se oxidam na presença do ar. Alem disso, favorece a autólise e desprendimento de tecido desvitalizado. Existem situações em que o curativo úmido está contra-indicado, como por exemplo, feridas de membros inferiores com perfusão ausente, com presença de necrose de coagulação, até que o status vascular seja melhorado.

• Permitir a troca gasosa. A troca de gases no leito da ferida traz benefícios à cicatrização; entretanto existem autores que defendem a promoção de hipoxia no leito da ferida com a finalidade de estimular a neoangiogenêse (formação de novos vasos), uma vez que a hipoxia superficial estimula a resposta do organismo, promovendo o crescimento de capilares trazendo com eles oxigênio e crescimento celular.

• Fornecer isolamento térmico. A temperatura de 37ºC estimula a atividade macrofágica e mitótica. O esfriamento da ferida prejudica a velocidade da atividade mitótica das células e o retorno a temperatura ideal pode levar 40 minutos ou mais.

• Ser impermeável às bactérias a fim de prevenir infecções.

• Estar isento de partículas e toxinas contaminantes da lesão.

• Permitir uma retirada sem trauma. No momento da remoção do curativo, caso ele esteja aderido ao leito da ferida, será removido também tecido neoformado. A principal causa desse efeito é a utilização de curativo seco ou compressas de gaze cuja trama do tecido permite o crescimento e a penetração de células no curativo.

• Ter a capacidade de gerenciar a absorção. A incapacidade de absorver adequadamente o exsudato pode levar à maceração das bordas da lesão, o que dificulta a epitelização.

Tipos de Curativos

Existem, atualmente muitos tipos de curativos com formas e propriedades diferentes. É importante, antes da realização do curativo, a avaliação da ferida a aplicação do tipo de curativo que melhor convier ao estagio em que se encontra, a fim de facilitar a cura.

Alginatos

São derivados de algas marinhas e. ao interagirem com aferida, sofrem alteração estrutural: as fribras de alginato transformam-se em um gel suave e hidrófilo á medida que o curativo vai absorvendo a exsudação. É indicado para feridas com exsudação (grande ou moderada quantidade) e necessita cobertura com gaze e fita adesiva.

INDICAÇÃO

- Ferida com exsudação abundante com ou sem infecção.

- Ferida cavitária.

- Ferida sanguinolenta.

VANTAGEM