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INTELIGÊNCIA COLETIVA

Por:   •  20/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.175 Palavras (9 Páginas)  •  567 Visualizações

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Os 3 segredos improváveis das melhores equipes

Thomas Malone, líder do centro do MIT que estuda a inteligência coletiva, explica os três principais fatores para o sucesso de um grupo, destacando a importância das mulheres para o melhor desempenho

É claro que pessoas mais inteligentes tendem a formar um grupo mais inteligente; a soma das inteligências individuais costuma influir na inteligência coletiva resultante. Mas “a reunião de pessoas inteligentes não necessariamente forma uma equipe inteligente”. Esse aparte foi feito pelo pesquisador da MIT Sloan Thomas Malone, com base em pesquisas, que registra, em sua experiência, equipes medíocres formadas por pessoas individualmente inteligentes. Então, o que torna uma equipe inteligente?

Para responder a essa pergunta, Malone, como líder do centro do MIT que estuda a inteligência coletiva, conduziu um experimento com 700 pessoas, organizadas em grupos de três a cinco integrantes, e fez uma série de descobertas. Por exemplo, fatores que eram considerados indicadores decisivos de inteligência coletiva mostraram-se pouco relevantes, como a segurança psicológica e a consciência coletiva.

Três aspectos emergiram como bastante associados à inteligência coletiva: a percepção social média dos participantes, a igualdade de contribuição e a proporção entre homens e mulheres (quanto mais mulheres, maior a inteligência coletiva).

Discorrendo sobre eles, Malone explica nesta entrevista que a inteligência coletiva foi identificada há tempos, em exércitos, empresas e países, mas vem sendo valorizada recentemente nos estudos acadêmicos devido à internet, que a potencializa. Um dos precursores desse tipo de estudo foi o psicólogo norte-americano Will Schutz, que realizou, na época da Guerra da Coreia, nos anos 1950, um levantamento para o exército sobre o que faz um time ser imbatível. O primeiro fator, segundo ele, seria a abertura ao relacionamento, que imprime mais confiança no ambiente.

O objetivo de pesquisadores como os do MIT é entender a inteligência coletiva em um nível mais profundo, para antecipar o que vai acontecer e aproveitar as possibilidades que oferece –o que tende a ser especialmente útil ao mundo da gestão organizacional. “O tamanho ideal [de uma equipe inteligente] oscila entre cinco e dez pessoas, mas, com as ferramentas de colaboração certas, é possível que um grupo fique cada vez mais inteligente com 50, 100, 500 ou 5 mil integrantes”, afirma Malone.

Como começou o trabalho de avaliação da inteligência coletiva?

Quando eu era vice-diretor do projeto “Inventing the Organizations of the 21st Century”, do MIT, estudei as formas como as novas tecnologias modificariam a organização do trabalho. No livro O Futuro dos Empregos, adiantei que as formas mais baratas de comunicação gerariam mais liberdade e descentralizariam a tomada de decisões.

Depois me dediquei a outro livro, sobre como implementar essas ideias –mas, quanto mais eu pensava, mais me convencia de que deveria olhar para o que estava no horizonte: a evolução da gestão para além da descentralização.

Comecei a imaginar como seria se existissem organizações de fato inteligentes e surgiu a pergunta que se tornou a questão central da pesquisa do Center for Collective Intelligence: como as pessoas e os computadores podem se conectar de modo a agir com mais inteligência?

Por que os computadores fazem parte da definição de inteligência coletiva?

Na verdade, não fazem. Chamo de “inteligência coletiva” os grupos de pessoas que atuam em conjunto de maneiras que parecem inteligentes. A inteligência não é algo que acontece dentro dos cérebros individuais, mas em grupos, que não dependem de computadores. Segundo essa definição, a inteligência coletiva existe há tempos, e exércitos, empresas e países são alguns exemplos.

Hoje, porém, os tipos de inteligência coletiva que evoluem com mais rapidez são os propiciados pela internet. Vejamos o Google: milhões de pessoas criam páginas, umas ligadas às outras. Todos esses dados são analisados por algoritmos, que oferecem respostas inteligentes a uma busca.

Para que possamos antecipar o que vai acontecer e aproveitar as possibilidades, precisamos entender a inteligência coletiva em um nível muito mais profundo do que fizemos até agora.

O sr. define a inteligência coletiva como grupos “aparentemente inteligentes”. Como identificar a inteligência?

É difícil definir a inteligência de maneira objetiva, pois a subjetividade é inevitável, em parte porque a inteligência está associada aos objetivos dos indivíduos ou grupos. Por exemplo, se eu apresentar um teste de QI na forma de múltipla escolha e você colorir os pontos de modo a gerar um resultado artístico bonito, é provável que obtenha uma pontuação baixa, mas isso porque você não estava tentando atingir o objetivo que achei que estivesse. Para avaliar a inteligência, eu preciso inferir quais são os objetivos, e isso envolve subjetividade.

 

Então minha percepção da inteligência de uma pessoa depende de como identifico os objetivos que ela tenta atingir?

Sim. Claro que existem outras formas, como a definição psicométrica, usada pelos psicólogos. Segundo essa linha, ser inteligente em um nível individual envolve a capacidade de fazer bem várias coisas. Muitos acreditam, por exemplo, que as habilidades em matemática e fluência verbal são excludentes, mas, quando testamos pessoas e aplicamos uma técnica estatística chamada “análise de fator”, descobrimos que alguém bom em uma tarefa mental também se sai bem em outras.

Trata-se da versatilidade do pensamento, certo?

Sim. Pessoas que se revelam as mais inteligentes de acordo com os testes nem sempre são as que se saem melhor em uma tarefa mental simples, mas são hábeis para aprender coisas novas e se adaptar. Essa habilidade geral é chamada de “fator G” e dá uma medida da habilidade cognitiva associada a fatores como raciocínio lógico, habilidades verbais e aprendizado. Foi idealizada por um estudioso inglês do século 20, Charles Spearman, que criou uma análise estatística para essa pesquisa. Mas o fator G tem sido considerado incompleto e o especialista de Harvard Howard Gardner lembrou que outras habilidades não são aferidas nos testes de QI.

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