HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA PEDAGOGIA

“A Preservação da memória histórica, a reconstituição do passado e o relato dos acontecimentos não são sempre idênticos em todos os tempos e em todos os lugares.”

Com as experiências vividas em sociedade no tornamos seres históricos, já que nossas ações e pensamentos mudam no tempo, à medida que enfrentamos os problemas não só da vida pessoal, como também da experiência coletiva. É assim que produzimos a nós mesmos e a cultura a que pertencemos.

A história da educação nos orienta com suas teorias, como foi construído esse passado. A cultura dos povos, as instituições escolares, as teorias que os constituem estão contadas por documentos, datas e relatos. A preservação da memória histórica, a reconstituição do passado e o relato dos acontecimentos não são sempre idênticos em todos os tempos e lugares. Com o avanço da modernidade capitalista e hierarquização dos saberes, prevalece à história como uma ciência que estuda a relação da memória.

No século XIX, o conceito de história como disciplina deixa de ser articulada à arte e à filosofia, adquirindo conotações mais científicas. A construção da memória histórica da educação brasileira pode ser abordada a partir de três vetores: a preservação da memória, o ensino da história da educação e a produção historiográfica propriamente dita.

As pesquisas sobre manuais didáticos nos revelam que o ensino sistemático da disciplina “História da Educação” constitui um elemento imprescindível na construção da memória da educação, pois sem memória não há história.

O centro de memória da Educação da USP desenvolveu alguns projetos de pesquisa e, um desses projetos tem por objetivo preservar o patrimônio histórico das mais antigas escolas do país, tendo por meta a busca da memória escolar.

O historiador precisa construir o tempo histórico não para reviver, mas para compreender a experiência, pois a história varia de acordo com as vivências e costumes dos locais e das pessoas, conforme o tempo e o desenvolvimento de cada geração.

“A origem da educação escolar no Brasil- a ação dos jesuítas como parte do movimento da contrarreforma católica”

Em plena expansão do século XVI a burguesia portuguesa estava em seu auge e a Igreja Católica vinha perdendo um pouco do seu poder e sua identidade. Diante de tantos protestos, desrespeitos e perda de fiéis, a igreja traçou um plano de reação, no qual, entre outras ações, a catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas ficou estabelecida. Assim, com o Brasil descoberto em 1500, deu-se início a era da educação brasileira.

A educação no Brasil iniciou-se então fortemente embasada no contexto religioso, já que os jesuítas tinham por missão levar o catolicismo e os costumes europeus evitando assim avanço do protestantismo. De todos os jesuítas que passaram pelo Brasil nesse século, vale destacar: Padre Manoel de Nóbrega, Padre José de Anchieta e Padre Antonio Vieira.

Nos primeiros anos após a chegada dos padres no Brasil o objetivo central era o da catequese do gentio. Entretanto, com a superação dos tempos heróicos, houve a atuação dos jesuítas no ensino dos filhos dos colonos nos colégios da Companhia do Brasil. Por fim, em 1760, alegando conspiração contra o reino Português, o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil, confiscando os bens da ordem.

“As escolas de destaque na era educacional brasileira”

Brasil colonial (1500-1822)

1541 Fundação do primeiro colégio da Companhia de Jesus, em Coimbra pelo rei D. João, de Portugal.

1542 Colégio e universidade de Pádua.

1544 Colégio fundado por S. Francisco de Borja, Duque de Gandia.

1545 D. João estuda a fundação de um colégio na Alemanha.

1546 Santo Inácio decide fundar colégios nas principais cidades italianas.

O Bispo Charmont cogita na fundação de dois colégios na França.

1547 Abertura do colégio de Messina.

1548 Colégio de Parma.

1549 Pensa-se em abrir um colégio em Ingolstadt.

1550 Colégios na Índia.

Fundação do Colégio dos Meninos de Jesus, na Bahia.

1551 Inicio do Colégio Romano.

Abertura da escola do Colégio de Ferrara, de Bolônia e de Venezuela.

1552 Primórdios do Colégio Germânico.

Abertura dos Colégios dos meninos órfãos no Brasil.

1553 Início da escola de Córdoba.

Solicitação de colégios na Espanha.

Abertura de escolas em Lisboa e no Congo

Inauguração do colégio dos Meninos de Jesus, em São Paulo de Piratininga.

1554 Florescimento do Colégio Romano. Dificuldades na criação do colégio de Híspala.

Criação do terceiro Colégio dos Meninos de Jesus, em São Paulo de Piratininga.

1555 Fundação das escolas jesuíticas de São Paulo de Piratininga e da Bahia.

1556 Fundação do Colégio jesuíta de Todos os Santos.

Aceitação do terceiro Colégio de Ingolstadt, na Baviera

Aceito o colégio de Villaume Charmont, na França.

1557 Fundação do colégio jesuíta do Rio de Janeiro.

1568 Fundação do Colégio jesuíta de Olinda.

1623 Fundação do Colégio jesuíta do Maranhão.

1646 Fundação do Colégio Jesuíta de Santo Inácio, em São Paulo

1654 Criação do colégio jesuíta de São Tiago, no Espírito Santo

Fundação do Colégio jesuíta de São Miguel, em Santos; o de Santo Alexandre, no Pará e o da Nossa Senhora da Luz do Maranhão.

1683 Fundação