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Filosofia Das Ciências Humanas E Sociais

Por:   •  13/3/2024  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.763 Palavras (8 Páginas)  •  60 Visualizações

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ROTEIRO ANALÍTICO DO FILME “OS OUTROS” (2001)

FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS HUMANA E SOCIAIS.

CURSO: PSICOLOGIA

 Valor: 2,00

Prof.: Werton Fonseca

   Data de Entrega: 24/04/2023

INTRODUÇÃO

Com The Others (2001) [Os outros], primeiro filme em língua inglesa de Alejandro Amenábar, nascido no Chile em 1972 e radicado na Espanha desde a infância, o cineasta espanhol projeta-se universalmente como um dos grandes cineastas da contemporaneidade. 

SINOPSE DO FILME

Durante a Segunda Guerra, a devota Grace aguarda com os filhos o retorno do marido dos campos de batalha. Isolados em uma mansão numa ilha deserta, passam a observar estranhos acontecimentos ao seu redor.

QUESTÃO 1

Em Os Outros, Grace Stewart (Nicole Kidman) é mãe de dois filhos que não podem ver a luz do dia e vivem confinados dentro de uma mansão. O marido saiu para a guerra com a promessa de voltar, mas até o momento, não retornou. Para auxiliar no dia a dia, Grace contrata alguns funcionários para auxiliar nos trabalhos de casa e na criação dos filhos. Porém, a cada dia, coisas estranhas e sobrenaturais começam a acontecer na residência, demonstrando algumas verdades que estavam escondidas na escuridão daquele local e na relação entre a mãe e seus filhos. Ao escrever narrativas “de fantasmas”, o filme transgride as leis da realidade empírica e abre espaço para a existência de outras esferas de existência cujos habitantes não são seres “reais”.

Qual o papel do conhecimento empírico? E por que podemos afirmar que a realidade empírica é transgredida no decorrer do filme? Utilize as ideias dos filósofos empiristas para fundamentar sua resposta.

QUESTÃO 2

O filme “Os Outros” é um fantástico clássico. Ele perpassa entre o mundo real e o mundo sobrenatural. Ele se fundamenta na hesitação do narrador e do leitor, que não sabem, nem têm como saber, qual seria a verdadeira explicação dos acontecimentos que vão passando diante de seus olhos. Quando as evidências parecem apontar para determinada direção – o plano de uma mente criminosa ou a loucura do protagonista ou o mundo sobrenatural – novos acontecimentos vêm mudar o rumo da história e confundir o narrador e o leitor. É o que acontece, por exemplo, no romance A volta do parafuso, de Henry James, no qual até mesmo no desenlace o discurso do narrador não permite que o leitor saiba se os fantasmas existem mesmo ou se tudo não passa de alucinações da protagonista. Aí a ambiguidade jamais desaparece.

Utilizando elementos do filme, aponte as possíveis explicações existentes para as experiências vivenciadas por Grace Stewart (Nicole Kidman) antes do desfecho final que revela o grande segredo da personagem. Essas explicações podem ser no âmbito da Psicologia e da Psiquiatria (transtornos e patologias), no âmbito da metafísica (essências) ou no âmbito das Ciências Sociais (crimes, guerras, usurpação e disputas sociais). Utilize sua criatividade para trazer suas abordagens.

QUESTÃO 3

A crença na possibilidade da existência de fantasmas vai aos poucos tomando corpo no filme, principalmente pelo acesso da menina Anne [Alakina Mann] e da governanta, Sra. Mills [Fionnula Flanagan], aos dois mundos e posteriormente pelo acesso aos fenômenos estranhos vivenciados pela própria mãe.  No entanto a menina Anne [Alakina Mann] demonstra uma postura cética em várias cenas do filme, principalmente quando é confrontada com alguns dogmas do catolicismo.

Defina ceticismo na filosofia e transcreva 3 falas da menina que caracterize um ceticismo direcionado contra o catolicismo imposto por sua mãe.

QUESTÃO 4

A grande subversão dá-se mais para o final do filme, quando o espectador, desestabilizado pela instabilidade emocional da protagonista, pela tensão e suspense criados pela atmosfera do filme, tem suas expectativas, não frustradas, mas novamente intensificadas ao descobrir um segredo incrível sobre os protagonistas. O espectador nesse momento da descoberta necessita refazer sua trajetória de leitura e restabelecer seu vínculo com a realidade do filme, pois esta acaba de escapar-lhe das mãos.

Compare a reviravolta de conhecimento ocorrida no final do filme “Os Outros” com a necessidade que nós temos de nos reinventar e de reinventar nossas análises sobre o mundo para avançar na busca pela verdade e pela ciência (conhecimento rigoroso e sistemático). Utilize fundamentos epistemológicos para desenvolver sua resposta.

QUESTÃO 5

No filme, as ações que criam um tom sombrio e de suspense aparecem em forma de metáfora e no obsessivo abrir e fechar de portas e cortinas. O jogo entre luz e escuridão, inverte-se no filme: a luz passa a ser a mensageira da morte, pela rara doença das duas crianças – xeroderma pigmentoso ou fotossensibilidade –, e a escuridão, a possibilidade de salvação – se as crianças forem mantidas longe da luz, poderão sobreviver.

Utilizando o filme como analogia, de que maneira a escuridão, o desafio, o problema e a condição de sofrimento pode ser positiva e pode nos ajudar a evoluir nas análises sobre nossa realidade e sobre o mundo que nos rodeia? Utilize citações filosóficas e teorias clássicas e contemporâneas que tragam fundamentação para sua resposta.

QUESTÃO 6

A imposição da religião católica com toda gama de culpas e punições, anunciadas e infligidas pela mãe tornam a convivência, principalmente entre mãe e filha, quase insuportável. A postura dogmática, fundamentalista e proselitista de Grace Stewart (Nicole Kidman) ao impor sua religiosidade aos filhos é o centro da discussão religiosa no filme.

Cite algumas falas e posturas dogmáticas de Grace Stewart e explique de que maneira o dogmatismo pode nos atrapalhar e nos limitar quando o assunto é produção de conhecimento, de ciência e busca pela verdade. Utilize teorias e citações filosóficas que fundamentem sua resposta.

QUESTÃO 7

A ideia de medos da infância se tornando realidade tem fascinado por muito tempo o diretor Alejandro Amenábar, que já é considerado um prodígio dos thrillers que desafiam a realidade. Sobre Os outros, diz que “sempre quis fazer um filme repleto de corredores longos e escuros, um tributo a estes seres sempre mascarados que assombram os meus pesadelos de infância.” “Minha infância foi povoada por diversos medos – medo do escuro, medo de portas entreabertas, medo de armários, e de uma maneira mais geral, medo de qualquer coisa que pudesse esconder alguém ou alguma coisa,” recorda. “Sendo assim, não é nenhuma surpresa o fato de eu ser avidamente dedicado ao cinema do oculto.”

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