Gestao De Pessoas
Casos: Gestao De Pessoas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fecastro • 24/3/2014 • 1.429 Palavras (6 Páginas) • 209 Visualizações
A Globalização é um processo que está afetando várias categoria profissionais. Este "fenômeno" está atingindo a área de RH de alguma forma?
Luiz Carlos Moreno - A área de Recursos Humanos é, com certeza, a mais sensível da empresa. Tem a mesma importância que todas as demais, mas é pela sua própria natureza a mais afetada pelas mudanças humanas. O fenômeno denominado "Globalização" entra pela porta da frente porque exige uma postura nova e diferenciada das pessoas. Houve época em que os profissionais, influenciavam e eram influenciados pela circunscrição da organização na comunidade e, no máximo, no mercado por ela abrangido. Pessoas com parcos recursos, uma formação educacional mediana e algumas habilidades podiam até sobreviver confortavelmente nesse ambiente. Hoje o mercado é o mundo. Aumentou qualitativamente a exigência e a preparação das pessoas nesse novo cenário.
E quanto aos que pretendem ingressar no mercado, até que ponto a Globalização pode interferir nessas novas carreiras?
LCM - O ingresso no mercado de trabalho deveria ser hoje uma das maiores preocupações dos jovens. O mercado é cada vez mais exigente em formação e competências. Fico imensamente preocupado com essa garotada que privilegia o "bar da esquina" em detrimento das aulas na faculdade. Ainda que o bar tenha seus encantos e muitas aulas e professores tenham seus desencantos. Quero lembrar aqui também, que poderiam aproveitar os trabalhos em grupo para essa mesma finalidade, aprender a trabalhar em equipe. Na escola, em um grande número de casos, um faz e os outros assinam o trabalho. Isto é, "carrega os outros nas costas". Na empresa ninguém vai carregar ninguém. A competição trazida pela Globalização é mais acentuada e delineia um quadro crescente de competências. Educação continuada é a chave. Quero dizer com isso que cada hora dedicada ao desenvolvimento pessoal, intelectual, emocional e espiritual, enfim ao aprendizado, é por demais preciosa. O conhecimento humano avança numa velocidade jamais vivida antes. Basta observar que as grandes organizações já investem cerca de 50 horas por ano, por pessoa, em atividades de ensino aprendizagem. As carreiras passam por mudanças importantes. Estudos e projeções mostram que uma pessoa hoje, na faixa etária dos 40 anos tem grande possibilidade de se aposentar tendo exercido uma única profissão na vida. Já os jovens que ingressam hoje no mercado de trabalho têm grande possibilidade de se aposentar tendo exercido três ou quatro profissões diferentes. Tudo isso, decorrência de um fenômeno que acelera mudanças econômicas, sociais (como a que estamos abordando) e tecnológicas.
Como os profissionais podem enfrentar a Globalização, uma vez que este processo está sendo apontado como um dos responsáveis pelo crescimento do desemprego?
LCM - O fato é que o desemprego tem várias causas, uma delas é político-econômica, segundo a orientação, medidas, tributação excessiva e interferências governamentais. Outra é a formação educacional. Os países desenvolvidos, resolveram em primeiro lugar a formação. Em recente reportagem a revista Veja, noticiou que "entre os universitários, a taxa de desemprego é de 3%, ou seja, padrão de economia americano. Para quem não acabou o ensino médio é de 13%, o dobro da média brasileira".
E no Brasil, como o mercado de trabalho está se comportando? Existe motivo para o profissional de RH ficar preocupado?
LCM -Precisamos entender que as organizações humanas refletem um momento sócio-econômico. Tenho repetido algumas vezes que muitos profissionais de RH têm adotado uma postura confortável e elitista, deixando de fazer a "lição de casa", isto é enfrentar e resolver questões de base que significam resultados para as respectivas organizações. Demitir hoje é muito caro, e seguramente não é solução. Substituir significa despesa. Contratar no mercado ou garimpar na concorrência são soluções de receita pronta. Investir nos quadros da organização, formar, fortalecer e utilizar o potencial de um banco de talentos internos; projetar e implementar programas educacionais focalizados nas competências exigidas pela empresa (isto é, que fujam dos modismos); idealizar e estimular programas de estágios e de trainees... equacionar formação e experiência. Formar um novo homem (novos modelos mentais) para uma nova organização. Essa preocupação deve nortear as ações dos profissionais de RH.
Existem áreas de atuação do RH que podem ser consideradas como promissoras? Quais seriam?
LCM - Os programas de remuneração variável, por competências, por desempenho significam a evolução natural da área de Cargos e Salários. Educação Corporativa é uma ruptura com os modelos de treinamento. Fico feliz com essa abordagem, em particular, porque a educação privilegia o ser humano, enquanto o treinamento focalizava a tarefa, o repetitivo. A área já comporta grupos multidisciplinares trabalhando em projetos de qualidade de vida. O próximo grande salto qualitativo vai passar pela sensibilidade e pelo espiritual.
Como estamos falando sobre áreas de atuação, quais especializações estão fadadas a cair no esquecimento?
LCM -É temeroso fazer um exercício de futurologia. Em vez do esquecimento ou da destruição, prefiro pensar na evolução.
Alguns especialistas da área de economia defendem que a saída para o desemprego são as pequenas empresas. As consultorias seriam uma boa opção para os profissionais de RH?
LCM - Pequenas empresas no Brasil têm grandes problemas para resolver. A tributação igual a de uma grande empresa é uma delas, o excesso de burocracia e papelada fiscal é outro. Fico imaginando uma única guia para todos os recolhimentos.
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