Gestão Ambiental

EFEITO DE RESÍDUOS DO FIXADOR FAA (FORMALDEIDO, ÁCIDO ACÉTICO E ÁLCOOL) NA GERMINAÇÃO DE Phaseolus vulgaris L.

Laura Pimenta de Oliveira (1); Lucas Barbosa de Castro Rosmaninho (2); Patrícia da Silva Fonseca (3); Aurora Yoshiko Sato Dias (4); Nágila Campos Silva (5)

(1) Estudante; Laboratório de Anatomia Vegetal, Departamento de Biologia Vegetal; Universidade Federal de Viçosa - UFV; Viçosa, MG; [e-mail]; (2) Estudante; Laboratório de Anatomia Vegetal, Departamento de Biologia Vegetal; Universidade Federal de Viçosa - UFV; Viçosa, MG; [e-mail]; (3) Técnica de laboratório; Laboratório de Anatomia Vegetal, Departamento de Biologia Vegetal; Universidade Federal de Viçosa - UFV; Viçosa, MG; [e-mail]; (4) Técnica de Laboratório; Laboratório de Anatomia Vegetal, Departamento de Biologia Vegetal; Universidade Federal de Viçosa - UFV; Viçosa, MG [e-mail]; (5) Estudante; Laboratório de Anatomia Vegetal, Departamento de Biologia Vegetal; Universidade Federal de Viçosa - UFV; Viçosa; MG; [e-mail].

RESUMO - Os problemas relacionados com o tratamento e disposição final de resíduos é constante no Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa. Um dos resíduos mais utilizados é o FAA (solução de formaldeído, ácido acético e álcool 50% e 70%) cujo efeito no ambiente não é muito estudado. O objetivo deste trabalho foi estudar o impacto do FAA na germinação de Phaseolus vulgaris L. Usando como padrão estatístico o delineamento inteiramente casualisado com cinco tratamentos e cinco repetições, foram plantados três sementes de feijoeiro em um substrato composto por solo argiloso adubado. Foi feita a irrigação com água (teste 1) e soluções de FAA 25%(Teste 2), 50%(Teste 3), 75%(Teste 4) e 100%(Teste 5). As sementes dos testes foram avaliadas pelos testes de azul de Evans e Carmim acético, e do Tetrazólio.

Palavras chave: Feijão. Anatomia vegetal. Fixador. Embrião.

Introdução

Os laboratórios de anatomia vegetal, além de outros laboratórios que utilizam produtos químicos em suas rotinas de trabalho, convivem diariamente com o problema relacionado ao tratamento e à disposição final dos resíduos gerados em seus laboratórios de ensino e pesquisa. Como esses resíduos apresentam baixo volume, porém com uma diversidade de composições dificultando o estabelecimento de um tratamento químico, eles acabam sendo estocados de forma inadequada ou acabam descartados na pia do laboratório.

No Laboratório de anatomia vegetal, um dos resíduos mais utilizados é o FAA (solução de formaldeído, ácido acético e álcool 50% e 70%; 5:5:90 respectivamente), além de outros ácidos, bases e corantes diluídos. Todos são armazenados e posteriormente coletados pela gerência de resíduos e rejeitos da UFV (Universidade Federal de Viçosa) para seguirem uma destinação.

Como essa preocupação com a destinação dos resíduos químicos é muito recente, pouco se sabe a respeito de seus efeitos no meio ambiente. Segundo o Programa de Gerenciamento de Resíduos de Laboratório e Campos Experimentais da Embrapa Arroz e Feijão, 2005, o gerenciamento de resíduos tóxicos em laboratórios de pesquisa e ensino no Brasil começou a ser discutido apenas nos anos 90.

Nesse contexto, além dos efeitos para a saúde do homem não se sabe o efeito, por exemplo, em uma cultura agrícola. Uma das culturas mais importantes no contexto econômico e social da agricultura brasileira é o feijoeiro. O feijão tem grande importância na alimentação humana por suas características proteicas e energéticas, sendo responsável pelo suprimento de grande parte das necessidades alimentares da população de baixo poder aquisitivo, além de que boa parte da produção ser feita por pequenos produtores, ou seja é uma cultura de grande importância na agricultura familiar.

Na cultura do feijão, por exemplo, o estudo dos resíduos químicos gerados durante seu ciclo reprodutivo tem sido estudado recentemente, (EMBRAPA, 2005). Apesar do feijoeiro ser amplamente cultivado, pouco se sabe sobre os efeitos de resíduos químicos na sua cultura. Existem alguns estudos, mas com a utilização de lodo de esgoto (Nogueira, 2006) e solos contaminados (Tito, 2011).

O FAA é um fixador composto de formaldeído, ácido acético e álcool 50% ou 70%; 5:5:90 respectivamente. É utilizado como fixador de material vegetal em coletas de material a ser processado no laboratório de anatomia vegetal. No laboratório após seu uso, é acondicionado e coletado pela gerência de resíduos e rejeitos. Apesar de não ser descartado na pia de maneira irresponsável, não se tem estudo de seu impacto no meio ambiente.

Dessa maneira o objetivo do presente trabalho é avaliar o efeito do FAA na germinação do feijoeiro.

Material e Métodos

Foram plantados duas sementes de feijoeiro da variedade rosinha, à uma profundidade de um centímetro, em um substrato composto na proporção de 500 ml solo argiloso, 20 ml de NPK (adubo composto por 4% de N, 14% de P2O5, 8% de K2) e 10 ml de super simples ( formulado composto de 18% de P2O5, 16% de Cálcio e 8% de Enxofre ), em um vaso de plástico perfurado para escoamento de água e resíduos. Em seguida iniciou-se a irrigação com a soluções de maneira a deixar o substrato úmido.

Os tratamentos foram com as seguintes soluções:

1 - Água (testemunha), (TESTE 1);

2- Solução de FAA 25% (Formaldeido:Ácido acético: Álcool 25% na proporção de 5:5:90 respectivamente), (TESTE 2);

3- Solução de FAA 50% (Formaldeido:Ácido acético: Álcool 50% na proporção de 5:5:90 respectivamente), (TESTE 3);

4- Solução de FAA 75% (Formaldeido:Ácido acético: Álcool 75% na proporção de 5:5:90 respectivamente), (TESTE 4);

5- Solução de 100% (Formaldeido:Ácido acético: Álcool 100% na proporção de 5:5:90 respectivamente), (TESTE 5).

Figura 1 – Experimento com as sementes já plantadas e irrigadas.

O delineamento experimental foi o inteiramente casualisado com cinco tratamentos, cinco repetições e cada unidade experimental com duas sementes de feijão.

As características avaliadas foram várias. Inicialmente a porcentagem de germinação. Em seguida, a viabilidade da semente (Teste do Tetrazólio), cujas