Fichamento GT001
Por: paulinha94 • 26/4/2015 • Resenha • 934 Palavras (4 Páginas) • 445 Visualizações
Nome: Paula Rocha Machado
Sessão: 11
Texto: A interação universidades e empresas em perspectiva histórica no Brasil – Wilson Suzigan e Eduardo da Motta e Albuquerque
O Brasil ocupa a posição intermediaria na inovação caracterizada pela existência de instituições de pesquisa e ensino construídas, mas que ainda não conseguem mobilizar contingentes de pesquisadores, cientistas e engenheiros em proporções semelhantes as dos países mais desenvolvidos. Da mesma forma, as firmas ainda tem um envolvimento relativamente restrito às atividades inovadoras.
Sendo assim, duas das principais fontes de inovação de um país (universidades e empresas) apresentam grandes obstáculos para inovar, sendo assim a aliança entre universidade-empresa encontra-se limitada, sendo insuficiente para impor a economia um processo dinâmico de crescimento baseado em inovações.
O principal objetivo do artigo é investigar as raízes históricas desse tipo de interação. Uma possível razão para tal interação é o surgimento tardio das universidades e institutos de pesquisas assim como a tardia industrialização brasileira e, consequentemente, a criação tardia de instituições e bancos financeiros. Sabe-se que a P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) tem que ser sustentada pelo governo, assim é imprescindível uma consolidação das finanças publicas e um domínio fiscal e tributário do governo federal.
O Brasil em 1822 não tinha ainda nenhuma universidade, já que a USP (Universidade de São Paulo) é considerada a primeira universidade brasileira criada (1934), apesar da criação de algumas instituições de educação em 1808 com a transferência da corte para o Brasil, esse foi o primeiro momento do desenvolvimento de instituições de ensino, porém foi um momento sem muito sucesso e bastante limitado, pois ainda existia a escravidão no território brasileiro. Enquanto os Estados Unidos já em 1776 contavam com 9 universidades e com a abolição da escravidão. Comprova-se assim, a frase do autor “a escravidão, portanto, era uma barreira importante para o progresso técnico” (página 26). As principais diferenças das universidades norte-americanas e brasileiras são:
- Capacidade de responder as demandas econômicas
- Alta descentralização
- Competição por recursos entre as universidades
- Tamanho do sistema universitário
- Síntese única em pesquisa avançada e formação em graduação e pós-graduação
Todavia, se pararmos para refletir muitos podem pensar: ”os Estados Unidos é um país desenvolvimento ao contrario do Brasil, que é um país em desenvolvimento”. Mas, se formos relembrar o passado histórico e comparar com os outros países latino-americanos que também não são desenvolvidos, o Brasil ainda assim fica atrás, pois teve a criação de universidades muito depois desses países.
Não foi só o tardio desenvolvimento de universidades que prejudicou o Brasil no acúmulo de conhecimento cientifico, outras medidas tomadas pela corte real tiveram também o seu peso como: a proibição da entrada de livros na colônia (Brasil) até 1821, e a manutenção da escravidão até a Lei Áurea em 1888, que retardou a formação de um mercado assalariado no país, limitou o mercado interno, cresceu com a desigualdade social e alfabetização, e consequentemente, com a desqualificação técnica. Como foi na década de 1920 que as universidades começaram a serem criadas, as linhas iniciais de pesquisa no Brasil eram muito dispersas nessa época. Foram várias ondas de formação de institutos de pesquisa e ensino: a de 1808 citada anteriormente, 1870-1900 com a criação da Escola de Minas de Ouro Preto e a também já citada anteriormente 1920-1934 com a criação da USP, o pós-guerra com a criação do ITA (Instituto Militar da Aeronáutica), regime militar com a criação da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos). Mesmo com essas ondas do desenvolvimento de ensino no país, a terceira é conhecida como ”período com universidades sucedidas”, depois de muitas tentativas e é a partir dela que começa verdadeiramente o desenvolvimento do ensino cientifico, tecnológico no Brasil.
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