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Guia teórico do alfabeto

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Por:   •  31/3/2014  •  Resenha  •  1.281 Palavras (6 Páginas)  •  865 Visualizações

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Guia teórico do alfababetizador

Resenha: LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática.

O capítulo 3, “A alfabetização”, fala sobre o que parece ser um estado do alfabetizando: a captação da ideia de que cada letra é símbolo de um som e cada som é simbolizado por uma letra. O problema é reduzido a lembrar que figura de letra corresponde a que tipo de som da fala. Entretanto, deve-se lembrar que a alfabetização não é tão simples, levando em conta a dificuldade da relação dos sons e letras.

O segundo tipo de relação existente entre os sons da fala e as letras do alfabeto seria a “poligamia” ou “poliandria”, em que há vários sons para uma mesma letra e vice–versa. Dessa forma, existem vários outros casos de poligamia e poliandria entre os sons e as letras, e essas situações costumam trazer problemas de escrita para quem está sendo alfabetizado, que tendem a escrever como se fala. O alfabetizador não deve nunca responder dizendo que as pessoas falam errado, pois isso seria um equívoco linguístico, pois cada um tem o seu modo, sua cultura, vivência e relações. É como se fosse realmente um preconceito lingüístico. É importante observar, ainda, a questão das variações linguísticas ocorridas em todo o país. Em cada comunidade linguística o professor deve registrar dados quando a distribuição de sons ocorre conforme se dá no dialeto falado e por ele mesmo. E estar sempre atento, tendo em mente que um aluno não é como o outro, cada um tem seu nível de dificuldade de aprendizado e especialmente da atenção que cada caso merece.

Miriam Lemle nos apresenta quatro etapas da alfabetização, que são as seguintes:

1º etapa: A teoria do casamento monogâmico entre sons e letras.

Considerando que o primeiro passo do alfabetizando em sua compreensão do sistema da escrita é o entendimento de que cada letra tem seu som e vice-versa, a autora sugere que deixemos essa hipótese por um curto espaço de tempo. Trabalhar-se-ia, assim, com as consoantes [p], [b],[t], [d], [f], [v] e a vogal [a], que representam sempre a mesma unidade fonêmica. Com essas letras seriam formadas as primeiras palavras e frases dos exercícios. Se as outras letras começarem a surgir através dos próprios alfabetizandos, o ideal é que se explique que essas letras podem, às vezes, ter outros sons, quando colocadas em outras posições.

2º etapa: A teoria da poligamia com restrições de posição

Essa etapa consta na rejeição da hipótese da monogamia. O alfabetizador deve ajudar o aprendiz a perceber que em certas palavras, dependendo da posição da letra, o som não é fiel à mesma. Um dos erros de leituras frequentes característicos do alfabetizando que encalhou na ideia da monogamia entre sons e letras é a pronúncia artificial das palavras, com a escansão da letra. Como exemplo, temos a palavra [gato], pronunciada por alguns como /gato/ em vez do natural /gatu/. Segundo Lemle, acontece de os professores incentivarem essas pronúncias artificiais, considerando serem a forma certa da língua. Assim, corre-se o risco de se criar um novo dialeto na sala de aula, um universo linguístico foneticamente distinto do mundo lá fora. Sendo assim, é de suma importância que o professor ajude o alfabetizando a se desvincular da teoria da monogamia entre os sons e as letras.

3º etapa: As partes arbitrárias do sistema

Essa é a etapa que, segundo a autora, dura toda a vida, sendo que todos nós, até hoje, ainda temos momento de insegurança sobre a ortografia. A questão aqui é que, quando mais de uma letra pode, na mesma posição, representar o mesmo som, a opção pela letra correta em uma palavra é, em termos fonológicos, inteiramente arbitrária. É o que acontece, por exemplo, com as letras [s], [z] e [x], que em certas palavras podem ter o mesmo som: “mesa”, “certeza”, exemplo – [z]. Nesses casos, o alfabetizando deverá memorizar a escolha certa da letra para cada palavra. Assim, a autora denomina essa etapa de “teoria da poligamia com restrição de posição e casos de concorrência” ou teoria de correspondência entre sons e letras. A fim de ajudar o aprendiz, o professor pode, primeiramente, explicar essa “concorrência“ com a história da língua, tendo vindo do latim e sofrido mudanças ao longo do tempo. O alfabetizador pode, também, conduzir o alfabetizando a saber quais são os contextos em que duas ou mais letras concorrem na representação do mesmo som Quanto ao dialeto, o que a autora nos propõe é que cada professor esteja preparado para trabalhar com as variações da fala e a maneira de trabalhá-las na escrita, de maneira consciente e não preconceituosa.

4º etapa: Um pouco de morfologia

Nessa

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