INTRODUÇÃO: O QUE É A CIDADE CONTEMPORÂNEA?
Por: Marcos Santos • 31/7/2019 • Ensaio • 601 Palavras (3 Páginas) • 603 Visualizações
INTRODUÇÃO: O QUE É A CIDADE CONTEMPORÂNEA?
A cidade contemporânea é a cidade das multidões. É composta por uma rede densa de relações complexas e atreladas ao capitalismo. A cidade contemporânea é a cidade do consumo e a cidade da mercantilização de todos os atos do homem diante a cidade. E, essa cidade contemporânea exige alguns preceitos, entre eles o movimento. Sem o movimento, a cidade mercantil não funciona. Sem o movimento das pessoas, das mercadorias e das informações, a lógica financeira da cidade não é funcional.
Para isso, sempre será necessário que esses movimentos, ou redes, sejam fluxos que atendam os interesses da cidade. Para que aconteça esse preceito, a ordem é necessária. As redes precisam ser ordenadas para o capital, para o consumo, para a reprodução de ambos.
Todavia, o preceito de ordem das redes e das multidões são observados na visão macro escalar. Quando descemos para o micro, as multidões, e as redes não fazem tanto sentido, pelo fato de que nós a compomos.
O texto que redigi tem proposta o que é a cidade a partir dos seus fluxos. É a análise da contraposição entre ordem e caos e que ambos, apesar de serem ambíguos, são complementares e indissociáveis dentro das redes da cidade, representando a movimentação da cidade. É a ode, representação poética que remete a uma simetria das estrofes e versos, que nega a sua própria existência, propondo uma assimetria.
E, apesar da cidade se tornar uma rede viva de ambiguidades, a individualidade ainda prevalece. Apesar da cidade aparentar ser completa por si só, da criação humana ser o equilíbrio perfeito entre as ambiguidades, este ainda necessita criar mais, para completar a sua eterna necessidade de se conectar. Criamos as conexões para nos completar, para nos conectar. Criamos as cidades para nos conectar, porém ainda não encontramos a conexão que necessitamos.
UMA ODE DA CIDADE
O homem é o artificie. Uma mistura artística de fluxos e fixos, dotados de significados. O homem, em seu estado menos natural possível, caminha como uma ode . Uma ode assimétrica. É pelos compassos, ritmados (ou não), trabalhados (ou não), que nos fazem sermos humanos. E é desse humano que se cria. E se cria para se conectar.
E é a cidade, fruto da criação do homem, que compõe e ordena as nossas conexões. É do seu corpo que a cidade consegue ecoar as nossas redes complexas. Da multidão de fluxos curvilíneos e intensos e compostos por imaginários de realidades sobrepostas, que a cidade se constrói, e se reconstrói.
É da cidade que surge as redes. Dos ritmos violentos porém absolutos, que nós percorremos pelos espaços temporais urbanos. É da multidão que caminha no mesmo sentido, dos carros que seguem no mesmo ritmo. Se hoje, o homem existe para ir para qualquer lugar, é das cidades que ele deve dar graça. Sem a cidade, não haveria a ordem.
Porém a cidade, não só se compõe de ordem. Como uma boa miscelânea de sonetos justapostos, o que parece ser inteligível, na verdade, é determinado pelas claves que determinam o seu ritmo. E é nesse aparente caos, que o acaso se torna uma mera distopia. O acaso da única conexão, da última que preciso. Apesar do emaranhado das redes,
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