Flora cutânea

Introdução

O homem vive em permanente contato com microrganismo do meio ambiente. Contudo, nosso contato mais íntimo é com o grande número de microrganismos que vivem dentro de e sobre os nossos corpos. Estima-se que o corpo humano adulto é o hospedeiro de pelo menos 100 trilhões de células microbianas, em qualquer época. Estes microrganismos, a maioria dos quais é bactéria, são denominados flora normal do corpo humano. Os microrganismos habitam a pele e algumas superfícies internas do corpo. As espécies e o número da flora normal variam de acordo com o sítio particular (pele, boca, nasofaringe, ouvido, trato intestinal e trato urogenital inferior), a idade e o sexo do hospedeiro também pode influenciar a composição da flora microbiana normal.

Essa flora microbiana é responsável pela defesa da pele contra o ataque de microrganismos patogênicos, causadores de infecções. Contudo, basta um desequilíbrio nessa população para transformar esses germes benéficos em patogênicos, também chamados de oportunistas. A maioria dos membros da flora normal está altamente adaptada a sobrevivência e ao crescimento nessas áreas que podem apresentar condições físicas e químicas desfavoráveis a outros tipos de microrganismos.

Existem dois tipos de flora cutânea:

Flora residente – cujos microrganismos são encontrados regularmente em um dado sítio, em determinada idade do hospedeiro.

Flora transitória ou transiente – cujos microrganismos estão presentes por um curto período de tempo no corpo humano; esses microrganismos são provenientes do ambiente e instalam-se temporariamente no hospedeiro. Podem também estar presentes somente por várias horas, dias ou semanas e, então, desaparecerem. A flora transitória tem pouco significado, desde que a flora residente permaneça intacta. Entretanto, se os membros do último grupo diminuem em quantidade, os micróbios transitórios podem então colonizar, reproduzir e causar doença.

Flora Normal de um Hospedeiro Humano Saudável

O corpo humano é habitado por um grande número de microrganismos, que, juntos, são chamados flora normal do corpo. A maioria dos membros da flora normal são bactérias, mas fungos e protozoários também são encontrados.

O termo flora normal implica que tais habitantes microbianos são inofensíveis; para a maioria dos indivíduos, os microrganismos da flora normal não causam doenças. Eles são residentes de um corpo humano saudável e são ocupantes permanentes. Em contraste, aqueles que são transitórios do corpo humano saudável podem estabelecer-se brevemente, mas tendem a ser excluídos por competição com os residentes ou pelos mecanismos de defesa imunológicos do hospedeiro, não sendo considerados como parte da flora normal.

A maioria dos micróbios da flora normal são comensais: beneficiam-se da associação com o hospedeiro, mas este não é o afetado adversamente. Outros apresentam uma associação mutualística com o hospedeiro – beneficiam-se o hospedeiro de alguma maneira enquanto se desenvolvem no seu corpo (isto é, ambos beneficiam- se da associação).

Alguns microorganismos da flora normal podem ser patógenos oportunistas, que causam infecções se ocorrem danos teciduais em sítios corpóreos específicos ou se a resistência do corpo à infecção é diminuída.

Origem da Flora Normal

Um indivíduo saudável antes de nascer esta livre de microorganismos. Entra em contato com os microorganismos somente na hora do parto quando entra em contato com a vagina em especial. Os microrganismos são adquiridos por meio do contato com a superfície, ingestão ou mesmo inclusão de um meio nos primeiros dias de vida. Os microorganismos podem se instalar em locais, onde menos tiver competidores, um recém- nascido é exposto e uma série de microorganismos que os que competem melhor, se tornam predominantes que tais micróbios formam uma flora normal estável distribuídas por várias regiões do corpo, que estão em contato com o meio externo, como pele, cavidade oral e vias aéreas superiores, aparelho digestório, vagina, uretra anterior conjuntiva e ouvido. Em um curto período a criança terá um mesmo tipo geral de flora como uma pessoa adulta, a natureza da flora depende de fatores como freqüência de lavagem das superfícies, dietas, condições de vida, praticas e higiene.

Efeitos de Agentes Antimicrobianos sobre a Flora Normal

Os experimentos destinados a suprimir a flora normal com antibióticos ou outros agentes antimicrobianos indicam que estes microrganismos defendem o hospedeiro contra patógenos em potencial.

As bactérias adquiridas do leite materno pelo cólon das crianças amamentadas no seio criam um ambiente antagonista a patógenos entéricos. Este efeito protetor é aumentado pela ingestão de anticorpos  maternos contra esses patógenos.

Características dos Organismos da Flora Normal

- Aderência às Células do Hospedeiro: Muitas espécies da flora normal podem aderir à superfície das células epiteliais do hospedeiro, obtendo assim, vantagem seletiva sobre os microrganismos não aderidos, na colonização do hospedeiro. A aderência permite a multiplicação das bactérias, enquanto estas evitam a remoção pelos efeitos de descargas de fluídos superficiais e o peristaltismo, uma onda progressiva de contração que força o conteúdo em direção a uma abertura.

A descamação é um fenômeno que afeta aderência microbiana. Trata-se da substituição das células perdidas por células novas. Porém, os microrganismos da flora normal têm a habilidade de se ligar firmemente à camada epitelial nova. Enquanto os microrganismos da flora transitória não possuem essa capacidade pela falta de aderência.

- Produção e Substância Antimicrobianas: Alguns microrganismos residentes elaboram produtos metabólicos que podem inibir outros microrganismos.

Distribuição e ocorrência da flora normal

As bactérias representam a maioria da população da flora normal do corpo humano. No entanto, alguns fungos (principalmente leveduras) e protozoários podem habitar o corpo humano, porém a quantidade é baixa quando comparada a flora bacteriana.

Microrganismos Oportunistas

A flora normal do corpo compreende espécies distintas de muitos microrganismos que são inócuos e podem ser benéficos em seus locais usuais, no corpo humano. Porém, se são introduzidos em outros locais do corpo, podem produzir doença, especialmente na presença de fatores predisponentes.